Mercadante defende redução das tarifas bancárias



O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Aloizio Mercadante (PT-SP), pediu nesta terça-feira (16) que o sistema bancário brasileiro adote de imediato medidas no sentido de reduzir o custo das tarifas bancárias. Do contrário, alertou o senador, o governo e o Congresso Nacional poderão se unir para aprovar uma lei regulamentando as tarifas. As afirmações foram feitas durante audiência pública para debater as tarifas bancárias, que contou com a presença do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Colletti Barbosa.

No entender de Mercadante, o número excessivo de tarifas bancárias - que, segundo ele, representam 56% das despesas administrativas dos bancos - agravado com os preços "exorbitantes" delas, geram um ônus a mais para os correntistas. O senador disse estranhar que, apesar da estabilidade econômica e da queda da taxa Selic, o que, como explicou, força o sistema bancário a diminuir os custos, as tarifas teimam em permanecer altas. Mercadante destacou ainda que a redução dos custos das tarifas ampliaria a base de crédito, fazendo com que a economia ganhasse mais fôlego.

O presidente da Febraban, Fábio Colletti Barbosa, no entanto, negou que a arrecadação das tarifas bancárias tenha crescido ao longo dos últimos anos, mas admitiu que houve maior volume de arrecadação por parte dos bancos em virtude do aumento da base dos clientes e do crescimento do volume de transações. Barbosa também defendeu a auto-regulação das tarifas pelo próprio mercado.

Os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE) e Jefferson Péres (PDT-AM) disseram estar "espantados" com os custos das tarifas bancárias. Péres chegou a estranhar que os dois bancos oficiais -a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil - tenham tarifas praticamente iguais às das instituições particulares. Recente pesquisa do Procon de São Paulo, realizada com dez bancos, constatou diferença de até 369,57% entre preços cobrados pelo mesmo serviço.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que, juntamente com Aloizio Mercadante, foi o responsável pela realização da audiência pública, salientou que os gastos com as tarifas bancárias brasileiras, que só perdem, segundo ele, para o México, são elevadas e "assustam" os correntistas.



16/10/2007

Agência Senado


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