Museu Comunitário no interior do Ceará reúne achados arqueológicos



Será inaugurado nesta quarta-feira (25) o Museu Comunitário da Serra do Evaristo, na comunidade Quilombola do Evaristo, em Baturité, no Ceará. O equipamento vai estar aberto ao público com o acervo arqueológico resgatado da escavação realizada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN-CE. Os trabalhos de escavação tiveram início em março de 2012, em um sítio funerário, de onde foram coletados inúmeros vestígios materiais pré-históricos.

Na cerimônia de inauguração, será realizado também um seminário  em que será relatado todo processo que culminou no salvamento do sítio arqueológico e na construção do museu. O seminário, organizado pela própria comunidade, também vai ressaltar a participação dos moradores e o envolvimento direto nas escavações e na construção do museu.

Acervo

Os visitantes do Museu Comunitário da Serra do Evaristo vão conhecer urnas funerárias, machadinhos polidos, fusos, entre outros inúmeros vestígios arqueológicos com mais de 700 anos que compõem o acervo. O maior diferencial do museu é a preservação do acervo arqueológico in loco, diferente do que ocorre com inúmeros vestígios funerários expostos e depositados em museus do Ceará.

Escavações na Serra do Evaristo

As ações realizadas na região pelo Iphan atendeu às reivindicações da Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo, certificada pela Fundação Palmares. Um dos grandes destaques do trabalho da equipe foi o achado de um esqueleto humano que aponta para um indivíduo adulto, com mais de 50 anos de idade, de constituição física relativamente robusta, depositado no interior de uma urna funerária em posição sentada e pernas flexionadas. Com as descobertas arqueológicas, está sendo possível estudar os modos de vida das populações que habitaram a área, especialmente aqueles relacionados às práticas funerárias.

Ainda nas escavações, foram resgatados fragmentos de recipientes cerâmicos, ossos de animais como tatus, lagartos, peixes, pequenos carnívoros e aves. Cinzas e carvões, associados a estes animais nos primeiros sedimentos presentes em uma das urnas, parecem indicar uma deposição intencional dos remanescentes de um ritual, possivelmente um banquete funerário. Pequenas panelas, circunscritas a um sepultamento são também indicativos da realização de rituais.

Além dos arqueólogos e técnicos, as escavações no Sítio Funerário Evaristo contaram com o trabalho dedicado de sete estudantes dos ensinos fundamental e médio, moradores da comunidade Quilombola do Evaristo, que atuaram nas atividades de pesquisa e socialização dos resultados.

Fonte:

Iphan



24/09/2013 13:45


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