Sarney não acredita que Lula queira aliciar senadores do PFL



O presidente do Senado, José Sarney, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (13) não acreditar que o jantar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oferecerá à noite a senadores do PFL tenha por objetivo atrair parcela desse partido para a base do governo.
- O presidente pode jantar com quem ele convidar e eu não acho que esse encontro tenha a conotação que os jornais estão dando. Acho que não há esse desejo, não há esse aliciamento. É apenas um jantar com senadores, para discutir os problemas que estão na agenda do Senado, sobretudo o PPP (projeto das parcerias público-privadas), que o presidente está muito empenhado em aprovar - disse Sarney. Ele observou ser muito conveniente uma interlocução freqüente entre o presidente da República e os parlamentares, comentando que muitos governantes são censurados por não fazer isso. Em seu governo, lembrou, dedicava todas as terças-feiras a receber deputados e senadores, concedendo-lhes audiências também em outros dias da semana. Lembrando que o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) não foi convidado para o jantar, os repórteres indagaram se isso não servirá exatamente para dificultar o clima favorável à votação de matérias de interesse do governo no Senado. Mais uma vez, Sarney afastou a interpretação de que o governo pretenda provocar um racha no PFL. - Eu acho que não há intenção de excluir ninguém. É uma intenção natural de dialogar com aqueles com quem o governo está dialogando. Isso não evita que depois ele possa dialogar com todo mundo. O senador Jorge Bornhausen não foi convidado. Eu também não fui. De maneira que os que foram vão estar lá. Na entrevista, Sarney também foi confrontado com a idéia de que angariar a simpatia de parte do PFL é uma estratégia do presidente Lula para não ficar refém do PMDB. Sarney advertiu que essa interpretação tem um erro matemático, visto que não se faz nenhuma maioria no Senado sem a bancada do PMDB. Um dos jornalistas chegou a dizer que o jantar se destinaria também a facilitar a reeleição do presidente do Senado, tese não aceita pelo líder do PMDB, Renan Calheiros, que ameaça levar o partido para a oposição, caso isso aconteça.

- Essa é uma novidade que estou ouvindo pela primeira vez - que também vai ser servido no jantar o problema da reeleição. Eu acho que isso não faz nenhum sentido - respondeu Sarney.



13/09/2004

Agência Senado


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