No Mercosul, a prosperidade de um tem de ser a prosperidade de todos, diz Dilma



A presidenta Dilma Rousseff, ao discursar na primeira sessão da 41ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados, nesta quarta-feira (29), em Assunção, Paraguai, deu ênfase ao desenvolvimento econômico e social dos países que integram o bloco econômico sul-americano. No entanto, a presidenta lembrou que para seguir no rumo certo é preciso avaliar o momento atual para, em seguida, pensar o futuro. Ela frisou que o mundo passa por grandes transformações. 

“Que cada grande realização conjunta seja fonte de estímulo e inspiração para seguirmos adiante na plena realização de nossas excelentes perspectivas. No Mercosul, a prosperidade de um tem de ser a prosperidade de todos”, disse a presidenta. 

A presidenta lembrou que a crise financeira mundial de 2008 ainda não foi superada. Segundo ela, grandes economias, como os Estados Unidos, passam por enormes dificuldades de recuperação, com a economia crescendo muito abaixo do esperado. Enquanto isso, a União Europeia enfrenta situação dramática com seus membros passando por graves crises de ordem privada, fiscal e financeira. O caso da Grécia, de Portugal, da Irlanda e até da Espanha foram citados como exemplos de ter consequências negativas, afetando muitas economias. 

Dilma Rousseff afirmou também que os países em desenvolvimento da América Latina, da Ásia e da África têm, nesse contexto, tido desempenho muito mais dinâmico. “Mas muitos de nós [países] temos sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes”. 

Por isso, a presidenta defendeu que os países do Mercosul mantenham-se sempre atentos. “Somente seremos capazes de seguir aprofundando as oportunidades que surgirão se tivermos uma estratégia conjunta sobre a vocação e o futuro do nosso bloco e, sobretudo, sobre a forma em que vamos nos inserir no mundo multipolar hoje em construção”, disse.

 

FAO 

Dilma Rousseff agradeceu aos parceiros do Mercosul pelo apoio a eleição do professor José Graziano da Silva ao cargo de diretor-geral da Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO). Ela disse estar convicta de que Graziano irá atuar “com o mais elevado sentido de profissionalismo em prol de todos os Estados Membros daquela importante agência especializada”. 

Segundo ela, a eleição de Graziano consiste em uma vitória não somente do Brasil, mas de todo o grupo de países latino-americanos e caribenhos. 

 

Crescimento econômico 

A presidenta brasileira explicou que os países do Mercosul têm um modelo de crescimento único no mundo, não apenas pela expansão numérica do Produto Interno Bruto (PIB), mas por ter um processo de geração compartilhada de riqueza vinculada à humanização do desenvolvimento. 

“Nosso modelo busca a prosperidade pela incorporação das massas historicamente excluídas. A inclusão social tornou-se motor da economia. Progredimos, ademais, na estabilidade da democracia, duramente conquistada ao longo de nossa história. Uma história nem sempre pródiga em exemplos de humanidade em relação aos menos favorecidos, ou tolerante do ponto de vista da pluralidade do pensamento político e da ação social”, explicou Dilma Rousseff. 

A presidenta Dilma também relatou os avanços do bloco econômico em 20 anos de existência. Ela citou a criação e a consolidação da união aduaneira, fato que permitiu que o crescimento regional saísse de US$ 5 bilhões, em 1991, para US$ 44,5 bilhões no ano passado. Nestas duas décadas, conforme destacou Dilma, houve um intenso trabalho no sentido de aprofundar e facilitar as relações econômico-comerciais. Isso resultou, por exemplo, que no ano passado fosse aprovado o Código Aduaneiro do Mercosul. 

Dilma Rousseff lembrou, ainda, o lançamento da negociação do acordo de investimentos, bem como da decisão de criar um Protocolo de Contratações Públicas. O bloco de países também acreditou, segundo a presidenta, que as compras do Estado devem apoiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico, preparando as empresas e sociedades para a economia do conhecimento.

“Temos objetivos definidos para uma política de livre circulação de pessoas. Adotamos plano de promoção de direitos civis, culturais e econômicos, com o propósito de assegurar igualdade de condições e de acesso ao trabalho, saúde e educação. Enquanto países mais prósperos e desenvolvidos desmontam o Estado do bem-estar social, os países do Mercosul investem cada vez mais em programas de proteção social”, disse Dilma.  

  

Fonte:
Blog do Planalto



29/06/2011 17:55


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