Nova fita não provoca interesses em deputados
“A montanha pariu um rato.” A afirmação é do deputado Ronaldo Zulke (PT) depois de tomar conhecimento do conteúdo do CD entregue à CPI da Segurança Pública pelo ex-deputado federal Wilson Müller. Segundo o parlamentar, a gravação requenta o caso Konrad, já esclarecido no primeiro trimestre de 1999. “O conteúdo desta fita, cercado de tanto mistério, já tinha, inclusive, sido explorado pela imprensa há mais de um ano. Isso demostra o empenho da oposição em promover o sensacionalismo e criar um clima de permanente desconfiança em relação ao governo”, avalia.
Através de nota oficial, a Secretaria de Segurança esclareceu que, em março de 1999m, o secretário da Segurança, José Paulo Bisol, foi procurado por uma assistente social da Brigada Militar, representando as esposas dos sete policiais militares envolvidos na morte do jovem Giovani Konrad, ocorrida em 24 de dezembro de 1998 em São Francisco de Paula. Nesta ocasião, a assistente social solicitou uma audiência entre as mulheres e o secretário. Na audiência, compareceram três mulheres que solicitaram a interferência do secretário para liberar os maridos. O secretário informou que, se os PMs revelassem ao Ministério Público e ao Poder Judiciário a identidade do oficial que ordenou a ação que culminou na morte do jovem, atenuaria o crime, conforme o artigo 65 do Código Penal. “Na época, houve uma tentativa frustrada de manipular o fato, criando a falsa idéia coação de testemunhas. Apesar disso, o episódio foi completamente esclarecido, ficando comprovado que foram as mulheres que procuraram o secretário, que apenas informou o que prevê a lei”, salienta Zulke.
Como se trata de um episódio de conhecimento público, a CPI optou por não ouvir o CD com a gravação nesta quinta-feira. O relator da Comissão, Vieira da Cunha (PDT), deverá ouvir a gravação até a próxima segunda-feira, quando o assunto será retomado pela CPI.
11/01/2001
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