Objetivo da Expoleite é revitalizar o setor
Objetivo da Expoleite é revitalizar o setor
Os últimos meses foram amargos para os produtores gaúchos de leite. A febre aftosa, que vitimou parte do rebanho bovino em 2001, e os baixos preços pagos pelo litro do produto só serviram para aprofundar a crise do setor. A superação de parte dos prejuízos ocasionados por esses problemas é um dos objetivos da 25ª Expoleite, que será lançada oficialmente hoje, no Palácio Piratini e realizada de 22 a 26 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
"O cancelamento da exposição do ano passado, que foi feito 10 dias antes do início da feira, nos causou muitos transtornos. Estamos otimistas em relação a esta edição e pretendemos minimizar as perdas que contabilizamos", ressalta o presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Mário Luiz dos Santos.
Embora calcule um prejuízo de cerca de R$ 180 mil para a entidade com a não realização do evento em 2001, o dirigente lembra que criadores de 1.230 animais inscritos, mas que precisaram permanecer nas propriedades, contavam com linhas de crédito para a comercialização. "Tivemos uma Expoleite atípica no ano passado, porque apesar de não haver a exposição no parque, existiram vendas entre os proprietários", analisa.
Santos acredita que definirá melhor as expectativas para este ano quando as inscrições na associação forem encerradas, no dia 5 de maio para os animais a galpão e no dia 15 para os bovinos a brete. O dirigente ressalta que a oferta de R$ 2,2 milhões do Banrisul para a comercialização na Expoleite ajuda a animar o setor. Na última feira, realizada no ano 2000, a Gadolando negociou R$ 600 mil.
Para o presidente da Associação de Criadores de Gado Jersey, Carlos Alberto Petiz, a Expoleite serve como um termômetro de vendas para as feiras seguintes. "Além de ser um grande ponto de venda, observamos que os preços dos animais sobem de 40% a 50% após a mostra", destaca. Petiz espera a participação de pelo menos 250 animais da raça no evento. As inscrições para os criadores de Jersey seguem até o dia 10 de maio e o preço a galpão é de R$ 20,00.
Segundo Petiz, a comercialização obtida durante a Expointer 2001 ajuda a elevar as expectativas para a feira.
"As vendas da associação foram recordes e atigiram R$ 130 mil para cerca de 80 animais negociados. O valor normalmente fica em torno de R$ 60 mil", comemora.
As indústrias de máquinas e equipamentos também aproveitam a Expoleite para aumentar o faturamento. O diretor superintendente da Intermaq Sistemas de Ordenha, Carlos Alberto Machado, observa que a situação financeira difícil dos produtores reflete diretamente nos resultados das empresas. "A Expoleite é um espaço de ânimo para o setor. Lamentavelmente transferimos para expectativas as frustrações causadas pela falta de organização política para a cadeia produtiva", considera. O dirigente enfatiza que há cerca de seis anos vêm observando uma redução no número de produtores ativos no Rio Grande do Sul. "Antes tínhamos mais de 100 mil produtores. Agora, o número deve ser de 70 mil", completa.
A empresa gaúcha Intermaq comercializa desde os mais comuns até os mais complexos sistemas de ordenha existentes no mercado. De acordo com Machado, 75% das vendas da indústria são feitas a consumidores da Região Sul do País.
Parque Assis Brasil receberá outros eventos no mês de maio
Além da 25ª Expoleite, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, será sede, de 22 a 26 de maio, da 2ª Expocoop, 2ª Expoutono e Feira da Agricultura Familiar. Farão parte dos eventos julgamentos, provas, leilões, palestras técnicas, shows e a Praça de Alimentação Saudável. Para a Expoleite, a maior novidade será o 1º remate de terneiros, que ofertará três mil animais. Segundo o presidente da Associação de Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Mário Luiz dos Santos, o objetivo é aumentar para 10 mil o número de terneiros na próxima edição da feira. A mostra também contará com a exposição de eqüinos, caprinos, aves, coelhos e chinchilas.
A Secretaria da Agricultura está realizando reformas rotineiras no parque, como reparos nas pistas de apresentação e julgamento, e troca de peças nas baias que abrigam os animais.
Garotinho se nega a pisar em palanque do PT no Estado
Numa intensa agenda de candidato, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PSB) visitou o Rio Grande do Sul na semana passada, onde garantiu que permanecerá na disputa pela presidência da República, ainda que considere que sua candidatura foi a mais prejudicada pela verticalização das coligações.
Garotinho apresentou propostas para o crescimento do País e confirmou que uma de suas prioridades será a segurança pública, como foi no Rio de Janeiro.
Ainda que PSB e PT estejam muito próximos no Rio Grande do Sul, o socialista se nega a pisar em palanque petista aqui. Adiantou que a aproximação com o PL lhe garantirá um palanque eleitoral no Estado. Garotinho analisa, ainda, as candidaturas do tucano José Serra e de Ciro Gomes (PPS), da Frente Trabalhista.
Jornal do Comércio - O senhor pode desistir de sua candidatura à presidência e optar por concorrer à reeleição no Rio de Janeiro?
Anthony Garotinho
- Essa candidatura à presidência da República já não me pertence mais. Pertence a todos os brasileiros que querem um País que cresça, que possa gerar emprego para os milhares de jovens que todos os anos chegam ao mercado de trabalho, um país que faça as mudanças necessárias na economia para que nossas empresas sejam competitivas. Dizer que o Garotinho pode voltar atrás é uma inverdade. A possibilidade de eu voltar atrás é zero. Sou candidato, vou para o segundo turno e vou vencer as eleições.
JC - A sua candidatura foi a mais prejudicada pela verticalização das coligações?
Garotinho
- O povo brasileiro é extremamente inteligente e percebeu que esta foi uma medida contra a minha candidatura, porque o governo teme que surja alguém preparado para governar o País e o segundo turno não seja entre o candidato dele e Lula, que desejam enfrentar no segundo turno porque é preparado para perder. O povo vai dar a resposta votando maciçamente em Garotinho para presidente.
JC - Acredita que Serra permanece candidato, já que algumas especulações dizem respeito à substituição de sua candidatura?
Garotinho
- Tudo vai depender do desempenho do candidato do governo nas pesquisas. Se conseguir atingir um determinado patamar de intenção de votos até junho, permanece candidato, caso contrário, acredito que o governo vai fazer uma operação de troca de candidatos para tentar unir sua base de sustentação: PFL, PMDB e PSDB, visando manter esta política econômica que beneficiou única e exclusivamente os banqueiros no Brasil.
JC - Ainda há condições para derrubar a verticalização?
Garotinho
- Não. Vamos tentar, mas acho improvável. Falta pouco tempo para a eleição.
JC - Por que o senhor é considerado candidato imbatível se concorrer à reeleição no Rio de Janeiro?
Garotinho
- Porque meu governo tem 88% de aprovação e as pesquisas feitas no Estado indicam que, se eu fosse candidato, teria 70% dos votos válidos no primeiro turno. Isso se deve às realizações que fiz no Estado, especialmente o saneamento financeiro. Peguei um estado falido, renegociei a dívida, consegui investir R$ 4 bilhões em três anos de governo e passei meu cargo à sucessora com R$ 1,262 bilhão em caixa.
JC - De que modo é possível transportar as experiências positivas do Rio de Janeiro para um país tão grande quanto o Brasil?
Garotinho
- Queremos inverter o paradigma existente hoje no Brasil. O governo Fernando Henrique considera a estabilida de econômica um empecilho para o crescimento. Nós avaliamos que o crescimento é fundamental para manter a estabilidade econômica, gerando paz e prosperidade para o nosso País. Para fazer com que o Brasil volte a crescer, precisamos adotar medidas que considero vitais. A primeira é a reforma tributária, para tirar a pesada carga de impostos que existe sobre a produção nacional, permitindo o crescimento das exportações e a recuperação do espaço que perdemos dentro do nosso próprio mercado. Segundo, é necessário baixar os juros brasileiros, que são os mais altos do planeta, só comparáveis aos praticados na Polônia. Os juros inibiram o crédito para o setor produtivo. Este é o terceiro ponto. É preciso liberar crédito, especialmente para a agricultura e o setor imobiliário que dão resposta rápida em termos de emprego. Queremos uma política de crédito junto às empresas exportadoras, para que o Brasil possa fazer uma substituição de importações, produzindo aqui o que importa. Assim, teremos condições de vencer os grandes desafios do País, especialmente fortalecendo o mercado interno e gerando empregos.
JC - Quais são suas propostas de política social para o Brasil?
Garotinho
- A grande política social é o salário mínimo, que pretendo aumentar para R$ 280,00 em primeiro de maio de 2003 e para R$ 400,00 em 2004. Mais importante do que qualquer coisa para um trabalhador é ter a dignidade de viver com seu salário. Outra questão vital para os brasileiros é a segurança pública, setor para o qual queremos criar uma secretaria nacional. A criação deste órgão servirá para unificar a política de segurança junto aos estados, dando-lhes diretrizes. No Rio de Janeiro, encontrei a segurança em estado alarmante e praticamente acabamos com os seqüestros. Enquanto em São Paulo, foram 350 seqüestros, no Rio, foram oito. As seguradoras de automóveis diminuíram o preço do seguro em função da queda no número de roubos e furtos. Diminuímos em 28% os homicídios no Estado e em 35% o número de assaltos a banco. É fundamental termos uma política de segurança pública nacional que oriente e faça parcerias
com os estados. Segurança pública será uma das prioridades do meu governo, como foi no Rio de Janeiro.
JC - Sua esposa, Rosinha Matheus, será candidata a governadora ou ainda há uma pendência na legislação eleitoral, impedindo sua candidatura?
Garotinho
- Ela será candidata porque este é o desejo do partido no Rio de Janeiro. Rosinha está liderando as pesquisas e a tendência é de que cresça ainda mais, porque ainda nem começou a campanha e já tem 38% das intenções de votos. Acredito que vá vencer a eleição no primeiro turno.
JC - A união do PSB gaúcho com o PT para o governo do Estado prejudica sua candidatura, em virtude da
guerra que se instalou entre a governadora Benedita da Silva e a sua administração?
Garotinho
- Não concordo com as práticas do PT no Rio de Janeiro. Os petistas, já com três semanas de governo no Estado, não fizeram nada de propositivo, só ataques à minha administração, tentando destruir os meus programas. Pensam que, com isso, estão prejudicando minha candidatura mas, o que ouço todos os dias na rua, é que estão prejudicando a eles próprios. A governadora assinou um decreto que será derrubado pelos deputados tirando os incentivos fiscais que dei às empresas para que se instalassem no Rio. Esses incentivos geraram 180 mil empregos no Estado. Isto não tem cabimento. Mas eu sei separar bem. No Rio Grande do Sul, minha campanha está desvinculada do PT e será feita pelos meus companheiros do PSB, pelo meu vice, que é gaúcho, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Costa Leite, e por nossos aliados do Partido Liberal e outros pequenos partidos que vão se vincular à minha candidatura.
JC - Como será a participação do PSB gaúcho na campanha de Tarso Genro, do PT?
Garotinho
- Isso será discutido pelo diretório nacional, mas eu não subo aqui em palanque do PT.
JC - Sua confiança de chegar ao segundo turno se deve aos 22 milhões de eleitores evangélicos no Brasil?
Garotinho
- Os evangélicos vêem na minha vida como professor de escola bíblica para casais e alguém que tem princípios cristãos um ponto muito positivo para votar em mim. Porém, os católicos terão mais identidade com a minha candidatura do que com a de Lula, porque o PT defende claramente a descriminalização da maconha e a Igreja católica é contra isso, e eu também sou contra. O PT defende abertamente o aborto em todas as suas formas. Eu tenho políticas públicas para garantir a prática de aborto nos casos previstos em lei, mas eu pessoalmente sou contra, como é a Igreja católica. Ao tomarem conhecimento das diferenças de posições, os católicos também vão preferir votar no Garotinho.
JC - O senhor acredita que vai desbancar o governista José Serra da segunda colocação?
Garotinho
- Acho que já desbanquei. As pesquisas estão apontando um empate técnico, mas eu em ascensão e ele em queda. Acredito que os próximos levantamentos vão mostrar a projeção de um segundo turno entre Lula e Garotinho. Mas é bom termos calma porque, na eleição na França, todos os institutos de pesquisa erraram.
JC - Qual sua previsão para a candidatura Lula, que cresceu de forma consistente nas últimas pesquisas?
Garotinho
- O crescimento do Lula foi muito em cima dos programas de televisão, já que as pesquisas foram feitas logo após sua apresentação. Ele continua com os programas e tem muito mais tempo do que nós, por isso, leva vantagem. Mas acredito que, quando o jogo começar para valer, depois da liberação para propaganda eleitoral, vamos retirar a diferença. Com a nossa militância aguerrida em todo o País, vamos encostar, chegar ao segundo turno e ganhar a eleição.
JC - E sua expectativa para a candidatura de Ciro Gomes, do PPS, pela Frente Trabalhista?
Garotinho
- A candidatura do Ciro Gomes vai enfrentar muitas contradições. Há duas pessoas responsáveis pelo desemprego no Brasil hoje: Fernando Henrique e Ciro Gomes. Foi ele que, como ministro da Fazenda, tirou as alíquotas de importação dos produtos estrangeiros e facilitou a entrada deles no Brasil. Quando fez isso, a indústria calçadista do País inteiro e, especialmente do Rio Grande do Sul, sofreu muito. Quase foi à lona. A indústria têxtil brasileira sofreu muito com Ciro. Se Fernando Henrique é pai do desemprego, o Ciro Gomes é o tio.
JC - Como recebe o apoio do PL gaúcho à sua candidatura?
Garotinho
- Recebo com muito carinho e vamos trabalhar juntos. Meu palanque aqui de governador será o palanque no PL.
JC - Qual a estratégia de sua campanha eleitoral?
Garotinho
- Dividimos o Brasil em cinco comandos de campanha: em São Paulo, Pará, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do País para, a partir de Porto Alegre, fazer a campanha no Estado, Paraná e Santa Catarina. O ex-ministro Paulo Costa Leite, meu vice, comandará a campanha aqui. Ele honra o povo gaúcho por ter ocupado a presidência da segunda maior corte de justiça do Brasil, o Superior Tribunal de Justiça
Governo prepara novo pacote econômico
O novo ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, assumiu o cargo no sábado com a promessa de anunciar um novo plano econômico entre hoje e amanhã. Durante o final de semana, Lavagna começou a formar a equipe que o acompanhará em sua gestão como substituto de Jorge Remes Lenicov, que renunciou na terça-feira, depois que o Congresso se negou a aprovar o Plano Bônus, ou Novo Bonex.
Lavagna deve decidir qual o sistema de câmbio aplicará na Argentina, depois de nos últimos dias ganhar força a proposta de câmbio fixo. No entanto, assessores de Lavagna já deixaram escapar que o novo ministro prefere a criação de um sistema de bandas cambiais, com interven ções do Banco Central para sustentar o valor do peso em relação ao dólar.
A expectativa do mercado é de que os bancos argentinos abram hoje sem maiores problemas. Acredita-se que a presença de Roberto Lavagna à frente do Ministério da Economia tenha acalmado os ânimos, principalmente porque declarou que o regime cambial continuará flutuante. Esta decisão faz parte de um dos cinco pontos considerados fundamentais para sua gestão.
Os outros principais pontos do programa de governo de Lavagna são a modificação do coeficiente de estabilização de referência (CER), a partir do projeto que se debate no Congresso Nacional; reprogramação dos depósitos do sistema financeiro; eliminação da lei de subversão econômica; modificação da lei de falências, para adaptá-la a legislação internacional; ratificação do pacto fiscal de forma bilateral. Espera-se que pelo menos quinze governos de províncias o ratifiquem nas próximas semanas.
Apesar de ter garantido que o novo ministro da Economia, Roberto Lavagna, goza de amplo apoio político, o presidente Eduardo Duhalde sofre resistências internas do governo, que voltaram a aparecer dessa vez pelos parlamentares governistas e também da oposição que apresentaram críticas aos projetos que o presidente espera ver aprovados nesta semana pelo Congresso.
O presidente Eduardo Duhalde assegurou ter apoio dos governadores, e descartou abandonar o cargo antecipadamente. "Na realidade, todos os governadores estão convencidos de que teremos de continuar, e de que seria um salto no vazio e uma irresponsabilidade em um momento de dificuldade deixar a Argentina sem governo. Seria absurdo", alegou.
Duhalde firmou um acordo de 14 itens na quarta-feira com os governadores, no qual são detalhadas as principais políticas que o governo deverá seguir nos próximos meses. Mas, apesar de a assinatura do documento junto com os governadores ter sido destacada como um avanço político para Duhalde, o presidente encontra-se cada vez mais debilitado, e a partir desse acordo terá de negociar ponto a ponto suas políticas com as lideranças provinciais.
Para Duhalde, o caminho que a Argentina deve seguir é o do Fundo Monetário Internacional (FMI), porém nem todos em seu governo parecem pensar o mesmo. Os deputados do seu partido, o Partido Justicialista (peronista), lhe apresentaram um documento com críticas aos principais projetos de lei propostos pelo Poder Executivo, e já anteciparam que farão modificações.
Empresas diversificam para compensar perdas
As exportações para a Argentina devem cair de US$ 5 bilhões em 2001 para US$ 2 bilhões neste ano, mas muitas empresas têm contornado o problema por meio da diversificação das vendas para outros países. Os casos do setor de móveis e da Marcopolo, que produz ônibus, mostram claramente que a agilidade é fundamental para que a receita do exportador não fique comprometida quando um de seus compradores entra em recessão.
Em 2001, a indústria de móveis exportou US$ 65 milhões para a Argentina. Neste ano, esse número deve cair para algo entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões, segundo o diretor-executivo do Programa Brasileiro de Incremento à Exportação de Móveis (Promóvel), Pedro Paulo Pamplona. No primeiro bimestre do ano, as exportações para a Argentina atingiram US$ 1 milhão, ante US$ 8 milhões registrados no mesmo período do ano passado - redução de 87,5%.
Para driblar a queda nas vendas para a Argentina, as empresas do setor passaram a intensificar as exportações para Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha. A busca de oportunidades em outros mercados, como México, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait, também tem se mostrado importante.
A Marcopolo também decidiu apostar na diversificação para não ficar dependente de apenas um mercado. As vendas para a Argentina, que chegaram a US$ 30 milhões em 1998 e 1999, ficaram em US$ 6 milhões no ano passado, segundo o diretor de Relações com Investidores da Marcopolo, Carlos Zignani. Para este ano, a redução nas exportações para a Argentina deve ser bem mais acentuada, embora não haja uma estimativa exata de quanto será a queda.
A empresa projeta exportar US$ 180 milhões este ano, crescimento de 11% em relação ao ano passado.
Segundo Zignani, o aumento das exportações deverá ser um pouco mais gradual daqui para a frente, uma vez que as vendas para o exterior tiveram alta muito expressiva em 2000 e 2001, de 46% e de 26,4%, pela ordem.
Zignani diz que a diversificação das vendas que hoje atingem 70 países, não se deveu à crise argentina.
Segundo ele, é uma estratégia da empresa, com o objetivo de diminuir o risco do negócio. O principal mercado da Marcopolo é o México, que deve comprar cerca de US$ 50 milhões da empresa.
O Oriente Médio é outra região de destaque, absorvendo cerca de US$ 30 milhões. Holanda, Portugal, Inglaterra, Bélgica, França, China e Nigéria são outros países que também compram os produtos da Marcopolo.
Bancos argentinos devem perder 80% do capital
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que os bancos na Argentina perderão este ano 80% de seu
capital, em decorrência da crise e das medidas adotadas até agora pelo governo Eduardo Duhalde. O ministro da Economia, Roberto Lavagna, reuniu-se ontem com os bancos para avaliar as estratégias de reconstituição do sistema financeiro, para o que o FMI recomenda a racionalização e a privatização dos bancos públicos. O relatório do Fundo afirmou que os bancos na Argentina podem ver seu capital reduzido em 21,7 bilhões de pesos este ano, o que levaria o sistema a registrar um capital de apenas 4,3 bilhões de pesos em dezembro.
Fontes do governo disseram que "a principal preocupação de Lavagna esta semana será manter o dólar em torno de três pesos". Uma fonte do governo afirmou que o mercado será livre, mas funcionará com um teto e um piso que Lavagna quer manter em 3,20 pesos e 2,80 pesos por dólar, respectivamente. Disse também que Lavagna não está preocupado com o baixo nível de reservas. O novo ministro não acreditaria que precisará gastar muitas reservas porque uma lei aprovada na semana passada limitará os saques do corralito por ordem judicial e, assim, os correntistas não terão recursos disponíveis para procurar segurança no dólar.
O ministro explicou aos banqueiros sua idéia para uma saída do "corralito" por meio de bônus, como havia proposto seu antecessor, Jorge Remes Lenicov, mas com uma mudança substancial: as instituições privadas precisarão fornecer bônus próprios correspondentes aos depósitos de seus poupadores. No entanto, o governo federal se encarregaria de uma parcela da emissão de bônus. O FMI recomenda liberar o corralito no equivalente a 10% do meio circulante (cerca de 1,5 bilhão de pesos).
Junta Comercial entra em uma nova era
A Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul (Jucergs) está adotando medidas que prometem revolucionar o mercado empresarial gaúcho. Uma série de projetos em andamento, que serão anunciados na íntegra em novembro, deverá mudar o perfil do trabalho centenário da instituição no Estado. Tudo começa pelo recadastramento, que vai identificar quais empresas estão ativas.
A iniciativa gaúcha alcançou repercussão nacional. As Juntas Comerciais de todo Brasil estão em contato com a Jucergs para implantar o mesmo sistema. Os planos são ambiociosos, e incluem ainda a criação de um mercado de capitais com vantagens reais para micro, pequenas e médias empresas.
Jornal do Comércio - Em que estágio está o processo de reestruturação da Junta Comercial?
Waldir Bronzatto - O primeiro passo foi classificar as regiões por atividade econômica. Esse procedimento vai permitir que se verifique quais localidades têm carência de determinados segmentos e, assim, selecionar o que é necessário para complem entar a cadeia. Das empresas cadastradas na Jucergs, 99% são micro, pequenas e médias. O restante refere-se a cooperativas e sociedades anônimas. O mais impressionante é que apenas 0,5% do total concentra cerca de 50% da economia.
Das 45 mil empresas que são abertas por ano na Junta, 44,5 mil não têm acesso ao mercado de capitais. São essas organizações que mais empregam, mas sofrem com a incapacidade de ter acesso à tecnologia, com a falta de financiamento e pagamento de juros mais elevados. A fonte de financiamento desse tipo de empresário são os cartões de crédito. Competitividade é só para efeito de marketing financeiro e internacional. Com essa diferença de custos, fica impossível concorrer. Não se trata de diferença de qualidade, mas de instrumentalidade dominadora.
JC - Como será desenvolvido esse mercado de capitais?
Bronzatto - Temos que criar um mercado de capitais para micro, pequenas e médias empresas, com uma grande diferença dos grandes capitais. Temos que dar garantias reais ao investidor, que terá uma idéia de dono. O jogo financeiro feito nas bolsas não condiz com a vida estrutural e de realidade das empresas. O mercado de capitais que queremos propor, e demos os primeiros sinais em termos de Brasil, é garantido para o investidor, que vai acompanhar a vida daquela empresa.
A idéia, que está sendo desenvolvida desde 1999, foi aprovada por unanimidade em todo País. A proposta altera o perfil de ordem cartorial das Juntas. As Juntas serão transformadas nos maiores bancos de dados formais e econômicos do Brasil. As empresas nascem, se alteram e se extinguem nas Juntas Comerciais, que são cadastros-mãe, acopladas com órgãos de política do governo, no caso do RS, com a Sedai e a Secretaria do Planejamento.
Os mecanismos serão anunciados em novembro, durante um encontro brasileiro dos presidentes das Juntas Comerciais e do Ministério do Desenvolvimento. Outra novidade é a criação da empresa da mulher. Já podemos assegurar que o maior empreendedorismo da mulher no Brasil está no RS, com uma diferença de mais de 70% para o segundo colocado. Toda instrumentalidade desse projeto é do RS.
JC - Qual a situação do cadastro estadual nesse contexto?
Bronzatto - Vamos apresentar o diagrama cadastral do Rio Grande do Sul no dia 21 de maio. As informações partem da Junta Comercial e serão distribuídas para a Secretaria Estadual da Fazenda e todos os órgãos públicos estaduais e federal, para a Justiça e prefeituras.
Primeiro serão repassados os dados de natureza formal, depois de natureza econômica. Isso vai ser possível quando a verdade dos capitais societários forem estabelecidas pelo recadastramento empresarial que a Jucergs começou. A empresa terá que dar informações anuais à Junta. Temos um cadastro de 2 milhões e 40 mil empresas, quando, no RS, devem existir de 520 mil a 560 mil empresas ativas. As demais estão economicamente mortas e juridicamente vivas. É a revolução secular das Juntas Comerciais do Brasil.
JC - O que muda, na prática, para o empresário?
Bronzatto - Muitas empresas surgem hoje sem qualquer base de informações de mercado. Um exemplo são os Planos de Demissão Voluntária. Naquela época, as pessoas saíram dos empregos para abrir um negócio, e hoje menos de 10% ainda funcionam. Os demais perderam tudo o que receberam e até parte do patrimônio pessoal. O Plano Real foi o que mais matou empresas nativas. O capital nativo se cria mas é morto porque vem o zangão e toma conta de tudo. O mercado, formal e informalmente, está todo ocupado. A pessoa vem com desconhecimento e falta de informações sobre o que está saturado no mercado. A Junta Comercial vai dar essa orientação com base no recadastramento, apurando os dados econômicos e avaliando essas informações para verificar pontos abertos para investimentos. Como os capitais societários não têm veracidade tanto na constituição quanto na reavaliação patrimonial, não temos medida de quanto está aplicado em cada área. Com as mudanças, isso tudo vai ser possível. O empresário vai abrir a empresa sabendo como se comporta o mercado onde quer atuar, vai ter a orientação de onde investir. O pequeno capital não cresce porque o pior que existe na economia é o capital maior matando o menor, refletindo na mortalidade
empresarial. A solução está no microcapital, por isso a mudança de porte também deve ser facilitada. A política tributária de hoje, que é estanque, não estimula o crescimento empresarial a partir da origem. A taxação das empresas deve facilitar esse processo e acontecer pelo volume da receita bruta.
Queda de vendas para os Estados Unidos prejudica calçadistas
Apesar da queda de 86,8% no valor das exportações de calçados gaúchos para a Argentina no primeiro trimestre deste ano em relação a 2001, o impacto da retração de 16% das vendas para os Estados Unidos tiveram um reflexo mais significativo sobre o setor. Isso porque a participação do mercado norte-americano corresponde a quase 70% das vendas externas das indústrias, enquanto a dos vizinhos não chega a 10%, mesmo no período de estabilização econômica.
O saldo do comércio externo gaúcho, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai) reflete as exportações brasileiras do setor, pois correspondem a 81% do total. De janeiro a março deste ano, as exportações de calçados do Estado totalizaram US$ 286 milhões, contra US$ 343 milhões em 2001, um recuo de 16,8%. Para os Estados Unidos as vendas alcançaram US$ 205 milhões em 2002, e US$ 244 milhões em 2001, uma retração de 16% ou US$ 39 milhões. No caso do país vizinho, o total comercializado nos três primeiros meses ficou em torno de US$ 2 milhões, contra U$ 19,5 milhões em 2001, o que equivale a uma queda de US$ 17,5 milhões. No primeiro trimestre deste ano, os Estados Unidos tiveram 71,6% de participação nas exportações gaúchas do setor, contra 71% em 2001 e a Argentina respondeu por 0,7% do total em 2002 e 5,7% no ano anterior.
Para o diretor técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Flávio Fligenspan, o efeito da queda das exportações para a Argentina não tem mais espaço para um impacto negativo, pois o volume embarcado já está em níveis insignificantes.
Os dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mostram que a retração é significativa em termos de valores nos três primeiros meses deste ano, enquanto o número de pares se manteve praticamente estável, apresentando uma queda de 1%. As exportações de calçados brasileiros somaram 48,5 milhões de pares, enquanto que em 2001 ficaram em 48,8 milhões. Na comparação com o mesmo período, o preço médio sofreu uma queda de 14,1%, caindo de US$ 8,47 em 2001, para US$ 7,27 este ano.
Empresas nacionais reduzem custos para manter contratos
A queda nas exportações brasileiras de calçados para os Estados Unidos reflete o desaquecimento na economia sofrido por aquele país em 2001. A afirmação é do vice-presidente da Abicalçados, Ricardo Wirth.
"A crise fez com que o consumo se retraísse e os estoques ficassem altos, refletindo na diminuição de novas importações."
Os esforços da Abicalçados em promover a venda de produtos com maior valor agregado está em confronto com a retração dos mercados internacionais, o que levou os importadores a forçar a queda nos preços. Wirth avalia que as indústrias estão pressionadas a reduzir custos para não perder clientes. Mas ele descarta a possibilidade de demissões significativas, pois a quantidade produzida para o mercado interno e embarcada para outros países está estável.
Para reverter a tendência de queda, as empresas estão prospectando novos mercados. A Abicalçados, em parceria com a Francal e Couromoda, incluindo apoio da Agência de Promoção às Exportações (Apex) e Sedai, participa de diversos eventos e feiras internacionais, com o objetivo de ampliar as vendas externas.
Estado ganha Fundo de Apoio à Cultura
A idéia já é antiga, mas em abril de 2002 foi regulamentada, finalmente, a lei 11.706, que cria o Fundo de Apoio à Cultura do RS (FAC/RS). O projeto foi oficializado pelo secretário de Cultura do Estado, Luis Marques, o vice-governador Miguel Rosseto e o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Paulo Ledur, que apresentaram o FAC como iniciativa que se soma à Lei de Incentivo à Cultura do RS (LIC), já que vai contemplar propostas culturais de valores pequenos.
Na prática, o novo instrumento de financiamento à cultura do RS dispensa os patrocinadores, figuras essenciais no sistema LIC por este ser vinculado à arrecadação do ICMS. Com uma dotação orçamentária que deve ficar em torno de R$ 2 milhões anuais, o FAC será destinado a projetos com custo máximo de R$ 90 mil. "Estes podem vir de pessoas físicas, jurídicas ou prefeituras de todo o Estado e terão financimento de 100%", explica Luis Marques. Para ele, o FAC será uma maneira de viabilizar projetos pequenos, "que às vezes precisam de R$ mil ou R$ 15 mil para serem efetivados, como edição de livros e discos ou montagens de peças teatrais", acrescenta.
A previsão é que o edital que normatiza a inscrição de projetos esteja pronto em 40 dias, mas a verba destinada para o FAC só estará disponível em 2003. "Neste tempo, os interessados poderão se inscrever e será estabelecida a comissão que vai julgar as propostas", explica o secretário. A Comissão de Seleção será formada por 24 membros, indicados pela Secretaria de Cultura e comunidade cultural, que terão a palavra final após uma avaliação de mérito feita pelos integrantes do Conselho Estadual de Cultura.
artigos
A multiplicação dos pães
Francisco Turra
A série crise Argentina, a cada dia com agravamentos indesejáveis para toda a sociedade, atinge diretamente a cadeia produtiva do trigo brasileiro. Mesmo que os agricultores gaúchos estejam registrando aumento na cotação da tonelada, que há menos de duas semanas se elevou para quase históricos R$ 10,00, o quadro não é nada alentador ao agronegócio nacional. Infelizmente, fica cada vez mais claro o desacerto através do qual a atividade transitou nos últimos anos. E mais difícil ainda entender os motivos que impedem a ampliação da lavoura e o beneficiamento do cereal brasileiro diante do potencial de produção e de consumo interno. A perigosa dependência do grão estrangeiro, em especial do argentino, faz com que o Brasil desembolse inaceitáveis US$ 1,1 bilhão todos os anos com a importação de cerca de 8 milhões de toneladas de trigo. Tudo para suprir o consumo, de 10,1 milhões de toneladas anuais, enquanto a produção, que na safra passada alcançou 2,7 milhões de toneladas, não consegue recuperar o volume obtido em saudosos anos. Em 1987, o País conseguiu colher o recorde de 6,2 milhões de toneladas. Mais complicado analisar o quadro de dependência diante do potencial do solo brasileiro. As lavouras têm condições de plantar uma área maior do que 10 milhões de hectares sem a necessidade de novos investimentos. A pesquisa avançou, e a tecnologia está disponível para os triticultores.
O campo fértil para a triticultura recebe agora, por vias dolorosas, uma adubação especial, que é a valorização do produto interno. O acréscimo se constata com o pagamento que agricultores gaúchos recebem, de R$ 325,00 a tonelada, bem distantes dos R$ 170,00 oferecidos pelas indústrias em dezembro último. Com a oferta interna escassa e mesmo sem referência de cotações, nasce um alento para toda a atividade. Com o sempre bem-vindo aceno de preço e as incertezas com a dependência do mercado argentino, que impõe barreiras para a entrega do cereal nos próximos meses, surge um aspecto positivo para a cadeia produtiva nacional: o dar-se as mãos para resolver o problema em conjunto. Observa-se que a indústria, que por longo tempo adotou postura duvidosa ao preterir o grão nacional, agora está disposta a absorver a produção local.
Esse é o primeiro passo rumo ao entendimento. Um diálogo que propiciará aos agricultores o incentivo necessário para que ampliem a área de plantio da safra. Um gesto digno que trará à população a tranqüilidade de encontrar farinha de trigo e derivados no comércio. Uma multiplicação de pães em pleno século 21.
Colunistas
FERNANDO ALBRECHT
O show de Milka
Mais uma vez o show que a estilista Milka faz é uma atração para a cidade, lotando o Araújo Vianna sábado à noite. Para quem é leigo, havia pelo menos dois motivos para não perder o espetáculo: as modelos - Georgia Wortmann, Adriana Matoso e Deise Nunes entre outras - e o show inspirado na África. O coral do Cecune, os artistas negros do Instituto Cultural-Afro Sul e o grupo Liberdade sem Limites e um belo solo de percussão de Giga-Giba, uma figuraça, fizeram o público aplaudir com vigor o show. A música africana também foi de arrepiar. Pena que não ofereçam este show mais vezes para os port-alegrenses.
Ora pombas! I
A General Motors anda às voltas com um problemão no porto de Rio Grande, os dejetos das pombas. Atraídas pelos grãos dos terminais graneleiros, a as aves fazem estragos nos carros que ali são desembarcados e esperam transporte para todo o país, já que Rio Grande é a entrada dos carros da GM. O curioso é que ao ar livre nada acontece, mas sim nos armazéns, onde as aves fazem ninhos.
Ora pombas! II
A GM toma seus cuidados, claro, tapando frestas e tentando impedir a entrada das aves nos armazéns de várias formas, mas evita exterminar as aves. As fezes do símbolo da paz são altamente corrosivas, inclusive em metais, e quando secas secas, podem causar uma doença - entre várias outras - chamada psitacose, infecção produzida por uma clamideácea, que provoca uma pneumonia atípica.
Desfeito mistério...
Os comerciantes e moradores da rua Padre Chagas notaram uma presença estranha na área. Um homem aparentando 30 anos ou menos, vestido com um uniforme diferente passou a perambular pela rua. Solícito e simpático, cumprimentando a todos, o novo freqüentador do circuito fashion da Capital deixou os moradores intrigados. Quem seria o estranho personagem vestido de forma diferente? Alguns chegaram a cogitar se não era o ET de Varginha.
...na Padre Chagas
Conversa vai, conversa vem, descobriram através de comerciantes mais velhos que era um PM, um policial encarregado de zelar pela segurança pública, o primeiro visto alí desde o Fórum Social Mundial, também em anos. A curiosidade foi tanta que o PM foi cercado e inquirido. Nova surpresa, ele informou que de agora em diante isso vai ser um fato comum, a rua vai ter policiamento ostensivo. Coisa estranha, seria algum PM insurreto?
E por falar Padre Chagas...
...o lixo continua fazendo a festa dos carroceiros. Ocorre que o DMLU só recolhe o lixo das mais de 30 casas, bares restaurantes e bistrôs três vezes por semana. A primeira é a terça, imagine-se a sujeira acumulado desde o final de semana. Vai daí que os comerciantes são obrigados a pagar carroceiros, que cobram uma taxa salgada. Ou seja, paga-se a Taxa de Lixo e a Taxa do Carroceiro nesta cidade. O vereador Isaac Ainhorn (PDT), cobrou da tribuna a denúncia feita na página há semanas.
Feliz aniversário
A Fundação Zoobotânica comemora dia 1º os 40 anos do Parque Zoológico do Estado, inaugurando, às 14h, o novo sistema de sinalização do Parque e os recintos dos bugios, flamingos e de outras aves (gavião-real, gavião-do-rabo-branco, águia-chilena, carancho, gavião-caboclo e gavião-vermelho). Deesde 1999 foram investidos R$ 2 milhões nos 780 hectares do zoo, que tem 1,6 mil animais de 182 espécies diferentes.
Garoto-pr opaganda
Cansadas de ver diariamente críticas à política arrecadatória dos pardais e de explicar que se os motoristas se comportassem de acordo com a legislação as multas não existiriam, as direções do Detran e EPTC pensam em promover uma campanha, que teria como personagem um motorista-modelo. Rubinho Barrichello. Mesmo no comando de uma Ferrari de 900 cavalos, nunca anda depressa. Isso quando anda.
Unanimidade gaúcha
Um ex-secretário do governo Britto analisa o quadro eleitoral fazendo uma constatação. Diz ele que nunca os partidos do Rio Grande do Sul, todos eles, trabalharam tanto para permitir a eleição de um candidato situacionista, que é Tarso Genro. E cita um brocardo de Nelson Rodrigues sobre a questão da unanimidade.
ADÃO OLIVEIRA
O gênio de Serra
E José Serra cansou. Conhecido por ter um um espírito genioso, o presidenciável José Serra tem feito de tudo para se tornar simpático perante a opinião pública. A intenção é clara. Ele não quer que o seu mau humor influencie na sua candidatura à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Até ontem ele estava vencendo essa batalha. Depois que o seu nome foi indicado com pré-candidato à presidência da República, Serra não havia dado demonstrações públicas do seu ranço costumeiro. Aguentou até sábado e explodiu: brigou com Nelson Biondi, seu marqueteiro, com o ex-ministro Pimenta da Veiga, coordenador de sua campanha e reagiu durante às pressões que vem sofrendo do PMDB que quer lhe enfiar "goela abaixo" o nome de um vice que ele não aceita. Fruto dessa "recaída", Serra reclamou de Pedro Malan ao presidente da República.
Essa irritação de Serra é fruto da mania de perseguição que habita o inquieto senador. Serra está vendo crescer, a cada dia, a articulação do PFL para derrubá-lo. E isso o irritou profundamente. Em crise, Serra disparou zangados telefonemas aos seus companheiros do PSDB e aos seus aliados do PMDB. Foi o bastante para que eles sentissem que Serra não é fácil. Eles já sabiam disso, mas achavam que o "homem" havia mudado. Ledo engano!
Preocupados com o recrudescimento do "genioso" Serra, que reapresenta sérios problemas de relacionamento, seus patrocinadores voltaram a questionar a viabilidade do candidato. Seus seguidores e "mui amigos" reconhecem que Serra é o candidato que mais tem criado problemas e começam a temer que ele não chegue ao segunto turno. No PSDB, brinca-se que assim, Serra acabará criando uma torcida organizada. Contra ele.
Quem mais tem sofrido com os "humores" de Serra é o presidente Fernando Henrique Cardoso. Só Fernando Henrique tem autoridade para segurar José Serra. E isso tem-lhe custado alguns dissabores. O pessoal do PFL, por exemplo, vive "buzinando" no ouvido do presidente contra o escolhido para sucedê-lo no Planalto. O partido, que tem vocação para o poder, corre o risco de ficar fora dele por não aceitar uma composição com Serra. Da bancada, de mais de 100 componentes, que o PFL possui na Câmara, só seis deputados votariam no ex-ministro da Saúde.
Se José Serra, por seu temperamento irritadiço tem trazido constrangimentos ao presidente, Fernando Henrique tem dado o troco à altura. Fernando Henrique ënche o saco"de Serra contra seus programas na televisão concebidos pelo publicitários Nelson Biondi. O presidente acha uma "droga" o que tem visto e insiste que Serra ouça o marqueteiro baiano Nizan Guanaes porque, " do jeito que está, dificilmente Lula perderá a eleição". Nizan foi o marqueteiro preferido de FHC nas duas vezes em que ele concorreu. Agora, por último, fazia a campanha de Roseana Sarney mas, abandonou-a tão logo foram encontradas, na empresa Lunus, as 26 mil notas de R$ 50,00 sem origem conhecida. Nesse mesmo dia, Nizan foi a Brasília conversar com Fernando Henrique se comprometendo a "dar uma mão" pro Serra sem, no entanto, assumir sózinho a campanha.
No fim de semana que passou, José Serra, depois de ser azucrinada por FHC, "foi com tudo" pra cima do sempre cordato Nelson Biondi que, desta vez, não gostou do que ouviu e ameaçou "tirar o time", sem antes dizer que Fernando Henrique e está lhe puxando o tapete.
Isso é verdade. Nizan e Serra se odiavam por força da fracassada campanha de Serra à prefeitura de São Paulo. Esta semana, numa festa em Brasília, os dois conversaram. Foi o bastante para fizessem as pazes.
Agora, falta pouco para que Biondi e Nizan assuma a campanha tucana.
A atuação do ex-ministro Pimenta da Veiga, que teve seus conselhos ignorados na crise PSDB-PFL no episódio Lunus, também está afetando, sobremaneira, o humor de José Serra. Outro dia um tucano disse a Serra que falaria com Pimenta para resolver uma divergência regional entre o PMDB e o PSDB. Mas, Serra desautorizou o coordenador, dizendo que problemas assim serão resolvidos diretamente por ele e mais ninguém. O episódio vazou e magoou Pimenta que, também está querendo abandonar o barco". Serra não agüenta tanto problema doméstico para resolver.
Com todas essas dificuldades que existem em torno da campanha de Serra, surge correndo por fora chapa que pode ser poderosa. Aécio Neves para presidente e Michel Temer para vice.
Pelo sim, pelo não, Aécio Neves acompanhará Fernando Henrique ao exterior. Para não correr o risco de assumir a presidência da República.
E se tornar inelegível, caso José Serra não emplaque a candidatura.
CARLOS BASTOS
Oposição vai se unir no segundo turno
A tendência é os partidos oposicionistas apresentarem entre quatro e cinco candidatos à sucessão do governador Olívio Dutra. PDT, PPB e PMDB já tem seus candidatos José Fortunati, Celso Bernardi e Germano Rigotto. A partir do dia 1º de maio, o PPS deverá ter o ex-governador Antônio Britto, e o PSDB ainda está indefinido entre apresentar ou não candidato próprio ao governo do Estado. Esta divisão do campo oposicionista, no entanto, só deve ocorrer na disputa do primeiro turno. Os indicativos são de que as oposições fecharão no segundo turno com o candidato que tiver maior votação e ficar para o confronto decisivo com Tarso Genro, do PT. Há alguns dias houve uma reunião entre os presidentes dos partidos de oposição, quando todos assumiram o compromisso de se manter unidos no segundo turno, para o enfrentamento com o PT, seja quem for o candidato que permanecer na disputa.
Diversas
Última
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, considera que a imposição do ex-governador Antônio Brittode estabelecer prazo (que termina amanhã) para a Frente Trabalhista encontrar um candidato de consenso, é uma " atitude arrogante, agressiva e até destrutiva para a aliança e prejudicial à candidatura do ex-ministro Ciro Gomes". A tendência é os partidos oposicionistas apresentarem entre quatro e cinco candidatos à sucessão do governador Olívio Dutra. PDT, PPB e PMDB já tem seus candidatos José Fortunati, Celso Bernardi e Germano Rigotto. A partir do dia 1º de maio, o PPS deverá ter o ex-governador Antônio Britto, e o PSDB ainda está indefinido entre apresentar ou não candidato próprio ao governo do Estado. Esta divisão do campo oposicionista, no entanto, só deve ocorrer na disputa do primeiro turno. Os indicativos são de que as oposições fecharão no segundo turno com o candidato que tiver maior votação e ficar para o confronto decisivo com Tarso Genro, do PT. Há alguns dias houve uma reunião entre os presidentes dos partidos de oposição, quando todos assumiram o compromisso de se manter unidos no segundo turno, para o enfrentamento com o PT, seja quem for o candidato que permanecer na disputa.
Diversas
Deve se registrar aqui que houve uma única exceção, o presidente do diretório regional do PMDB, deputado federal Cesar Schirmer. Ele afirmou que com qualquer candidato os peemedebistas se manteriam no bloco de oposição.
Última
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, considera que a imposição do ex-governador Antônio Brittode estabelecer prazo (que termina amanhã) para a Frente Trabalhista encontrar um candidato de consenso, é uma " atitude arrogante, agressiva e até destrutiva para a aliança e prejudicial à candidatura do ex-ministro Ciro Gomes".
Editorial
SENAI É EXEMPLO NO ENSINO PROFISSIONAL BRASILEIRO
Criticado por setores sindicalistas mais à esquerda, que julgam a instituição apenas como uma "formadora de mão-de-obra barata, destinada ao mercado de trabalho que interessa aos patrões", na verdade o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Senai, completou 60 anos de ótimos serviços prestados ao País. Foram 30 milhões de pessoas, maioria jovens, que passaram pelos cursos técnicos do Senai, de onde muitos saíram com lugar assegurado em empresas de todos os portes. Ser egresso do Senai é uma indicação forte, geralmente decisiva. Há casos em que, antes mesmo de completar o ciclo de aprendizado, o estudante do Senai está contratado, tal a preparação, prática e os predicados técnicos que o distinguem dos demais cursos existentes. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, irmão gêmeo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, Senac, e formando família com o Serviço Social da Indústria, Sesi, e o Serviço Social do Comércio, Sesc, tem 726 unidades operacionais, diversificadas em Centros de Treinamento, Centros de Educação Profissional e Unidades Móveis. Além dos seus prestigiados cursos, o Senai tem mais de 300 Projetos de Pesquisa Tecnológica Aplicada para a Indústria, dos quais resultaram o registro de diversas patentes. A entidade é considerada a de melhor formação profissional na América Latina, concebida pelos empresários industriais, liderados por Euvaldo Lodi e Roberto Simonsen, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas, através do Decreto-lei 4.048, de 22 de janeiro de 1942, e entregue à Confederação Nacional da Indústria, CNI.
Evidente que a finalidade básica é a formação de mão-de-obra especializada para a indústria. Em tempos de globalização, onde a competitividade e a produtividade fazem a diferença e podem representar manter-se atuando ou a falência dos negócios, realça a importância do Senai. Na Constituição de 1988, houve movimento para transformá-lo em órgão público, porém a resistência foi maior e o Senai continuou entregue aos seus moldes tradicionais, sustentado com contribuição de 1% do valor total da folha de salários das indústrias. Se a fórmula não é a ideal, talvez tenha defeitos ou lacunas, nem por isso a estatização seria a solução. Fernando Bezerra, presidente da CNI, diz que "a ação do Senai jamais foi reduzida à simples preparação para um posto de trabalho. Muito pelo contrário, seu corpo docente e seus alunos sempre se dedicaram à pesquisa aplicada e estão, permanentemente, motivados para a criatividade e inovação de produtos e processos industriais".
O Senai mantém 72 escolas profissionais diretamente ou pelas fábricas em regime de isenção, 606 cursos de 52 ofícios e tem 18 mil alunos, sendo cerca de 12 mil menores em cursos de ofícios. No entanto, mesmo com estes números e provas de fidelidade aos princípios e de alcançar, anos após ano, desde 1942, os objetivos precípuos para os quais foi criado, o Senai não escapa das farpas isoladas que lhe são desferidas, uma das quais nos diz respeito bem de perto. Fala-se que o Teatro do Sesi, junto à Fiergs, é local onde a última pessoa que pode freqüentar é um operário da indústria, tal a grandiosidade e luxo. Dar conforto e montar um teatro moderníssimo não seleciona, por si só, o público a quem se destina. Além do mais, a programação cultural é variada e há promoções para todos os gostos. De qualquer maneira, quem, senão a Indústria, liberta das amarras e dos custos do oficialismo, com a agilidade própria da iniciativa privada, teria condições de edificar aquele magnífico conjunto arquitetônico aberto aos industriais, aos industriários e à sociedade gaúcha?
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04/29/2002
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