Mercado de trabalho segue em forte recuperação



O mercado de trabalho brasileiro voltou a registrar, em agosto de 2010, forte crescimento na geração do emprego com carteira assinada. Foram criados 299,4 mil empregos formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o que representa um recorde para o mês.

Os dados, referentes ao 3º trimestre de 2010, são da Carta de Conjuntura n° 11, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta segunda-feira (18). Segundo o Ipea, a trajetória de crescimento na geração de empregos se recuperou aos níveis registrados antes da crise internacional. 

Em relação ao mesmo período de 2009, quando foram gerados 242,1 mil novos empregos com carteira, o resultado do mês de agosto deste ano ficou 23,7% acima daquele período. Já em relação ao mês de julho de 2010 (181.796), houve aumento de 64,7%.  

Ou seja, mesmo assumindo o critério de ajuste da série dos dados, deve-se observar o bom desempenho do mercado de trabalho traduzido através do ritmo aquecido das contratações líquidas. Em agosto de 2010, foram geradas 182,2 mil novas vagas, 39,7% a mais, em comparação a agosto de 2009 (130,5 mil), e 15,6% a mais, em relação ao mesmo período de 2008 (157,1 mil). 

Para o instituto, o bom desempenho do mercado de trabalho e o crescimento da massa salarial têm reflexos positivos no consumo, o que gera bons resultados nos setores de bens duráveis e construção civil. 

Outro ponto positivo é que, mesmo com o crescimento, a inflação continuou a trajetória desaceleração no terceiro trimestre do ano, principalmente em razão da retração no preço dos alimentos.


Números acumulados

A carta aponta também crescimento do número de vagas com carteira assinada criadas no acumulado até agosto de 2010 em relação ao mesmo período de 2008 e 2009. O saldo líquido de emprego com carteira assinada registrou cerca de 2 milhões de novos postos de trabalho, o que se traduz num recorde histórico.

Na comparação ao acumulado até agosto de 2009, período mais intenso da crise econômica, o crescimento foi expressivamente maior, chegando a quase 600 %. Assim, mesmo considerando os ajustes sazonais, o mercado de trabalho vem mostrando força a cada período, refletindo o bom momento econômico vivido pelo Brasil. 

Considerando a avaliação dos resultados do emprego formal a partir do critério do acumulado de 12 meses, o Ipea destaca que no mês de agosto de 2010 foram criadas 2.269.607 novas vagas, ficando 9,89% acima do observado em 2008 – antes da crise internacional. Houve uma recuperação expressiva em relação ao período passado, uma vez que, em relação ao acumulado de 12 meses verificado em agosto de 2009 (328.509), ocorreu um crescimento bastante considerável na geração de emprego com carteira assinada no comparativo entre os períodos agosto-2010 e agosto-2009: 590,9%. 

O Ipea ressalva que esse crescimento é expressivo, embora seja relativo a comparações feitas em relação ao período de ápice da crise financeira internacional. Na comparação com o momento pré-crise (setembro de 2007 a agosto de 2008), essa taxa de crescimento recua para 9,9%.

Entre os setores, destacaram-se: serviços, construção civil, comércio e indústria de transformação. Em agosto deste ano, o setor de serviços contabilizou 128,2 mil novos postos de trabalho, ou seja, mais do que o dobro registrado em julho de 2010, quando foram geradas cerca de 61,6 mil novas vagas para o setor. Em relação a agosto de 2009, houve crescimento de 49,9%. No entanto, o setor de serviços, em agosto deste ano, ficou 34,7% acima do último recorde para esse mês ocorrido em 2008 (95.191).


Massa salarial

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segue na mesma tendência do Caged, revelando o bom desempenho do mercado de trabalho brasileiro, mostrando sinais de forte recuperação em relação à crise internacional recente.

A taxa de desocupação, de acordo com os dados da PME, ficou em 6,7%, a mais baixa para um mês de agosto, recorde histórico desde o início da pesquisa, em março de 2002. Em relação a julho, que foi de 6,9%, a taxa de desocupação demonstrou certa estabilidade, no entanto, frente a agosto de 2009 (8,1%), houve uma diminuição de 1,4 ponto percentual (p.p.), reforçando o bom desempenho para agosto de 2010. 

Na média acumulada do ano, a taxa foi de 7,2%. Em igual período, o ano de 2008 obteve uma média de 8,1% e, no ano de 2009, essa média ficou em 8,5%.

A massa salarial real, por sua vez, atingiu, em agosto de 2010, R$ 32,9 bilhões contra R$ 32,3 bilhões do mês de julho, o que corresponde a um aumento aproximado de 1,8%. Nesses termos, em relação ao mês de agosto de 2009 (R$ 30,2 bilhões), o aumento foi de 8,8%. Do ponto de vista da análise trimestral ante o mesmo período do ano anterior, verifica-se um ritmo acelerado de crescimento da massa salarial real a partir da comparação do primeiro trimestre de 2010 com igual período de 2009. 

Os dados mostram uma trajetória percentual expressiva na massa de rendimentos reais (comparada ao mesmo período do ano anterior) a partir do primeiro trimestre deste ano (4,0%) chegando a 8,8% em agosto de 2010. 


Veja o documento na íntegra aqui.


Fonte:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada



18/10/2010 16:33


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