Oposicionistas confirmam presença na instalação da CPI
Os senadores da oposição comparecerão à reunião de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras marcada para esta quarta-feira (10), às 14h30. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou em entrevista nesta terça-feira (9) que os parlamentares oposicionistas chegarão 20 minutos antes e aguardarão o início da reunião.
De acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a permanência do senador Arthur Virgílio como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs - anunciada pelo presidente da comissão, Heráclito Fortes (DEM-PI) na tarde desta terça-feira - cria "um clima de dificuldade" para a instalação da CPI da Petrobras.
Heráclito Fortes argumentou que a CPI das ONGs tinha um relator da base de apoio ao governo e não votava nada há meses, uma vez que os governistas não garantiam quórum nas reuniões. "Não era possível ficar como estava", afirmou Heráclito, para quem a verdade é que os governistas não querem apurar as denúncias. "A CPI das ONGs renasceu hoje", afirmou Heráclito Fortes.
O senador Arthur Virgílio disse que as investigações que a oposição não conseguir aprofundar nas CPIs das ONGs e da Petrobras serão enviadas pelo PSDB ao Ministério Público. Questionado se a insistência em ser relator não engessaria as duas CPIs, o senador respondeu que, de uma forma ou de outra, a CPI das ONGs já estava parada. "Se não engessa de um jeito, engessa de outro". O senador defendeu a importância de apurar as denúncias de irregularidades na Petrobras.
- Eles sabem o que fizeram na Petrobras e não querem apurar. O mensalão, comparado com aquilo, foi fichinha, coisa de batedor de carteira em estação de trem - argumentou Virgílio.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) passou a suplente da CPI das ONGs para ser titular na CPI da Petrobras, deixando vago o cargo de relator da primeira. O senador do PCdoB afirma não ter abandonado a relatoria e disse acreditar que poderia seguir como relator mesmo sendo apenas suplente na CPI das ONGs.
No entanto, considerando o cargo vago, Heráclito indicou Arthur Virgílio para a posição. Senadores governistas cobram o cumprimento de acordo de que a presidência da CPI ficaria com a oposição, mas a relatoria pertenceria a um parlamentar governista. O governo tem maioria nas duas CPIs.
Silvia Gomide / Agência Senado
09/06/2009
Agência Senado
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