Ministro diz que é preciso "corrigir os erros do passado"



Questionado pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) sobre uma suposta continuidade da política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso no atual governo, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse nesta terça-feira (11) que tem muita tranqüilidade para admitir os próprios erros, mas também quer discutir os erros do passado para evitar repeti-los e até para poder receber as críticas.

- É preciso corrigir os erros do passado, mas não para condenar pessoas que trabalharam pelo país. Reconheço o esforço feito pela estabilidade econômica, mas a nossa política econômica não é repetição da anterior - afirmou durante debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Palocci explicou que qualquer política econômica tem que ser baseada no combate à inflação e que política fiscal se aprende com as donas-de-casa. Ele afirmou que o último governo -gastou mais do que arrecadou-, e acrescentou que o novo governo está mudando a política econômica, exemplificando com o corte feito no orçamento deste ano.

- O contingenciamento não foi feito com aumento de impostos, como fez o governo passado impondo à sociedade o custo do ajuste fiscal - ressaltou.

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse ao senador Artur Virgílio que a impressão de haver uma continuidade da política econômica pode estar existindo porque as diferenças ainda não apareceram, ou o governo -ainda não conseguiu explicitá-las-. Mantega lembrou que o atual governo sempre afirmou que administraria o orçamento público com responsabilidade fiscal e que a diferença está na mudança de conduta do Estado.

Segundo Mantega, o -núcleo duro- do governo anterior tinha aversão a uma atividade maior no Estado na economia.

- Estamos preparando agora o Plano Plurianual de Investimentos, quando colocaremos nosso projeto de desenvolvimento a longo prazo. Isso implica num certo papel do Estado, não nos antigos moldes intervencionistas, mas uma intervenção em termos modernos, através de política industrial - explicou.

Bancos Estaduais

O senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) perguntou a Palocci sobre a situação do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), que foi federalizado e está em processo de privatização. Palocci disse que após a campanha eleitoral o governador Luiz Henrique e diversos parlamentares catarinenses procuraram o presidente Lula para oferecer sugestões para o BESC e que não foi interrompido o processo de privatização do banco. O ministro explicou que o presidente definiu que, -no geral-, não é política do governo federal manter bancos estaduais e não é desejo privatizar bancos federais.

- O presidente Lula vai analisar as alternativas para depois decidir - concluiu.



11/03/2003

Agência Senado


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