Mercadante: elevação da taxa de juros é medida de racionalidade econômica
O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), avaliou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), adotada na última quarta-feira (15), de elevar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros - que passa para 16,25% ao ano - é uma medida de racionalidade econômica. De acordo com o senador, a elevação decorre do forte crescimento da economia e da retomada da inflação. Ele acredita, entretanto, que a medida não terá nenhum impacto no crescimento econômico. - Como houve um aumento da inflação, a taxa de juros real passa a ser semelhante a um período que nós tivemos há algum meses. Portanto, não acredito que venha a ter nenhum impacto no ritmo de crescimento. Há a pressão inflacionária que é contornável. Existem todos os instrumentos que podem ser utilizados. E a racionalidade econômica tem que ser utilizada - afirmou, em entrevista nesta quinta-feira (16). Mercadante defendeu a posição do governo de adotar essa medida difícil, mesmo em um período pré-eleitoral, o que difere, segundo lembrou, da tradição histórica de administração do país. - Na história do Brasil, há a tradição de que medidas difíceis sempre ficam para depois das eleições. No Plano Cruzado, foi assim; na âncora cambial em 1998, na reeleição de Fernando Henrique Cardoso, foi assim e o país pagou um preço imenso. E o governo que opta pelo caminho de perder credibilidade para manter a sua popularidade eleitoral destrói a sua credibilidade. Esse governo não fará isso - explicou ele. Sobre posições dentro do governo contrárias à elevação da taxa, Mercadante observou que o Copom recebe as opiniões de todos os segmentos da sociedade, mas que adota como critério fundamental a convicção técnica, levando em conta todas as informações de que dispõe, sobretudo as relativas à inflação. - O mais importante é que o governo está dando demonstração de credibilidade. De que não vai tomar o caminho fácil do imediatismo eleitoral e prefere tomar medidas para que o país continue crescendo com estabilidade e o controle da inflação - finalizou.
16/09/2004
Agência Senado
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