Ministros da Defesa do Brasil e da Argentina discutem aliança regional



O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que para o Brasil “nada é mais importante que a aproximação com a Argentina”, uma “aliança estratégica” para a integração regional.

Amorim apresentou a posição brasileira sobre a cooperação com a Argentina em reunião na segunda-feira (5) com o ministro da Defesa da Argentina, Arturo Puricelli, no Edifício Libertador, sede do Exército e Ministério da Defesa argentino.

“Para o Brasil, nada tem sido mais importante que a aproximação com a Argentina, superando rivalidades históricas”, disse Amorim, em sua primeira visita oficial à Argentina como ministro da Defesa, cargo que assumiu há cerca de um mês.

Os dois ministros conversaram sobre temas bilaterais como o diálogo político e estratégico e a cooperação nas áreas militar, ciência e tecnologia, produção de equipamentos de defesa e também atuação na Antártida e no Atlântico Sul.

“Discutimos temas que vão desde a coordenação do Conselho de Defesa Sul-Americano [CDS, da Unasul] até projetos tecnológicos e produtivos conjuntos”, disse Puricelli à imprensa, acompanhado de Amorim.

Entre os projetos dos dois países, o ministro argentino destacou a fábrica de aviões de Córdoba, que vai produzir equipamentos para o modelo militar KC-390, da empresa brasileira Embraer.

Ele mencionou também que tratou com Amorim sobre o veículo Gaúcho, espécie de jipe de alta mobilidade desenvolvido por Brasil e Argentina, e a “possibilidade” de construção de barco para patrulhamento nos rios com participação de empresas dos dois países.

Amorim ressaltou que a relação do Brasil com a Argentina tem “prioridade estratégica” e temas em comum, como a Missão de Paz no Haiti e a integração sul-americana. “O Conselho de Defesa Sul-Americano da Unasul é um dos organismos institucionais mais importantes com o objetivo de assegurar que a região seja uma zona de paz”, disse Amorim.

Amorim destacou ainda que a “aliança estratégica” entre Brasil e Argentina é o fundamento para a integração regional no Mercosul e na Unasul e em outros setores, como a Defesa.

O ministro defendeu uma “região pacífica e não indefesa” com capacidade de dissuasão e para proteger os recursos naturais, como água, alimentos, a biodiversidade e impedir a destruição do meio ambiente.

Amorim destacou ainda a importância do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa criado pelo CDS, com sede em Buenos Aires, para a elaboração de um “pensamento estratégico autônomo” e com “identidade sul-americana”.

“No Brasil, a Defesa é parte de uma agenda nacional, é uma política de Estado”, disse Amorim, acrescentando que defesa e desenvolvimento têm vínculos comuns com tecnologia e produção.

Amorim disse ainda que está em fase de preparação uma nova edição do Livro Branco da Defesa, que traz eixos da política brasileira de defesa.

 

Fonte:
Agência Brasil



06/09/2011 11:42


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