NO SEGUNDO MANDATO, CECI CUNHA SE DEDICARIA A PROJETOS SOBRE AGRICULTURA



Morta a tiros pouco depois de diplomada para o seu segundo mandato de deputada federal, a médica obstetra Josefa Santos Cunha, conhecida desde criança como Ceci Cunha (PSDB-AL), nome que terminou adotando como parlamentar, pretendia dedicar-se, a partir de agora, a projetos no âmbito da agricultura. Procedente do agreste do sertão, onde predomina a monocultura, ela tencionava trabalhar em projetos que diversificassem a produção dos minifúndios dessa região."Como médica, poderia ajudar muita gente. Como política, sei que ajudarei muito mais." Com essa frase, Ceci Cunha explicava sua opção pela política, depois de passar 18 anos trabalhando junto a mulheres sem recursos, realizando partos e prevenindo doenças ginecológicas. Eleita sobretudo pelo apoio oriundo da região de Arapiraca, ela recebeu votos de todos os municípios alagoanos e, no último pleito, foi a terceira mais votada, recebendo 55 mil votos. A abordagem mais comum dos seus eleitores consistia na apresentação de crianças que ela ajudara a nascer. Foi em razão de seus esforços no campo da saúde que muitas providências foram tomadas no agreste alagoano para combater o mosquito da dengue. O envolvimento de Ceci Cunha com relação à saúde da população de Arapiraca era tão intenso que ela afirmava encher os olhos de lágrimas sempre que tinha a oportunidade de ajudar alguém.Vereadora por seis anos, a deputada chegou a Brasília em 1995, para o seu primeiro mandato de deputada federal. Nesses quatro anos, realizou um eficiente trabalho como integrante das Comissões de Seguridade Social e Família, Desenvolvimento Urbano e Orçamento. Foi relatora de dezenas de projetos na área social. Aos 48 anos de idade, foi morta sem que seus familiares e amigos suspeitem de quem a matou. - Não brigou com ninguém. Mesmo com seus adversários, teve sempre uma relação amigável. Nunca deixou de cumprimentá-los - afirmou nesta quinta-feira (dia 17) seu chefe de gabinete. Ceci Cunha deixou uma obra publicada - Tumores policísticos do fígado. O restante do atual mandato será exercido pelo suplente será Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do ministro da Justiça, Renan Calheiros. Já a vaga do novo mandato será ocupada por Talvane Albuquerque (PMDB-AL).

17/12/1998

Agência Senado


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