Oposição lança campanha para viabilizar CPI ampla



Os partidos de oposição lançaram nesta quinta-feira (dia 15) uma campanha destinada a conseguir as assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPI) com o objetivo de investigar amplo leque de denúncias de corrupção na administração pública. O trabalho de convencimento dos parlamentares que não assinaram o requerimento - a coleta começou nesta quinta-feira - dar-se-á em duas frentes: por meio do corpo-a-corpo, no Congresso Nacional, e da mobilização de massas como forma de mostrar a insatisfação da sociedade em relação ao grande número de denúncias não apuradas.

Entre as denúncias a serem investigadas pela CPI, estão as relativas à atuação do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira, suspeito de favorecer interesses privados; a irregularidades na liberação de verbas públicas no âmbito do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER); ao desvio de verbas no Banco do Estado do Pará (Banpará) e a irregularidades em contratos de arrendamento de trechos do Porto de Salvador e de ampliação do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, na mesma cidade.

- Com tal amplitude, nem o PMDB nem o PFL terão como se recusar a apoiar a CPI, já que há denúncias partidas dos dois lados, assim como da imprensa - explicou a senadora Heloísa Helena (PT-AL). As denúncias relativas ao DNER e ao Banpará, por exemplo, têm sido encampadas pelo ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), enquanto as denúncias de irregularidades na ampliação do porto e do aeroporto de Salvador foram apresentadas pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

No lançamento da campanha, realizado no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o líder do PT naquela casa, Walter Pinheiro (RJ), disse que é preciso cobrar de Antonio Carlos e Jader que assinem o requerimento. Para Heloísa Helena, o número de assinaturas que o ex-presidente do Senado conseguir dirá se ele continua em conflito com o governo ou se recuou de sua independência por causa de medidas conciliatórias adotadas pelo presidente Fernando Henrique.

No Senado, onde o número mínimo de assinaturas necessário é 27, já estariam garantidas 19, mas Heloísa Helena disse ter recebido do senador Maguito Vilela (PMDB-GO) promessa de assinar o requerimento, independentemente da posição que seu partido vier a assumir em reunião marcada para esta quinta-feira (dia 15). Na Câmara, haveria 120 parlamentares comprometidos com a CPI, quando o número mínimo de assinaturas é 171.

- Mais do que o corpo-a-corpo, o que vai pressionar os parlamentares a assinar o requerimento serão as manifestações populares - previu a senadora Marina Silva (PT-AC).

Estão sendo programadas várias manifestações nos estados e uma grande manifestação em Brasília no dia 5 de abril.

15/03/2001

Agência Senado


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