Museu retrata fatos marcantes da história da Polícia Civil do Estado



Museu contém objetos e documentos ligados aos crimes e criminosos de maior repercussão da história no Estado

 

A Academia de Polícia Civil de São Paulo, situada no bairro do Butantã, na Cidade Universitária, zona oeste da Capital, abriga um dos únicos museus relacionados à criminalidade em todo o mundo. O Museu da Polícia Civil contém objetos e documentos ligados aos crimes e criminosos de maior repercussão da história do Estado, além de abordar aspectos de outras atividades realizadas pela Polícia Civil.

O Museu da Polícia Civil, chamado até meados de 2005 de Museu do Crime, recebe cerca de 1.000 visitantes por mês, entre policiais, estudantes - principalmente de Direito, professores e curiosos. Devido ao fato de o tema ser bastante peculiar, o acervo também é muito visitado por estrangeiros.

A variedade das peças impressiona. São fotos, documentos, armas, drogas, máquinas de jogos de azar, móveis e instrumentos utilizados pela polícia em décadas passadas. Também é possível encontrar armas usadas nos crimes, como facas, revólveres, espingardas, metralhadoras, além de objetos inusitados confeccionados por criminosos, como uma solda que foi utilizada para fazer uma jaula que serviu como cativeiro. Para ilustrar, por todo o espaço estão espalhadas peças em gesso representando vítimas de homicídios, acidentes e autoridades policiais.

Apesar da grande quantidade de material, a seção dos crimes ainda é a que mais impressiona. Um dos principais motivos de visitação são os objetos e documentos do famoso ‘Crime da Mala’, que aconteceu no ano de 1928 e causou enorme repercussão em todo o país. Trata-se de um homem que, desconfiado de que sua mulher, grávida, estava o traindo, matou-a asfixiada. Na seqüência, o homem teve a idéia de colocá-la dentro de uma mala e enviá-la para a França em um barco. Então comprou uma mala, serrou a mulher, colocou-a lá dentro e foi ao porto de Santos para despachar, mas foi descoberto. A mala, apreendida pela polícia, é uma das principais relíquias do museu.

Outro caso de bastante repercussão foi o de Chico Picadinho. O museu tem as fotos das prostitutas mortas e descarnadas após a ação do assassino. Este é um dos motivos pelos quais só é permitida apenas a visita de maiores de 16 anos.

História

O museu tem suas origens nos anos 20, quando peças do cotidiano policial eram expostas em armários nas salas de aula da Escola de Polícia e serviam como ilustração às aulas ministradas. Em 1952, o acervo foi aberto ao público pela primeira vez e, em 1970, o museu se estabeleceu em seu endereço atual, a Praça Reynaldo Porchat, na Cidade Universitária. Em 1984 passou por uma nova reestruturação e, em 2005, foi instituído decreto criando oficialmente o ‘Museu da Polícia Civil’.

Atualmente, como era em seu início, o museu ainda é de grande utilidade para os professores da Academia de Polícia Civil (Acadepol). “Mesmo estando aberto ao público, a função didática do museu ainda é muito importante. Há aqui dentro lugares que só podem ser usados pelos professores e pelos alunos da Academia”, comenta Armenuí Herbella, responsável pelo espaço. Segundo Herbella, há uma sala que simula uma cena de crime, onde os futuros policiais aprendem a preservar o local, além de buscar provas para esclarecer o caso.

Serviço

O ‘Museu da Polícia Civil’ está aberto para visitas de terça a sexta-feira, das 13 às 17 horas, e no último sábado de cada mês das 9 às 12 horas.
O endereço é Praça Professor Reynaldo Porchat, 219, na Cidade Universitária.
Telefone: 3039-3460.

Da Secretaria Estadual de Segurança Pública

(S.M.)



09/10/2007


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