Novo sistema permite notificar na Web doença epidemiológica



Tecnologia informa em tempo real a prevalência, em determinada região, de doenças infecciosas de transmissão direta

O cientista da computação Wagner Zaparoli, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, criou um sistema de informática para acelerar a comunicação entre os Centros de Vigilância Epidemiológicos (CVEs) brasileiros. A tecnologia recebeu o nome de Vigilância Informatizada por Sistema de Alertas On-line (Visão) e informa em tempo real a prevalência, em determinada região, de doenças infecciosas de transmissão direta, como sarampo, meningite e tuberculose.

Após a detecção de novo caso de doença é gerada uma notificação, por meio de um site na Internet ainda em construção. Quando a página for finalizada, a informação ficará disponível para médicos, enfermeiros e todos os cadastrados no sistema como notificadores.

A tarefa seguinte do sistema é analisar as informações da notificação e estabelecer correlações com outros casos de infecção cadastrados a partir de variáveis como zona geográfica, tipo da doença e período de incubação, considerando hábitos do paciente em casa ou no trabalho e dados de suas últimas viagens.

Alerta instantâneo – Se for detectada uma quantidade significativa de casos em uma mesma região, o sistema emite um alerta. A mensagem é encaminhada por e-mail e celular para os responsáveis pelo controle de doenças do CVE mais próximo. “Quando ocorre um surto epidemiológico, o alerta informa a região do município mais comprometida, a quantidade de infectados e o número de vacinas a serem aplicadas”, explica Zaparoli.

O desenvolvimento do sistema foi tese de doutorado do pesquisador. Reúne bases de dados com características de várias doenças infecciosas, como os seus períodos de incubação e de transmissibilidade. Foi projetado para permitir o monitoramento simultâneo de diversas patologias, e sua validação foi feita a partir de casos reais de meningite meningocócica obtidos no CVE de São Paulo.

“As informações foram codificadas para facilitar o cadastramento de novos casos pelo administradores”, explicou Zaparoli. Segundo ele, a maior parte das notificações de hospitais e postos de saúde no Estado é realizada por meio do preenchimento de formulários em papel. Esse procedimento pode ter erros e causar atrasos na informação aos centros de vigilância.

Características regionais – Outra vantagem é considerar a variabilidade das características de cada enfermidade nas diferentes regiões, a partir de fatores como clima e hábitos da população local.

O sistema foi apresentado no 3º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, realizado em novembro no Rio de Janeiro. O desenvolvimento teve co-autoria de Raymundo Soares de Azevedo Neto, coordenador do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, e de Ana Lúcia Frugis Yu, pesquisadora do CVE Alexandre Vranjac.

Thiago Romero

Da Fapesp

(L.F.)



12/30/2007


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