Negociações com União Européia devem avançar de forma positiva, diz chanceler



O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que será possível avançar de forma positiva nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Elas ocorrem no momento em que o bloco classifica como “inaceitável” a abertura do mercado europeu para os produtos agrícolas sul-americanos. Para os europeus, a abertura do mercado é uma ameaça à agricultura local.

Na quarta-feira (26), Patriota se reuniu, em Bruxelas (Bélgica), com a alta representante da União Europeia, Catherine Ashton, e com os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso.

“Senti um compromisso político do mais alto nível por parte da UE na direção de concluir (as negociações) de maneira satisfatória durante este exercício”, afirmou o ministro, na sua primeira viagem à Europa.

A reunião, segundo o chanceler, serviu para preparar os temas que constarão da agenda da cúpula Brasil-UE, que deverá ser realizada em outubro na capital belga. De acordo com o chanceler, a presidenta Dilma Rousseff deve participar dessa reunião.

A Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu aprovou resolução na qual qualifica de “inaceitáveis” as negociações sobre o acordo entre o Mercosul e a UE pelos riscos de ameaça à agricultura europeia.

 

Irã

Também na quarta-feira (26), Patriota afirmou que a política do Brasil em relação ao Irã seguirá a mesma linha adotada pelo governo anterior. Ele se referiu aos esforços feitos em 2010 de mediar acordo para a troca de urânio levemente enriquecido no Irã pelo produto enriquecido a 20% na Turquia. Apesar dessa proposta, a comunidade internacional acabou por aprovar sanções ao Irã por desconfiar de produção secreta de armas no país.

“Vamos manter essa linha [de mediar negociações e buscar um acordo] porque o Brasil é um país que se identifica com a busca de soluções diplomáticas para as questões de paz e segurança”, explicou.

Para o ministro, a recusa da comunidade internacional à proposta de troca de urânio não deve ser interpretada de forma negativa. “[Foi um gesto que simbolizou] uma busca por uma alternativa diplomática e de construção de confiança em uma situação que está entre as mais complexas tratadas pelo Conselho de Segurança [das Nações Unidas]”, afirmou o ministro. 


Fonte:
Agência Brasil

 

24/02/2011 19:25


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