Ministério aborda plano nacional de agroecologia em encontro



O Plano Nacional de Transição Agroecológica, em elaboração no Ministério do Meio Ambiente (MMA) para atender às redes que buscam outro padrão de desenvolvimento econômico, foi um dos assuntos abordados na abertura do “Encontro Nacional de Diálogos e Convergências: agroecologia, saúde e justiça ambiental, soberania alimentar, economia solidária e feminismo”, na segunda-feira (26).

O plano, resultado de um compromisso assumido pelo MMA com as redes de economia solidária e de agricultura familiar, concilia produção de alimentos com conservação dos recursos naturais e viabiliza a agricultura familiar. O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável e representante do ministério no evento, Roberto Vizentin, explicou que uma das convergências que essas redes buscam “é fortalecer a alternativa concreta de organização da produção agrícola em bases ecológicas”.

Segundo ele, esse modelo de produção dialoga com o tema das mudanças climáticas e estimula a agrobiodiversidade.  Esse sistema prioriza uma forma plural de produção que se contrapõe à monocultura. Em vez de plantar somente um tipo de grão em grandes extensões de terra, esse sistema investe em vários tipos de cultivos diferentes e, com isso, não só promove a adaptação à diversidade do ambiente, mas mitiga os efeitos climáticos.

Uma das vantagens da agricultura ecológica em comparação com a agricultura convencional é o reduzido impacto que ela exerce sobre os recursos naturais, sobretudo, em relação às mudanças climáticas, porque não se baseia em insumos agroquímicos, os quais usam, especialmente, adubos nitrogenados e formas de uso do solo que emitem gases de efeito estufa.

“Ao ser menos vulnerável, o sistema de produção agroecológico proporciona menos impacto na mudança climática e aumenta a segurança alimentar das regiões e dos países”, disse Vizentin. Ele informou que o modelo defendido pelas redes está predominantemente ligado à agricultura familiar. “Ele é exatamente o contrário da produção convencional baseada em commodities e em um sistema produtivista”, disse.

No encontro, os participantes criticaram o uso do agrotóxico na agricultura brasileira e mencionaram o compromisso da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, durante a Marcha das Margaridas deste ano, de instituir uma mesa de discussão sobre o uso e as consequências da aplicação massiva de venenos na agricultura brasileira. “O Brasil é campeão mundial de uso de agrotóxico e isso impacta o meio ambiente e a saúde pública. Um exemplo disso foi o veneno detectado no leite materno das mulheres que amamentavam no município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, até a contaminação dos recursos hídricos”, alertou o secretário.

 

Fonte:
Ministério do Meio Ambiente



27/09/2011 17:13


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