Mesquita Júnior mostra 'sacola da vergonha' comprada no Acre e faz acusações ao governo
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) apresentou da tribuna o que chamou de "sacola da vergonha", com vários alimentos comprados em um supermercado do estado do Acre, todos produzidos em outros estados - arroz, feijão e leite. Ele acusou os governos federal e do Acre por não incentivarem a produção de alimentos e de perseguir os pequenos proprietários "por qualquer árvore cortada", enquanto "finge que não vê as grandes madeireiras cortandofloresta".
- O governo federal e os grupos que estão no poder no estado há quase 14 anos viraram as costas para os pequenos e médios produtores. Não há crédito para eles. Vi na televisão um empresário dizer que tem sido obrigado a pagar o dobro pelo frete para receber mercadorias, porque o Acre hoje não exporta nada. O caminhão só vai até o estado para entregar mercadorias e volta vazio - lamentou o senador.
- Dizem em Rio Branco que, se for fechada a rodovia que liga o Acre a Rondônia, os acreanos vão morrer de fome em uma semana. Hoje, a única coisa que exportamos são as músicas do conjunto Los Porongas, que se apresenta nos outros estados - ironizou.
Geraldo Mesquita Júnior afirmou que a agricultura praticada atualmente no Acre é "apenas para a subsistência" das famílias que vivem no campo. Citou que um produtor reclamou recentemente que tinha 15 toneladas de milho em sua propriedade que estavam apodrecendo, pois o milho produzido no estado de Mato Grosso chegava a Rio Branco com preço mais baixo que o custo da produção local.
- Nossos pequenos e médios agricultores estão abandonados pelo governo. Mas ai daqueles que resolverem cortar algumas árvores sem autorização. Nesse caso, são lembrados imediatamente pelos fiscais do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis], do governo estadual, da Polícia Federal e outros. Todos aparecem para cobrar multas e ameaçar - afirmou.
O senador do Acre leu uma carta fictícia, que circula no estado, onde o "Zé Agricultor" escreve para o "Luiz da Cidade". O agricultor reclama das ameaças do fiscal ambiental por ter uma pocilga a menos de 30 metros do riacho e por ter oferecido ao empregado "um colchão que tem dois centímetros a menos" que o recomendado pelo fiscal do trabalho. O agricultor pergunta ao amigo se, nas cidades, ninguém joga esgoto sem tratamento nos rios e se os empregados moram em boas casas, "com bons colchões e boa comida".
Geraldo Mesquita Júnior foi cumprimentado por seu protesto, em apartes, pelos senadores Papaléo Paes (PSDB-AP), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Jefferson Praia (PDT-AM).
05/04/2010
Agência Senado
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