Numa ‘Cuba democrática’, Yoani Sanchez diz que ‘provavelmente’ continuará como jornalista
A dissidente política cubana Yoani Sánchez, responsável pelo blog Generación Y, disse nesta quarta-feira (20) que não deverá se candidatar a cargos eletivos no momento em que seu país passar a um “regime democrático”.
- Provavelmente não vou me candidatar, mas continuarei na imprensa com um dedo muito crítico, observando a quem se sentar na cadeira de presidente. Serei crítica na Cuba de hoje e na Cuba de amanhã. Os presidentes que se preparem para uma imprensa livre – prometeu num tom de quem vê como certa a liberalização do regime cubano.
A declaração foi dada à saída de uma entrevista à TV Senado, onde gravou, juntamente com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), participação no Programa Cidadania. Ali, Yoani defendeu mudanças em seu país, como uma maior abertura econômica e a possibilidade de convivência de um sistema de saúde público e universal com “clínicas particulares”.
- Uma Cuba globalizada terá certamente lanchonetes McDonald’s, mas terá também comida japonesa e brasileira – antevê.
O risco de o país voltar a ser explorado pelos Estados Unidos, como antes da revolução que tomou o poder em janeiro de 1959 e expulsou o ditador Fulgêncio Batista, foi minimizado por Yoani.
- Caberá aos políticos cubanos fazerem a abertura sem perda de soberania – advertindo que o governo agora chefiado por Raul Castro, irmão de Fidel, sustenta o mito de que os norte-americanos podem invadir Cuba:
- Entrevistei o presidente Barack Obama por meio de um questionário e ele garantiu que os Estados Unidos não tomarão essa atitude.
Apesar dos protestos de militantes da esquerda brasileira, e até de parlamentares, Yoani Sanchez diz que está se sentindo muito bem no Brasil, onde disse ter recebido o apoio “da cidadania”.
- Me perguntam se estou com sono e fome, porque não parei desde a minha chegada, mas eu acho que o Brasil tem um adrenalina ou uma vitamina que me mantém de pé – brincou a jornalista, que cumpre no país a primeira etapa de uma viagem de 80 dias por vários países, inclusive os Estados Unidos, onde poderá se avistar com Obama.
A respeito dessa possibilidade, Suplicy a aconselhou a pedir àquele governante que os Estados Unidos suspendam o bloqueio econômico à ilha, o que seria um sinal de que a jornalista não se vendeu aos interesses dos norte-americanos, como afirmam seus adversários.
20/02/2013
Agência Senado
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