NABOR QUER CPI ESTADUAL PARA APURAR COMPRAS DE MEDICAMENTOS NO ACRE



O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) voltou a defender nesta sexta feira (dia 12) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa do Acre para apurar denúncias de "graves irregularidades" na compra, pelo governo, de medicamentos e insumos hospitalares para a rede pública de saúde. Segundo Nabor, se há realmente intenção de se apurar os fatos, só existe um caminho: "a criação de uma CPI, coisa que o governador Jorge Viana (PT) não quer aceitar".
Nabor Júnior acrescentou que há uma auditoria do Tribunal de Contas do Acre apontando irregularidades ocorridas "logo nas primeiras horas" do governo Jorge Viana. De acordo com o senador, o relatório do Tribunal de Contas existe, expõe provas concretas de superfaturamento e deve ser votado logo pelo TCE.
O senador disse que seu colega Tião Viana (PT-AC) e o próprio governador do Acre, Jorge Viana, estão usando a tática de desqualificar o acusador para contornar a acusação. "Se o governo do Acre pretende safar-se das graves acusações de corrupção e irregularidades nas compras de remédios, deve deixar esta tática velha e desgastada, de ofender os adversários, e apoiar a instalação de uma CPI", disse Nabor Júnior.
O senador disse que essa seria a postura correta do governador e do senador Tião Viana, coerente com a posição da direção nacional do PT: "No plano federal, o PT vive propondo CPIs para as mais diversas finalidades. Seria, então, uma questão de coerência apoiar a CPI dos medicamentos no Acre", disse Nabor. O senador também não aceita a reação do governador, de atacar o deputado estadual João Correia, presidente regional do PMDB, e o prefeito de Rio Branco, Mauri Sérgio.
O parlamentar, ex-governador do Acre, repeliu também o que considerou "insinuações" do senador Tião Viana, feitas na última terça feira (dia 9). Tião Viana acusou Nabor Júnior de reunir-se na "calada da noite", quando era governador, para impor um sobrepreço de 30% aos fornecedores de medicamentos locais. Nabor Júnior garantiu que mantinha estrito controle das tabelas de preços dos fornecedores de São Paulo, sobretudo no atendimento de órgãos oficiais como a Funcep, sempre "buscando os menores preços":
- Apurados os valores mais favoráveis, eu eventualmente admitia que se aplicasse um adicional jamais superior a 30% sobre o valor corrente em São Paulo, expressa, específica e declaradamente para cobrir os inevitáveis custos adicionais com fretes e impostos - explicou o senador.
Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL), líder do bloco de oposição, defendeu o governador Jorge Viana e os senadores petistas acreanos. Todos, segundo ela, têm uma tradição de respeito à moralidade, ao patrimônio público e à ordem jurídica vigente, e seriam incapazes de ter um comportamento amoral, de acusar sem provas e impedir a instalação e o funcionamento de CPIs.

12/05/2000

Agência Senado


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