Neuto de Conto diz que pesquisa derruba imagem estereotipada dos idosos



O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) citou, nesta quinta-feira (18), dados de pesquisa elaborada pelo instituto GFK Indicator com hábitos de consumo, costumes e características dos cidadãos com mais de 60 anos, que já chegam a 15 milhões de brasileiros. Os dados, disse o senador, mexem com a imagem estereotipada dos idosos, muitas vezes vistos entre dois extremos: como habitantes de asilos ou praticantes de esportes radicais.

- Os dados levantados mexem com a imagem tradicional dos velhinhos-problema; ao contrário, são eles os responsáveis pela manutenção de 25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicílios - disse.

Outros 68% se declaram responsáveis pelas decisões de compras das famílias, enquanto os que não têm qualquer renda somam 15%. As entrevistas revelam ainda que os idosos têm um caráter forte de formação de opinião e cuidam dos netos para que os filhos trabalhem, o que influencia toda a família.

Os 15 milhões de idosos, assinalou o senador, representam 14% da população adulta, e seu número deve dobrar até 2020, chegando a 30 milhões. A maioria é formada por mulheres cujas rendas somam R$ 7,5 bilhões mensalmente, o dobro da renda nacional.

Outro dado que aparece nas entrevistas, afirmou o senador, é que a visão negativa da velhice, que permeia a sociedade em geral, também está entre aqueles que já chegaram nela e, portanto, há uma grande aversão à rotulação de terceira idade. Esses consumidores "revelaram um desejo de ser incluídos, e não separados dos demais cidadãos na hora de se verem retratados pela mídia". Eles consomem fortemente os produtos de comunicação: 87% dos entrevistados assistem à televisão diariamente e 59% ouvem rádio todos os dias. No levantamento semanal, o hábito é ainda maior, 92% assistem à televisão ao menos uma vez por semana e 72% ouvem rádio nesse período. A leitura de jornais e revistas também está entre as atividades mais freqüentes.

As maiores despesas dos idosos são com o supermercado, 24% de todos os gastos. Em seguida, vêm os gastos com planos de saúde, 9%, e com luz e telefone, ambos representam 6% do orçamento. Nas despesas pessoais, a compra de remédios tem o maior peso, 10% e em seguida vêm as viagens, 5%. Mais da metade desses idosos faz ao menos uma viagem por ano.

Dos entrevistados, 45% têm plano de saúde. Quanto à questão da previdência, tanto pública como privada, hoje apenas 1,3% dos idosos vive com aposentadoria privada, e 86% do restante nunca pensou nisso, "o que indica um enorme mercado potencial para os jovens de hoje".

Foram ouvidos 1.800 homens e mulheres, durante dois anos, com mais de 60 anos nas regiões metropolitanas brasileiras, como Brasília e Goiânia.

Os resultados da pesquisa foram publicados no livro Vivendo e Conhecendo meus Direitos, uma iniciativa do senador que também traz a íntegra do Estatuto do Idoso.



18/06/2009

Agência Senado


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