Mozarildo cobra resultados de investigação sobre corrupção eleitoral em Roraima



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) cobrou nesta segunda-feira (6) os resultados e conclusões das investigações que estavam sendo feitas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal sobre a ocorrência de corrupção eleitoral neste ano em Roraima. Mozarildo disse que em seu estado e em vários outros houve compra de votos e abuso do poder político e econômico, mas a lei eleitoral é uma colcha de retalhos que acaba beneficiando o autor do crime.

- Depois que diploma e toma posse, há uma cultura geral no Brasil de que as coisas não acontecem mais. Aliás, muitos praticam crimes eleitorais confiando nisso, confiando em bons e muito bem pagos advogados - lamentou.

Mozarildo salientou que, segundo a imprensa, o voto mais caro do Brasil - quando se compara o custo das campanhas e número de votantes - foi o do estado de Roraima, que também é o estado com menos eleitores no país. Ele disse que isso mostra o tamanho da corrupção praticada naquele estado, pois a Polícia Federal anunciou a apreensão de R$ 4 milhões em todo o Brasil, sendo que R$ 2,5 milhões foram apreendidos apenas em Roraima.

- O governador [reeleito] está tendo razão, quando disse em julho de 2008 na minha cara que lá [em Roraima] só ganhava eleição que tinha o poder na mão e dinheiro. E disse também que, naquela época, já tinha misteriosamente R$ 50 milhões para gastar na campanha. Imaginem quanto ele não tinha em 2010 - denunciou.

O senador também classificou como "lamentável" o estado em que se encontra o setor de saúde em Roraima e leu uma nota de repúdio escrita pela família Aguiar da Silva. Na nota, a família afirma que o jovem Felipe Alexander faleceu no Hospital Geral de Roraima por negligência hospitalar, não médica, devido à falta de material básico e quebra dos tomógrafos.

Mozarildo leu ainda artigo escrito pelo professor do Departamento de Economia da Universidade Federal, Dr. Gilberto Issa, em que também denuncia a piora crescente da saúde em Roraima: "uma vergonha", afirma o professor. Ele relata a falta crônica de material cirúrgico e básico que tem levado os médico a mandarem de volta para casa pacientes que deveriam ser operados.

- O secretário de Saúde afirma que falta recurso para solucionar o problema. Na verdade, segundo ele, seriam necessários R$ 300 milhões para termos uma saúde sem problemas, mas como temos "apenas R$ 180 milhões, faltam portanto R$ 118 milhões para fechar a conta" - relatou.

O senador prosseguiu a leitura do artigo em que o professor afirma que o problema da Secretaria da Saúde de Roraima não é a falta de recursos e sim a falta de boa gestão do dinheiro público, pois nem mesmo R$ 500 milhões seriam suficientes se forem pessimamente gerenciados. Mas, além disso, a Secretaria é líder em escândalos de corrupção, como o caso dos remédios dentro do prazo de validade descartados em um lixão.



06/12/2010

Agência Senado


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