Ministro garante que PF está investigando ONGs irregulares



O Ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, disse nesta terça-feira (12) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades cometidas por organizações não governamentais que a Polícia Federal está investigando as denúncias segundo as quais a Focus (ONG canadense que reúne 4.500 produtores de vários países) teria oferecido US$35 por hectare de soja para que os produtores brasileiros deixassem de plantar.

- Existem outros casos, como o da seita do reverendo Moon, que teria adquirido irregularmente 85 ha de terras no Mato Grosso, que também estão sendo investigados. Se houver ilícitos serão punidos na forma da lei - afirmou o Ministro.

O presidente da CPI, senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), ressaltou que, após dois meses de atividades, já existem provas de que a Focus e outras organizações (como a Cooperíndio, a Associação Amazônia e a Napacan) cometeram irregularidades. As denúncias, segundo ele, serão encaminhadas ao Ministério Público e ao Ministério da Justiça para que sejam tomadas as devidas providências.

Mozarildo não confirmou se a CPI irá propor, ao final dos seus trabalhos, uma nova legislação para o setor. No entanto, ele voltou a denunciar os -enormes prejuízos- que a sociedade pode estar sofrendo em conseqüência das atividades dessas organizações.

O senador lembrou que recentemente a Polícia Federal apreendeu cerca de 300 kg do minério tantalita, extraídos ilegalmente pela ONG Cooperíndio de terras indígenas no Amazonas.

- Trata-se de um minério de alto valor no mercado internacional utilizado em equipamentos eletro-eletrônicos, em naves espaciais e até em material bélico - disse ele.



12/11/2002

Agência Senado


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