No parlatório, Dilma fala de sonho, união e se emociona no primeiro discurso



A emoção marcou o discurso que a presidente Dilma Roussef fez do parlatório, no Palácio da Planalto, após receber a faixa presidencial. Ela homenageou repetidamente seu antecessor, pediu união de todos, estendeu a mão à oposição e falou que para governar é preciso ter sonhos e persegui-los.

No início do discurso disse que sua emoção estava dividida entre o fato de ser a primeira mulher a assumir o cargo e a despedida do maior líder popular que o país já teve. Mencionou a convivência que teve com o ex-presidente Lula, para ela "um governante justo e líder apaixonado por seu país e por sua gente".Continuando a homenagem ao ex-presidente, Dilma reiterou:

- Lula estará conosco. Sei que a distância do cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de suceder o presidente Lula é desafiadora eu saberei honrar este legado e saberei consolidar e avançar nesta obra de transformação do Brasil.

A nova presidente prosseguiu dizendo que a força das transformações iniciadas por Lula permitiu uma nova ousadia ao povo brasileiro: eleger uma mulher presidente.

- Para além da minha pessoa, a valorização da mulher melhora a nossa sociedade e valoriza nossa democracia - destacou.

No discurso, também homenageou o ex-vice-presidente José de Alencar, para ela um "exemplo de coragem e amor à vida". A presidente se comprometeu a seguir o caminho traçado por Lula e Alencar de governar pensando no interesse público e nos mais necessitados.

- Cuidarei com muito carinho dos mais frágeis e dos mais necessitados, governarei para todos os brasileiros e brasileiras - reafirmou a presidente, a exemplo do que havia falado no Congresso Nacional minutos antes.

Mão estendida

A presidente também falou em espírito de união e disse que estende as mãos aos aliados de primeira hora e aos oposicionistas.

- Trabalharei para que estejamos todos unidos nas mudanças necessárias, na educação, na saúde, na segurança e sobretudo na luta para acabar com a miséria; buscarei o apoio, respeitarei as críticas - prometeu, destacando o valor do debate para o regime democrático.

Mencionando sua militância política no tempo do regime militar, Dilma disse não trazer ressentimentos nem rancor:

- A minha geração veio para a política em busca da liberdade num tempo de escuridão e medo. Pagamos o preço da nossa ousadia ajudando o país a chegar até aqui.

Com a voz embargada pela emoção, a presidente rendeu homenagem aos "companheiros que tombaram nesta jornada".

Futuro

Dilma Rousseff voltou a falar em trabalho e união em torno de projetos sociais e do crescimento do país com geração de empregos para as atuais e futuras gerações e oportunidades para todos.

- O meu sonho é o mesmo sonho de qualquer cidadã ou cidadão: a que uma mãe e um pai possam oferecer aos seus filhos oportunidades melhores do que eles tiveram em suas vidas. Esse o sonho que constroi um país, uma família, uma nação. É o desafio que ergue um país - asseverou.

Voltando a mencionar o ex-presidente Lula, Dilma reiterou o valor de ter sonhos além de metas concretas.

- Foi por não acreditar que havia o impossível que o presidente Lula fez tanto pelo país neste últimos anos. Sonhar e perseguir o sonhos é exatamente romper os limites do possível.

A presidente voltou a pedir o apoio de todos para o seu governo. "Se todos trabalharmos pelo Brasil, o Brasil nos devolverá em dobro o nosso esforço; o Brasil é uma terra generosa". Encerrando seu discurso, pediu as bênçãos de Deus ao Brasil e aos brasileiros, falou em construir um mundo de paz e prometeu total dedicação para fazer do Brasil "o maior e melhor país para se viver".

Após o discurso, a presidente voltou ao interior palácio do Planalto, deu posse aos integrantes de seu ministério e posou para a foto oficial do novo governo. Em seguida foi oferecido um coquetel para três mil convidados no Palácio do Itamaraty.

André Falcão / Jornal do Senado



01/01/2011

Agência Senado


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