Mozarildo: 'A sociedade pode ajudar a combater a corrupção não elegendo corruptos'
Ao comentar reportagem da revista Veja desta semana, em que são apontadas "as dez raízes da corrupção", o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) alertou para a necessidade de o eleitor colaborar, com o seu voto, escolhendo políticos que não estejam envolvidos com atos ilícitos. Para o senador, não há necessidade de o Congresso Nacional aprovar o projeto de lei de iniciativa popular que impede a candidatura dos chamados "fichas sujas".
- O eleitor precisa entender que, quando dá voto a um corrupto, está prejudicando a si próprio. Não é preciso aprovar um projeto 'ficha suja' ou 'ficha limpa". Basta o cidadão, na hora de votar, ver se o candidato tem ou não um passado limpo - sugeriu.
Pelo projeto, cidadãos condenados em primeira instância ou denunciados por crimes graves, como homicídio ou tráfico de drogas, não poderão se candidatar. Políticos que renunciam para evitar o processo de cassação por quebra de decoro parlamentar também estarão impedidos de postular um cargo, de acordo com o projeto.
O registro de condenados por compra de votos ou uso eleitoral da máquina administrativa também será vetado, segundo a proposta.
Mozarildo, citando a reportagem da Veja, disse que a impunidade aparece como uma das raízes da corrupção devido à capacidade de os políticos com recursos financeiros contratarem advogados para protelarem, indefinidamente, os processos e evitarem, assim, sua condenação.
Outro ponto apresentado na reportagem da Veja e visto como fundamental pelo parlamentar é a conivência da sociedade com os políticos envolvidos em escândalos, nos quais os eleitores acabam votando novamente, conforme diz a revista, porque priorizam suas necessidades pessoais na hora de definir o voto, muito embora tenham preocupação com a ética.
- Essa é uma tarefa que tem de ser de toda a sociedade, de instituições sérias, das religiões, do Rotary, da Maçonaria - sugeriu o parlamentar.
Mozarildo, que é maçom, informou que a entidade lançou um folder intitulado Brasil Novo: Ética, moral e dignidade. A responsabilidade é de todos nós, e afirmou que se as pessoas se mobilizarem para conscientizar um grupo de, pelo menos 15 pessoas de seu círculo de convivência já estarão contribuindo para diminuir a corrupção no país.
Caixa dois
Para solucionar a existência de caixa dois nas campanhas eleitorais, Mozarildo apontou a necessidade de união dos três poderes da República, como fez a Itália com a Operação Mãos Limpas de combate à máfia no fim dos anos 80. Ele criticou a postura do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que ao longo de seus dois mandatos durante os diversos escândalos de corrupção e, principalmente, no caso do "mensalão", dava declarações dizendo não saber de nada. Criticou também o fato de Lula voltar-se contra instâncias fiscalizadoras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público, querendo diminuir-lhes a independência e retirar-lhes as prerrogativas.
09/12/2009
Agência Senado
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