Mozarildo alerta para desafio do crescimento populacional de São Paulo



Ao analisar estudos recentes da Organização das Nações Unidas sobre as cidades mais populosas do mundo, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) afirmou que a cidade de São Paulo precisará dar prioridade máxima à área social nos próximo anos para fazer face, "com as condições mínimas de dignidade humana", ao desafio de atender os 20 milhões de habitantes que deverá ter em 2015. Isto, ressaltou, implicaria reduzir as distâncias e as discrepâncias sociais, de modo a proporcionar um sentido de igualdade e de justiça a todos os paulistanos.

Mozarildo entende que uma das formas de atingir este objetivo é o investimento na descentralização do desenvolvimento do país, que "precisa crescer de maneira igual". Para ele, o Brasil "precisa deixar de ser só Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais".

A quarta cidade mais populosa do planeta, com aproximadamente 18 milhões de habitantes, perdendo apenas para Tóquio, Cidade do México e Bombaim, e a maior metrópole do hemisfério sul, São Paulo, disse o senador, "parece acolher o melhor e pior que a globalização pode oferecer às sociedade modernas". Embora seja o maior centro industrial e financeiro do Brasil, observou, a cidade abriga, simultaneamente, "as mais intoleráveis mazelas da vida social moderna, sendo incapaz de oferecer teto, trabalho e educação a grande parte de seus moradores".

- Pobreza e riqueza, cultura e ignorância, consumo e mendicância, injustiça e bondade, todos esses pares antitéticos da moralidade social parecem conviver sob um teto paulistano indiscutivelmente nada confortável ou harmônico - afirmou.

O senador destacou que nos últimos cinco anos, a grande São Paulo registrou crescimento de quase 8% no número de mortes violentas, que chegam a 444 a cada mês. Para o Núcleo de Estudos de Violência da USP, citado pelo senador, a explicação para tais números pode ser o ambiente de exclusão, miséria e abandono que mina aos poucos a capacidade dos indivíduos sonharem e de quererem fazer as coisas.

Mozarildo frisou que São Paulo não pode ser reduzida à pobreza e ao caos social. Ele lembrou que a cidade concentra um dos mais agitados eixos culturais da América Latina, reunindo um grupo seleto de artistas e intelectuais notáveis, sendo campeã no número de peças e filmes em cartaz, promovendo mais de 40 mil eventos anualmente e recebendo mais de 10 milhões de visitantes por ano, entre brasileiros e estrangeiros.

14/09/2001

Agência Senado


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