Ministro da Fazenda analisa o cenário econômico em 2013



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta quarta-feira (18), em café da manha com jornalistas, que a recuperação dos investimentos foi o grande desafio superado neste ano.

Até outubro, a Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 6,5%. “Nós conseguimos abrir o caminho para o investimento no país, principalmente, com as concessões, e ele deverá ser o puxador da economia brasileira em 2014 e nos próximos anos”, afirmou o ministro.

Segundo Mantega, as medidas adotadas pelo governo para impulsionar os investimentos já começam a surtir efeito. “Nós barateamos os investimentos, reduzimos a taxa de juros e o custo tributário para aumentar a competitividade das empresas”.

Uma das melhores notícias do ano, na avaliação do ministro, foi o bom resultado dos leilões de concessões, como o do campo de Libra, dos aeroportos de Galeão (RJ) e de Confins (MG) e de algumas rodovias. “As concessões funcionaram e deram certo. Elas significam investimentos em médio e longo prazo”, comemorou.

Ainda sobre concessões, o chefe da Fazenda disse que o resultado dos leilões mostrou o apetite das empresas para projetos bastante atraentes.

“Há poucos projetos no mundo com a rentabilidade que oferecemos aqui. Nós nos enveredamos para o caminho do investimento elevado e, com as concessões, podemos falar de um novo ciclo de investimentos”, enfatizou Mantega.

Ao falar sobre a confiança do mercado na economia brasileira, Guido Mantega disse que houve um mau humor exagerado por parte de alguns setores.

Na visão dele, a maior prova de confiança na economia está no interesse dos investidores externos. “Em novembro, por exemplo, entraram no Brasil US$ 8,33 bilhões. O país conta com o um dos maiores mercados de atração de investimentos externos diretos. Isso é sinal de confiança”, reforçou.

Crise internacional e PIB 

Na avaliação sobre 2013, Guido Mantega afirmou que o ano foi de grandes desafios, pois havia a necessidade de superar as dificuldades trazidas pela crise internacional. Entretanto, os principais problemas foram vencidos, principalmente com relação à recuperação do Produto Interno Bruto (PIB). 

“Terminamos 2012 com um crescimento fraco e tínhamos que imprimir um ritmo maior. Além disso, tínhamos o desafio de reduzir a pressão inflacionária, implementar as concessões e ampliar o volume de investimentos”, comentou o ministro.

Segundo o ministro, há cinco anos a economia internacional não contribuí, e de certa forma até atrapalha, um desempenho melhor da economia brasileira.

Para ilustrar seu argumento, ele citou que o PIB mundial em 2013 só não vai ser o pior da série por causa de 2009. Pelos dados apresentados, em 2007, a economia mundial cresceu 5,7%, enquanto o Brasil, 6,1%. Já em 2013, o PIB mundial vai ser menor que 3% e o do Brasil em torno de 2,5%.

Entretanto, para Mantega, a boa notícia é que este foi o ano de virada e, provavelmente, o último da crise que se iniciou em 2008 nos Estados Unidos (EUA) e se estendeu pela Europa em 2011.

As economias norte-americana e europeia estão em crescimento gradual, o que dinamiza a atividade global. “A economia está em uma trajetória ascendente e o ritmo deve ser mantido em 2014 devido a condições mais favoráveis no cenário internacional e aos investimentos”, ressaltou Mantega. 

Indústria 

Em sua projeção para o desempenho da indústria nacional em 2014, o ministro frisou que, com a melhora dos mercados internacionais e com o câmbio mais favorável, há a perspectiva de crescimento da produção e de aumento nas exportações.

“Além disso, a desoneração da folha de pagamentos e outras medidas tributárias aumentarão a produtividade da indústria, que significa redução de custos. Isso permite um quadro melhor para a indústria no ano que vem”, complementou o ministro.

Mantega lembrou que o governo ainda precisa eliminar alguns gargalos para melhorar a competitividade da indústria brasileira, principalmente em infraestrutura. Para o próximo ano, sinalizou que o governo pretende fazer grandes investimentos em portos e ferrovias.

Política fiscal 

Aos jornalistas, Guido Mantega admitiu que a questão fiscal em 2013 foi mais difícil. Explicou que o ano começou com uma arrecadação fraca e ainda houve as desonerações, que ficaram em torno de R$ 50 bilhões.

“Nós tivemos problemas no ano passado, pois a economia cresceu pouco e teve pouca receita extraordinária. Tínhamos uma meta que precisava ser cumprida e usamos o Fundo Soberano”, explicou Mantega.

Nas palavras do ministro, as operações realizadas em 2012 para fechar a meta de superávit, apesar de serem legais, geraram dúvidas. Por isso, nesse ano, a orientação é que todas as operações sejam as mais transparentes possíveis para evitar questionamentos. “Agora, fazemos operações não apenas corretas, mas que parecem corretas”. Mantega informou ainda que em 2014 as despesas do governo continuarão sob rígido controle.

Fonte:
Ministério da Fazenda 



18/12/2013 18:39


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