Moreira Franco diz que quer aeroportos operando 24 horas também com cargas
O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, confirmou nesta terça-feira (9), em audiência no Senado, o interesse do governo em garantir que os aeroportos brasileiros operem 24 horas por dia também na movimentação de cargas. Ele anunciou que esse será o tema de reunião nesta quarta-feira (10) com todas as áreas de governo envolvidas com as operações aeroportuárias.
- É fundamental que a operação aeroportuária atenda ao cliente, e ele não é só o passageiro dos voos, mas também aquele que usa o modal para suas atividades econômicas – disse ele, reafirmando em entrevista o que havia falado antes aos senadores.
Antes ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, assumiu a pasta na recente reforma ministerial. Ele falou aos integrantes da Subcomissão Temporária sobre Aviação Civil na mesma reunião aprovou o relatório final do colegiado. Moreira Franco disse que os aeroportos não podem ficar restringidos por conta de uma legislação que limita em oito horas a jornada diária. A seu ver, não se pode excluir o pagamento de horas extras para garantir o funcionamento.
Companhias frágeis
Ele também manifestou preocupação com a saúde econômico-financeira das empresas de aviação civil nacionais, a seu ver uma “questão histórica” no país, pois as companhias do setor acabam perdendo “consistência” ao longo do tempo.
O ministro adiantou que já encomendou estudos detalhados sobre assunto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Disse que solicitou urgência e que, a partir da entrega, será possível abrir uma “reflexão” dentro do governo. Segundo ele, o objetivo é definir uma política consistente para que o país possa contar com "companhias robustas".
Segundo Moreira Franco, até aqui vem existindo muito "achismo" e pouca consistência técnica nos debates sobre os problemas das companhias de aviação civil. Por isso, ressaltou a importância dos estudos agora serão feitos por instituições, a seu ver, altamente qualificadas. Disse ser preciso definir “uma política que tenha começo, meio e fim” , coerente com os esforços de investimentos na infraestrutura portuária do país.
- Adianta muito pouco nós oferecemos aeroportos com qualidade se não tivermos companhias robustas que sejam capazes de prestar um serviço com segurança, qualidade e preço ao cidadão brasileiro.
A imprensa repercutiu com intensidade nos últimos dias a divulgação dos balanços das companhias aéreas. As duas maiores empresas do setor, TAM e Gol, apresentaram, em conjunto, um prejuízo de R$ 2,7 bilhões em 2012. Houve um crescimento de 148,6% nas perdas em relação aos resultados de 2011, quando os prejuízos somaram R$ 1,08 bilhão.
Os resultados negativos são atribuídos especialmente à valorização do dólar e aos aumentos do combustível e das tarifas aeroportuárias.
09/04/2013
Agência Senado
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