Nova fronteira agrícola do Brasil está no Centro-Nordeste, mostra ministério
Na próxima década, muitos produtores de grãos vão preferir cultivar suas lavouras na região localizada entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – denominada de Matopiba – devido aos baixos preços de terra. A tendência consta do estudo “Brasil – Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021”, divulgado nesta terça-feira (14). O levantamento foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O estudo prevê aumento anual de 2,2% na produção da região entre 2010 e 2021, correspondente ao crescimento projetado de 13,3 milhões de toneladas de grãos da safra atual para 16,6 milhões de toneladas no início da próxima década. A área plantada de grãos dessa região do Matopiba terá taxa de crescimento anual de 1,5% entre 2011 e 2021, passando de 6,4 milhões de hectares para 7,5 milhões de hectares.
“A região de Matopiba é bastante produtiva. Provavelmente o volume produzido deve ultrapassar as expectativas, alcançando 20 milhões de toneladas de grãos, com uma área de cultivo correspondente a 10 milhões de hectares”, estima o coordenador da Assessoria de Gestão Estratégica, José Gasques, responsável pela apresentação do estudo.
Quanto às projeções de outros estados, o relatório indica que Goiás terá o maior aumento da produção de cana-de-açúcar (42,1%) na próxima década, sobre volume pouco expressivo atualmente. A variação corresponde a 74 milhões de toneladas em 2021, em comparação aos 52 milhões de toneladas produzidas na safra 2010.
São Paulo permanecerá como o maior produtor nacional de cana-de-açúcar, ampliando a produção de 441,8 milhões de toneladas, na safra passada, para 574,4 milhões de toneladas em uma década, um crescimento de 30%. As estimativas referem-se à produção de cana de açúcar para todos os fins, não apenas para a produção de açúcar e álcool. A área de cultivo saltará de 5,2 milhões de hectares para 6,7 milhões hectares.
Mato Grosso responderá pela maior produção de soja grão e de milho do País. Hoje, o estado produz 20,2 milhões de toneladas de soja grão. O volume deve aumentar para 25,7 milhões de toneladas. A estimativa de crescimento é de 27,22%. “A área plantada deve saltar dos atuais 6,6 milhões de hectares para 8,4 milhões de hectares”, calcula Gasques.
Quanto ao milho, a produção do Mato Grosso aumentará de 9 milhões de toneladas na última safra para 12 milhões de toneladas no início da próxima década. A área de cultivo desse grão deve crescer 25%, saltando de 2 milhões de hectares em 2010 para 2,5 milhões de hectares em 2021.
O Rio Grande do Sul deve manter-se como líder na produção de arroz na próxima década. Hoje, o estado responde por 64% da produção nacional do grão, que deverá crescer 23,6% em dez anos. Atualmente, o volume produzido é de 8 milhões de toneladas, com previsão de alcançar os 10 milhões de toneladas nos próximos dez anos.
Fonte:
Ministério da Agricultura
14/06/2011 15:18
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