Ocorrências não atendidas nos DPs serão encaminhadas à PM
Determinação foi dada pelo secretario de Segurança, Ronaldo Marzagão
Com a greve aderida por parte da Polícia Civil, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Ronaldo Marzagão, determinou que, quando uma ocorrência não for atendida no Distrito Policial, seja levada à Policia Militar. A PM será responsável por encaminhá-la diretamente a um promotor, que por sua vez irá apresentá-la junto ao Ministério Público. O anúncio foi realizado na sexta-feira, durante solenidade de encerramento da 11ª Operação Saturação por Tropas Especiais (OSTE), no Jardim Rio Claro, zona leste da Capital.
“Eu fiz essa determinação ao comandante geral da PM (coronel Antonio Roberto Diniz)”, afirmou o secretário. “Se a polícia se nega a fazer aquilo que é de seu dever, evidentemente alguém terá que fazer. A população não pode sofrer em razão de uma greve de sindicalistas da polícia, que não se confundem com a Polícia Civil de São Paulo”, disse Marzagão, esclarecendo que o estado de greve se restringe a uma pequena parcela da corporação.
O secretário também adiantou que o policial faltoso terá seu salário descontado. “Descontar os dias em que os policiais faltaram não é uma forma de retaliação, porque 80% devem permanecer trabalhando. É assim: se há cinco policiais, devem ser quatro trabalhando e um em estado de greve”, exemplificou. “Nós vamos fazer um levantamento e cortar os pontos. Não haverá abono de faltas”.
As medidas visam proteger a população para que os serviços não sejam paralisados em determinadas situações. A Delegacia Eletrônica, cujo boletim de ocorrência pode ser feito pelo site da SSP, continua funcionando normalmente. “Nós temos um plano permanente de contingência em todas as polícias e o cidadão pode ficar sossegado que a polícia de São Paulo não lhe faltará, em que pese a falta de espírito público dos sindicalistas policiais”, finalizou o secretário.
Operação Saturação
A Polícia Militar do Estado de São Paulo encerrou nesta sexta-feira a 11ª OSTE, realizada na área do Jardim Rio Claro, na zona leste da Capital. A partir de agora, as atividades implantadas pelo Governo do Estado serão coordenadas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado – sob o comando do secretário Rogério Amato –, responsável pela Virada Social. “Nesse momento de transição, passamos o bastão para o secretário Rogério Amato, nosso grande amigo e colega, que daqui em diante tratará com maior profundidade das questões das minorias econômicas e sociais da região”, afirmou Ronaldo Marzagão.
O secretário ainda prestou uma homenagem ao menino Gabriel, que nasceu durante a operação e teve o parto realizado emergencialmente por policiais militares. “Eu quero ter a satisfação de, daqui a alguns anos, voltar para visitar o Gabriel, a dona Cristiane Maria (mãe), e comprovar que ele viverá em condições melhores do que as de hoje”. O recém-nascido foi presenteado com um capote da PM, que o secretário definiu como um símbolo da união entre polícia e comunidade.
Após o encerramento da OSTE, o policiamento feito pelas Tropas Especiais se retira em parte e o policiamento territorial feito pelas unidades locais reassume seus trabalhos, reforçados por: uma Base Comunitária móvel, um Pelotão de Força Tática, uma Rádio Patrulha (cinco viaturas), com a Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), Policiamento de Trânsito, Ronda Escolar (duas viaturas), além do Policiamento de Choque, que continua com policiamento montado, ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e com o Pelotão do 2º Batalhão de Choque, responsável pelos bloqueios.
Resultados
A operação teve início no dia 12 de junho, com ocupação tática e planejamento técnico, empregando 678 policiais militares, 208 viaturas e 74 animais para levar segurança à população. No decorrer da Operação, que completou hoje 99 dias – a mais longa das OSTE –, foram realizadas 50.170 buscas pessoais, fiscalizados 884 estabelecimentos comerciais, vistoriados 8.295 veículos e 13.407 motos. Foram registradas 46 ocorrências de tráfico de entorpecentes, seis ocorrências de porte de entorpecentes e sete ocorrências de porte ilegal de arma. Foram apreendidos 203,426 quilos de entorpecentes, 24 armas de fogo e 640 munições. Também foram apreendidos explosivos.
Como conseqüência dessas ocorrências, 141 pessoas foram presas em flagrante delito e 31 foragidos da justiça foram recapturados.
A Polícia Militar, com apoio do Centro Odontológico, atendeu crianças entre cinco e doze anos, que realizaram tratamento odontológico gratuito, totalizando 1.503 procedimentos clínicos. Efetuou ainda demonstrações com a participação do Regimento de Polícia Montada "9 de Julho", Canil e Corpo Musical da Polícia Militar, atingindo um público de 18.400 pessoas.
As palestras desenvolvidas pelo Centro Odontológico da Polícia Militar, Comando de Policiamento Ambiental, Corpo de Bombeiros foram levadas a 3.032 pessoas da comunidade local.
Como resultado, comparando-se os períodos de 90 dias antes da operação e 90 dias após desta, constatou-se queda de 27% no índice de roubo; 33% no de homicídio doloso, 33% nos casos de furto de veículo e 62% nos casos de roubo de veículos, justificado pela crescente notificação de casos, em razão da maior presença do Estado e maior credibilidade na polícia.
Da Secretaria de Segurança Pública
09/20/2008
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