Mercadante diz que, sem a CPMF, Brasil terá dificuldades de enfrentar crescente turbulência financeira internacional



O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) alertou, em Plenário, nesta sexta-feira (30), para a perspectiva de uma crescente turbulência financeira internacional e advertiu que o Brasil poderá ser atingido com maior intensidade caso renuncie à receita de R$ 40 bilhões que virá com a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O senador pediu, em seu pronunciamento, que os senadores votem com responsabilidade a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a CPMF a fim de que o Brasil fique preparado para enfrentar tal crise.

Embora a "turbulência financeira mundial", como definiu, deva atingir todos os países, Mercadante estima que cada Nação será atingida de acordo com seu nível de estabilidade econômica. Ressaltou ainda que o Brasil vive um momento de crescimento econômico que, avaliou, não acontecia há 25 anos, mas poderá ter sua estabilidade econômica comprometida se houver uma redução da receita do Orçamento da União.

Entre os avanços de ordem econômica e social alcançados pelo governo, segundo Mercadante, estão o controle da inflação, a melhor distribuição de renda, o aumento de empregados com carteira assinada, bem como a melhoria da educação e da saúde.

Para Mercadante, as críticas à prorrogação da CPMF não se devem ao impacto que esse imposto terá sobre o faturamento das empresas, que, segundo avalia, será muito pequeno. Em sua opinião, alguns setores defendem o fim da CPMF porque a cobrança da contribuição expõe movimentações financeiras irregulares, como as provenientes de contrabando e corrupção, e porque essa medida orienta a Receita Federal e a Polícia Federal nas ações de combate à sonegação, à elisão e à evasão de receitas.

- Esse entusiasmo contra a CPMF não é pelo peso da CPMF no faturamento das empresas. O que verdadeiramente incomoda, e incomoda dizer isso a alguns, é que a CPMF mexe no caixa dois, impede que o empresário receba por fora e ele tem dificuldades de regularizar esse dinheiro, seja no comércio, na indústria, no contrabando, no tráfico, na corrupção. Ela [a CPMF] mostra uma riqueza oculta, desvenda um ato ilícito - disse Mercadante.



30/11/2007

Agência Senado


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