Medidas econômicas são paliativas e insuficientes, diz Aloysio Nunes



Em discurso nesta terça-feira (27), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) criticou a forma como o governo vem lidando com o mau desempenho da economia brasileira. Segundo disse, os maus resultados estão sendo combatidos com a concessão de desonerações a determinados setores da indústria, sem a adoção de nenhuma medida estruturante que enfrente os reais problemas. Para ele, o governo se contenta em aplicar medidas pontuais e paliativas, consideradas insuficientes.

- Um setor da indústria grita, lá vem um ‘cala a boca’. Outro grita mais alto, vem um pouco mais. É sempre assim, com ‘puxadinhos’. Eu me pergunto até quando a estrutura, o alicerce do edifício da economia brasileira vai aquentar esse tipo de expediente, ‘puxadinho’, sem medidas sólidas com começo meio e fim – criticou.

O senador se referiu a mais uma rodada de desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) concedidas a setores da indústria, como o da linha branca e agora ao de móveis, piso laminado e lustres. Tudo isso para tentar contornar o mau resultado da indústria, segundo constatado com a queda de 0,13% no Índice de Atividades Econômicas do Banco Central (IBC-Br) em janeiro, comparando-se a dezembro. O IBC-Br é uma espécie de termômetro da economia brasileira.

- Não há como negar que as nuvens no horizonte estão cada vez mais carregadas de tempestade – declarou.

Aloysio Nunes citou números divulgados pela imprensa, mostrando que, desde 2007 foram liberados R$ 98 bilhões em desonerações. Ele questionou qual o efeito real produzido por tal medida, considerada uma “providência tópica, um remendo na economia brasileira”.

Também sobraram críticas ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Aloysio Nunes disse ter a impressão de que o ministro mora “no mundo da lua” ao insistir que, mesmo com tantos fatos demonstrando o contrário, o produto interno bruto (PIB) de 2012 crescerá 5%. Em 2011, a previsão do governo era a mesma, mas a elevação foi de apenas 2,7%. Na América Latina, o Brasil só cresceu mais que El Salvador e Guatemala, apontou o parlamentar.

Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou que o governo federal, ao fazer a redução do IPI, afeta estados e municípios, já que o imposto é um dos quais a arrecadação é dividida entre todos os entes federados.

- Ao fazer a redução, o governo penaliza estados e municípios que já estão enfraquecidos, ele tira de estados e municípios recursos que não são da União – lembrou.



27/03/2012

Agência Senado


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