NABOR ESTRANHA QUE MINISTRO QUEIRA LIBERTAR BANDIDOS
Nabor Júnior considerou preocupante a perspectiva de que os "poucos seqüestradores, latrocidas e estupradores impenitentes hoje presos" sejam libertados e passem a se submeter apenas a meras formalidades, como "assinar ponto em delegacias". O senador entende que a atividade desses criminosos não poderá ser controlada, como têm demonstrado inúmeros episódios relatados diariamente pela imprensa.
O senador lembrou que na mesma quarta-feira (dia 14) em que os jornais estampavam a intenção do ministro de "esvaziar as cadeias", o jornal A Tribuna, de Rio Branco, informava em manchete na primeira página: "Prisão domiciliar permite que preso mate ex-mulher". Ressaltando que o benefício já havia sido cancelado pela Justiça porque representava um risco social, Nabor citou a interrogação feita pelo jornal: "Se a revogação daquela prisão domiciliar tivesse sido cumprida, a mulher ainda estaria viva?"
- Soltar marginas de alta e reconhecida periculosidade, mandar para as ruas esses psicopatas apenas para esvaziar as cadeias pode resolver os problemas carcerários - mas resolverá os problemas dos cidadãos, cada vez mais assustados com o crescimento descontrolado da violência, do tráfico de drogas, das chacinas, das guerras entre quadrilhas nas favelas? - questionou Nabor.
Afirmando ser defensor ferrenho da educação como a melhor forma de se resolver os problemas sociais e prevenir o crime, Nabor Júnior destacou que é "também realista e prudente quando se trata do sagrado direito que o povo tem de desfrutar um mínimo de segurança e garantia de seus direitos civis".
O senador observou que o bem-estar da sociedade se baseia em dois fatores concorrentes: a prevenção - na qual se incluem os programas educacionais e campanhas de conscientização coletiva - e a repressão, para impedir que a impunidade alimente o crime. "Onde falhar a prevenção, a punição tem de estar presente. E sempre agindo com firmeza, para materializar o velho princípio de que o "crime não compensa", advertiu Nabor Júnior.
17/09/1999
Agência Senado
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