Não há fila de espera para transplante de córnea na Grande SP e no litoral



Fato inédito é atribuído ao aprimoramento do trabalho de captação de doadores

Pela primeira vez na história, não há fila de espera para transplante de córnea na Grande São Paulo e no litoral do Estado. Segundo levantamento da Secretaria da Saúde, essas cirurgias já podem ter data e hora agendadas, na maioria das vezes, no momento da solicitação.

No mês passado, o número de inscrições de pacientes na Central de Transplantes, órgão da pasta da Saúde, praticamente empatou com o total de cirurgias realizadas. Foram 6,3 inscrições diárias, em média, para seis transplantes nessas três áreas.

Na terça-feira, 2, por exemplo, a Central registrava pela manhã apenas três pessoas na lista de pacientes ativos (considerados aptos a realizar o transplante) da capital, região metropolitana e litoral, atualmente responsáveis por 50% das córneas obtidas em todo o Estado. No dia seguinte, o número baixou para zero, índice inédito. O fato é creditado ao aprimoramento do trabalho de captação de potenciais doadores nos hospitais paulistas.

Entre os transplantados em agosto (na capital, região metropolitana e litoral), o tempo médio de espera foi de 1,6 mês, e 54,7% realizaram a cirurgia em menos de 30 dias da data da inscrição na lista da secretaria. Há um ano, a espera era de 5,2 meses. Em agosto de 2002, o tempo para transplante de córnea na capital ultrapassava dois anos.

Recorde histórico – De janeiro a agosto, foram feitas 1.490 cirurgias de córneas na capital, na Grande São Paulo e no litoral, 79% a mais do que as 832 registradas no mesmo período do ano passado. O número de transplantes este ano chega a 4.048 em todo o Estado, contra 3.185 de janeiro a agosto de 2007. Se o ritmo for mantido, São Paulo deverá chegar ao final do ano com recorde histórico em transplantes de córneas.

O aumento da captação do número de córneas começou em 2005 graças à parceria firmada entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Banco de Olhos de Sorocaba, considerado o mais capacitado do País. Com isso, ele passou a captar o tecido em hospitais da capital e região metropolitana e reforçou o trabalho das Organizações de Procura de Córneas, que já atuavam nessa região.

“O crescimento da captação e dos transplantes de córnea é uma tendência em todo o Estado de São Paulo. Na capital, a espera terminou antes, mas com o reforço da captação e sensibilização da sociedade para a doação, essa situação também deverá ocorrer em breve nas regionais do interior”, prevê o coordenador da Central de Transplantes, Luiz Augusto Pereira.

Da Secretaria da Saúde

(M.C.)



09/06/2008


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