Memorial da Resistência irá guardar as lembranças da luta estudantil



Durante a ditadura, a Estação Pinacoteca foi sede do Dops e local onde os presos políticos eram torturados

Com a presença de representantes do governo do Estado, do governo federal, da União Nacional dos Estudantes e ex-presos e perseguidos políticos foram inaugurados no dia 10 de outubro, no Memorial da Resistência da Estação Pinacoteca do Estado, dois painéis em memória aos 40 anos do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna-SP, realizado em 1968, que culminou com a prisão de mais de 700 estudantes.

Participaram do evento o ministro da Justiça, Tarso Genro; o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi; o ministro da Comunicação, Franklin Martins; o vice-governador Alberto Goldman, representando o governador José Serra; o secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey; o secretário-adjunto da Cultura, Ronaldo Bianchi; o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, e a presidente da União Nacional dos Estudantes, Lúcia Stumpf.

O secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey destacou que aqueles estudantes presos durante a realização do congresso da UNE faziam parte de uma geração que cumpriu o seu papel. “Muitos pagaram com a própria vida ou com sua integridade corporal esse gesto de resistência”, disse.

A segunda parte do evento foi realizada no quinto andar da Estação Pinacoteca, que, durante a ditadura militar, foi a sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e local onde os presos políticos eram torturados. Hoje, o local abriga o auditório do museu.

No auditório ocorreu a 157ª sessão de Julgamento – Caravana da Anistia de seis ex-presos de Ibiúna que requereram reparação da Comissão de Anistia. O julgamento foi feito em sessão aberta, com a participação dos relatores do caso e os julgados foram Marcos José Burle de Aguiar, Américo Antonio Flores Nicolatti, José Miguel Martins Veloso, Luiz Felipe Ratton Mascarenhas, Darci Gil de Oliveira Boschiero e João Mauro Boschiero.

O secretário-adjunto da Cultura, Ronaldo Bianchi, revelou que as celas do antigo Dops, que hoje fazem parte do Memorial da Resistência, serão restauradas para ficar o mais próximo possível de suas características originais. “Refazê-las é deixá-las mais próximas da realidade”, afirmou.

Da Secretaria da Cultura



10/13/2008


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