Mozarildo cobra do governo ampla reforma agrária



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) cobrou do governo uma ampla reforma agrária, mesclando a intervenção direta do Estado com mecanismos de mercado. O senador disse que, apesar dos esforços do Executivo, a realidade é que cerca de 80% das terras agricultáveis ou de pastagens no país ainda estão nas mãos de apenas 9% dos proprietários de terra, "tornando injusto o quadro de distribuição de terras brasileiras".

- Só com boa qualidade de vida oferecida ao homem do campo e com garantia de subsistência conseguiremos diminuir a tensão social no setor. Tudo isso faz parte do bem comum e são metas a serem trilhadas para que o Brasil obtenha plena justiça social - afirmou.

Mozarildo lembrou que, na década de 60, o deputado Bilac Pinto insistia na adoção imediata de profunda reforma agrária, para que o Brasil não viesse a sofrer as graves conseqüências de um êxodo rural. Para o senador, os governos militares não deram atenção ao problema e o massivo êxodo rural ocorrido nos anos 70 e 80 teria pego de surpresa as autoridades brasileiras.

Informações oficiais, conforme o senador, mostram que, da meta de desapropriações de terras previstas para este ano, 60% já foram cumpridos, com 474 imóveis desapropriados, totalizando 886.250 hectares que, até o fim do ano, abrigarão 45 mil famílias, 20 mil delas pelo Banco da Terra.

Por outro lado, informou o senador, o Movimento Sem Terra (MST) contesta os dados governamentais. João Pedro Stédile e Gerson Teixeira, em recente artigo publicado nos Cadernos do Terceiro Mundo, afirmam que estudos do próprio governo denunciam "o brutal empobrecimento da agricultura brasileira, a concentração da terra e a proliferação de outras mazelas sociais".

16/08/2001

Agência Senado


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