Oficina da USP mostra como usar brincadeiras para educar



Uma alternativa na vida dos pequenos é levar os brinquedos às salas de aula

“As crianças brincam cada vez menos”. A constatação é de Roselene Crepaldi, pesquisadora do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp) da Faculdade de Educação (FE) da USP. Para ela, a ausência de atividades lúdicas resulta em diminuição da criatividade e da capacidade de lidar com situações da vida.

Uma alternativa para inserir brincadeiras na vida dos pequenos é levar os brinquedos às salas de aula. Para Roselene, o educador deve ampliar seu conhecimento sobre atividades lúdicas, montar brinquedos e usufruir deles junto com as crianças.

Para capacitar educadores a trabalhar com brinquedos em sala de aula, o Ponto de Cultura do Labrimp desenvolveu uma série de oficinas, gratuitas e abertas aos interesados. “Vêm pessoas de todas as áreas, professores ou interessados no tema”, conta Roselene. As inscrições são gratuitas. A programação para outubro e novembro já foi divulgada (veja abaixo).

“Qualquer objeto pode ser brinquedo, basta uma pessoa atribuir valor lúdico a ele”. Na sala de aula, no entanto, há formas de obter melhores resultados. “Vamos falar sobre quais materiais usar na montagem, por exemplo”.

Sinal dos tempos

Para a pesquisadora, brincar é aprender a resolver problemas da vida. As brincadeiras estimulam o raciocínio e a criatividade, preparando a pessoa para as situações reais.

Na atual sociedade, caracterizada pela pressa e pelo consumo, o tempo e os espaços de brincadeiras diminuíram. “Não se usa mais a rua, a praça”, exemplifica Roselene.

Ela constata que a nova dinâmica social alterou as brincadeiras das crianças, que simulam atividades adultas em vez estimularem a imaginação em atividades lúdicas. “Meninas de doze anos não gostam mais de bonecas. Falam de namorados, simulam namoros, ficam no celular”, exemplifica.

Roselene percebe também que tendência de valorizar mais a posse dos brinquedos do que o brincar. “As crianças formam coleções de bichinhos, querem apenas tê-los e não vivenciam o uso lúdico do objeto”.

A pesquisadora ressalta que isso não ocorre apenas em classes mais abastadas: crianças de famílias sem dinheiro para viver essa realidade, vivem o desejo de possuir, em vez de encontrar soluções criativas.

Projeto

O Labrimp realiza pesquisas sobre usos e tipos de brinquedos, disponibiliza material bibliográfico e acervo sobre o tema – mantido no Museu da Educação e do Brinquedo. Também dispõe de brinquedoteca circulante e um espaço repleto de brinquedos que pode ser visitado por crianças acompanhadas dos pais e por turmas escolares. Mais informações pelo site do Laboratório ou pelo telefone (11) 3091-3351.

Outras atividades do Laboratório são as de capacitação de educadores, que se expandiram em 2002, quando o Labrimp foi contemplado pelo Ministério da Cultura no Projeto Cultura Viva e montou seu Ponto de Cultura.

“Com o financiamento do Ministério, pudemos ampliar o número de oficinas, que já tinham grande demanda”, destacou Roselene. Até novembro, acontecem oficinas todas as semanas, em diferentes períodos.

Clique no link e confira

10/15/2007


Artigos Relacionados


SP vai usar TV Cultura para educar no horário nobre

Oficina mostra como micro e pequenas empresas podem investir em inovação

USP demonstra como usar o arroz para produzir sílica

Pesquisa na Cidade de Deus mostra ser possível usar tecnologia para ciências sociais

Saúde vai usar experiência dos Jogos Militares como preparação para Copa 2014

Flexa Ribeiro acusa o governo de usar encontro de prefeitos como palanque para Dilma