Monitoramento agrícola global terá apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais



Imagens de satélites e observações meteorológicas serão usadas para monitorar safras e melhorar a informação sobre a oferta de alimentos em escala global. Boa parte da população mundial está nos países que enfrentam os maiores problemas com a insegurança alimentar. A solução de questões como a volatilidade dos preços, o acesso à comida e o aumento sustentável da produtividade passa pela melhoria da informação sobre a atividade agrícola.

O Brasil, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integra o Grupo de Observação da Terra (GEO, na sigla em inglês), organismo intergovernamental responsável por parte do plano de ação recentemente lançado pelos chefes de Estado dos países do G20, que reúne as maiores economias do mundo. A ideia é monitorar a produção de soja, milho, trigo e arroz (commodities agrícolas de alto consumo e impacto no mercado internacional).

Pesquisador do Inpe, João Vianei Soares, há um ano está em Genebra (Suíça), como consultor do secretariado do GEO para agricultura. Sua missão é coordenar iniciativas voltadas ao monitoramento da produção, além de discutir com os países a oferta livre de dados que possam contribuir com a construção de um sistema global.

“O monitoramento global da agricultura através do GEO é um dos itens do plano do G20 voltado à agricultura e volatilidade dos preços dos alimentos. O objetivo é melhorar a informação sobre a produção de grãos em todo o mundo, dando transparência às informações, para orientar decisões dos governos sobre suas políticas agrícolas e evitar especulação sobre estoques e volatilidade dos preços”, explica.

A projeção das safras depende da informação de tempo e clima e do monitoramento baseado em satélites, associada a outros indicadores econômicos e sociais. Alguns países têm seus próprios sistemas, enquanto outros, ainda que contem com as informações necessárias, não possuem um programa efetivo para acompanhar a produção. Estados Unidos, China e União Europeia já possuem sistemas que monitoram a atividade agrícola no mundo. A FAO, organismo das Nações Unidas para a Agricultura, tem um sistema voltado a países com risco de fome.

“Países como o Brasil, que são grandes produtores e exportadores, ganharão muito com a transparência de um sistema que integre os grandes programas de estimativa de safras existentes no mundo. Outros monitoram nossa produção há bastante tempo, ou seja, ela já é ‘transparente’ para alguns países do mundo”, diz o consultor Soares.

O grupo vai atuar para melhorar a capacidade da comunidade internacional de produzir e difundir informações relevantes para o monitoramento da produção agrícola em escala nacional, regional e global. Também orientará estratégias das agências espaciais para investir em tecnologias de sensoriamento remoto e no aumento da quantidade de dados relevantes ao monitoramento agrícola.

O lançamento do satélite sino-brasileiro Cbers-3, no segundo semestre de 2012, assim como novos instrumentos da Europa, Japão, Índia e Estados Unidos, é fundamental para o sucesso do sistema global de monitoramento agrícola.

As informações devem ser abertas, como as imagens de satélite do Inpe, que foi a primeira instituição no mundo a permitir o acesso livre e gratuito pela internet de dados orbitais.

A iniciativa do GEO, que reúne 90 países e 60 organizações, somada à decisão do G20 de adotar um sistema de monitoramento global, deve resultar em 2012 num plano para implantar ações e definir metas, prazos e atribuições. Também haverá um plano de coleta de dados específicos que será submetido às agências espaciais.


Fonte:
Inpe



29/11/2011 16:54


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