Mozarildo alerta para 'gargalos' que podem frear o crescimento econômico
O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) manifestou sua satisfação diante de números recentes que mostram uma retomada do crescimento econômico. Na sua avaliação, se os dados continuarem a ser positivos durante os próximos trimestres, estará configurada uma tendência sustentada de recuperação econômica, que "é tudo o que os brasileiros mais desejam".
Mozarildo alertou, no entanto, para alguns "gargalos" que podem frear esse desenvolvimento. O primeiro deles é a situação precária da infra-estrutura de transportes, portos e armazenagem. Ele citou levantamento do Bunge Brasil que mou em US$ 2,5 bilhões as perdas do agronegócio brasileiro no corrente ano devidas aos entraves às exportações em estradas e portos.
Na avaliação do senador, um dos maiores obstáculos à retomada do crescimento em condições de sustentabilidade é institucional, como os entraves burocráticos à abertura de novas empresas. O senador lembrou que no Brasil são necessários 152 dias para que um investidor consiga abrir seu negócio. Ele citou o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que em entrevista à revista Exame estimou em US$ 25 bilhões anuais o custo brasileiro pelo excesso de burocracia.
Outro problema apontado por Furlan, segundo Mozarildo, diz respeito à confusa e excessiva legislação tributária. Até mesmo programas como o Simples, de facilitação do recolhimento tributário para pequenas e microempresas, têm se revelado complexo e tormentoso para o pequeno empreendedor. O ministro, disse o senador, está consciente de que há muito o que avançar nesse sentido.
Mozarildo advertiu para o fato de que os números positivos da economia dependem de incentivos claros por parte do governo, que permitam uma expansão nos mesmos níveis do primeiro semestre de 2004. Um sinal de que o ritmo poderá se reduzir foi a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros freando a expansão do investimento e da demanda, por receio de descontrole da inflação, lamentou o senador.
28/10/2004
Agência Senado
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