Metrô e CPTM ganham projetos para ampliar a acessibilidade
Informações são divulgadas no mês em que se comemora o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 3 de dezembro
Aproximadamente 40% das estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) têm equipamentos (elevador e rampas nos acessos e plataformas, sistemas de informação visual e sonora e sanitários públicos adaptados). O objetivo é facilitar o acesso e a circulação de pessoas portadoras de necessidades especiais ou com restrição de mobilidade. No caso do Metrô, 69% das estações dispõem das mesmas facilidades.
Os dados foram divulgados no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 3 de dezembro. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data há mais de 15 anos para que governantes, habitantes e instituições de todos os países reflitam sobre os direitos dessa parcela da sociedade.
O conceito de acessibilidade numa estação engloba acessos, rampas, elevadores, sanitários unifamiliares, comunicação visual, rota tátil, sinalização em Braille, assentos preferenciais, entre outros.
Há o acesso comum, rampas, que vão da rua para o interior da estação. Nas antigas, a circulação interna não atendia às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O problema era resolvido com elevadores especiais e plataforma de elevação inclinada (espécie de minielevador adaptado para cadeira de rodas).
Novas melhorias – O gerente de operações, Mário Fioratti, diz que o Metrô reconhece a relevância do tema desde 1974, quando a companhia entrou em atividade. Desde aquela época, o intuito é que os usuários especiais adquiram autonomia e facilidades de movimentação no transporte público.
Quando a Linha 2–Verde foi inaugurada, lembra o gerente, o projeto previa elevadores especiais para levá-los até a plataforma. Esses elevadores foram instalados em sete das 23 estações da Linha 1–Azul (Tucuruvi, Parada Inglesa, Jardim São Paulo, Sé, Luz, Armênia e Ana Rosa).
“Estamos adquirindo 25 elevadores e 32 plataformas elevatórias para as demais paradas da Linha 1–Azul. Nos próximos dois anos, as 55 estações do Metrô terão esses dois itens e piso tátil”, assegura Fioratti. Até agora, não foi definido o valor do investimento, mas o pacote de intervenções prevê adaptação de todos os itens de acessibilidade até 2009.
Atualmente, quando o passageiro especial precisa de ajuda chama um usuário para comunicar um funcionário. A idéia é instalar um sistema de comunicação, cujo portador de necessidade diferenciada tenha acesso a interfone para convocação direta à sala de supervisão operacional
maioria da frota da CPTM tem espaço para cadeirantes
Apesar de herdar patrimônio antigo, proveniente de quase um século e meio, a CPTM mantém quase todos os itens necessários de acessibilidade em 20 das suas 88 estações: Guaianases, José Bonifácio, Dom Bosco, Corinthians–Itaquera e Tatuapé, situadas ao longo do Expresso Leste; Brás, Luz e Barra Funda (Integração Centro); além de 12 localizadas na Linha C–Esmeralda (Osasco, Presidente Altino, Hebraica–Rebouças, Cidade Jardim, Vila Olímpia, Berrini, Morumbi, Granja Julieta, Santo Amaro, Socorro, Jurubatuba e Autódromo). Outras 16 também dispõem de alguns recursos nos acessos (rampas, sanitários ou elevadores, por exemplo).
A frota de trens da CPTM tem, em parte, recursos exigidos pela lei: sinal sonoro de abertura e fechamento de portas; assentos reservados e devidamente identificados, além da campainha, sinal luminoso que indica abertura e fechamento de portas para pessoas com deficiência auditiva. Os mais recentes trens (40) – trinta da série 2.000 do Expresso Leste e dez da série 3.000, da Linha C – adquiridos são considerados acessíveis quase que na totalidade dos dispositivos de acessibilidade. Cerca de 80% da frota apresenta espaço para cadeirantes.
Folder – Telefones para surdos-mudos, conhecidos como TDD’s (aparelho de telecomunicações para surdos, em inglês), estão disponíveis em 46 estações.
Um guia em Braille, com todos os serviços da CPTM, foi desenvolvido para facilitar a locomoção de portadores visuais, total ou parcial. Com transcrição e impressão da Fundação Dorina Nowill para Cegos, o folder relaciona as estações da CPTM, distribuídas pelas seis linhas, inclusive as que possuem integração física e tarifária com o Metrô, além do mapa do transporte metropolitano, com as linhas do Metrô, e as de ônibus da EMTU. Também estão incluídas as linhas em projeto e futuras estações. Foram editados cinco mil exemplares que estão disponíveis na Fundação e no Posto de Atendimento ao Usuário da CPTM (Barra Funda).
Os empregados têm treinamento específico para atender passageiros com mobilidade reduzida e portadores de deficiência. Uma das mais importantes ações é o treinamento de condução, ministrado por profissionais da AME (Amigos Metroviários dos Excepcionais), que capacitará 2,1 mil pessoas das áreas de estações e de segurança até meados do ano que vem. Outras 720 (dos mesmos setores) serão habilitadas para utilizar a linguagem dos sinais (Libras).
Investimento – Os projetos de acessibilidade estão contemplados no Plano de Expansão da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. A empresa desenvolve programas básicos para a adequação funcional de mais 41 estações. Ainda foram contratados projetos executivos para outras 12 estações.
Embora o decreto 5.296/04 estabeleça prazo de dez anos para as adaptações de acessibilidade, até 2010 estão previstos recursos de cerca de R$ 6 bilhões na CPTM, que serão aplicados na extensão de linhas, modernização da infra-estrutura, aumento e melhoria da frota. O Metrô e a CPTM seguem as normas de acessibilidade regulamentadas no Decreto Federal nº 5.296, de 3 de dezembro de 2004.
12/15/2007
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