Obras de infra-estrutura em Honduras e na Argélia deverão contar com empresas brasileiras
O estímulo à participação de empresas brasileiras em obras de infra-estrutura foi anunciado pelos embaixadores designados para Honduras e Argélia, respectivamente os ministros de segunda classe Mário da Graça Roiter e Henrique da Silveira Sardinha Pinto. As mensagens presidenciais contendo as indicações dos dois embaixadores receberam, nesta quarta-feira (10), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
Segundo anunciou Roiter aos senadores da comissão, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá financiar a construção, pela empresa brasileira Odebrecht, de uma usina hidrelétrica que produzirá 260 megawatts em Honduras. Atualmente, como relatou o embaixador, aproximadamente metade da energia elétrica produzida em Honduras provém de usinas térmicas.
A dependência de petróleo importado até para a geração de eletricidade, informou, levou o governo hondurenho a se aproximar da Venezuela e a aderir à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). Ao mesmo tempo, porém, tem se intensificado o relacionamento bilateral com o Brasil, com ênfase na cooperação técnica em setores como produção de biocombustíveis, saúde pública e gerenciamento de recursos hídricos.
- Em troca, recebemos o apoio à candidatura brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas - disse Roiter, cuja indicação teve como relator ad hoc o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Argélia
Cristovam também foi o relator da mensagem presidencial de indicação de Sardinha Pinto para o cargo de embaixador brasileiro em Argel. Em seu voto favorável, o senador lembrou que centenas de brasileiros foram recebidos "de braços abertos" pela Argélia, quando tiveram de deixar o país durante o período do governo militar no Brasil.
Sardinha afirmou que a Argélia está entre as prioridades da política externa na África. Ele recordou que o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika co-presidiu - ao lado do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva - a primeira reunião de cúpula entre países árabes e países da América do Sul, realizada em Brasília.
Apesar da aproximação política, porém, o comércio bilateral ainda é bastante deficitário para o Brasil. Em 2008, as trocas bilaterais alcançaram US$ 3,1 bilhões, como informou o embaixador. E o déficit brasileiro foi de US$ 1,8 bilhão. O Brasil exporta principalmente açúcar e carne, e importa petróleo e derivados.
Para compensar o déficit comercial, o governo brasileiro tem demonstrado interesse pelo plano de desenvolvimento recentemente anunciado pela Argélia. Empresas brasileiras, como informou o embaixador, já receberam encomendas de obras de construção de gasodutos, aterros sanitários e viadutos.
- O governo brasileiro entende que poderíamos participar de maneira mais ativa de processo de desenvolvimento da Argélia, que vai garantir a construção de uma infraestrutura mais moderna no país - disse Sardinha.
A reunião foi presidida pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).Marcos Magalhães - Repórteres da Agência Senado
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Agência Senado
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