Os papa-votos



Os papa-votos A quase um ano das eleições, os partidos trabalham para compor chapas proporcionais competitivas e apostam tudo nos puxadores de votos A pouco mais de um ano das eleições, os partidos já iniciaram a montagem das suas chapas de candidatos a deputado federal e estadual, em um intenso trabalho de costura política. Em meio às articulações, os dirigentes partidários queimam as pestanas fazendo as contas, tentando atrair nomes fortes para suas representações proporcionais e garantir bom lastro de votos para puxar para cima os candidatos que, apesar do menor potencial, têm chances de ser eleitos por média, na chamada “sobra eleitoral”. Os puxadores de votos – como são conhecidos os candidatos cujo potencial se aproxima da casa dos 100 mil votos – são os responsáveis pela ampliação do coeficiente eleitoral. Por meio desse dispositivo matemático, criado pela legislação, pode-se determinar o número mínimo de votos para eleger um deputado, transferindo a sobra para os outros integrantes da chapa. Por exemplo, se um candidato pode ser eleito com 70 mil votos, mas obtém 80 ou 90 mil, a sobra é automaticamente transferida para o segundo colocado da sua chapa, e assim sucessivamente. O PSDB, por exemplo, saiu no lucro com o ingresso do ex-prefeito Roberto Magalhães (ex-PFL). Na eleição para deputado federal em 1994, Magalhães foi o mais votado, com 229.483 votos. Em 1990, ele ficou atrás apenas do ex-governador Miguel Arraes (PSB), que obteve 339.158 votos. Os tucanos apostam que, apesar da derrota no Recife, no ano passado, ele pode ultrapassar a linha dos 100 mil votos em 2002, reforçando a chapa. Magalhães, no entanto, é cauteloso. “Não acho que eu seja um puxador de votos e não acredito que ninguém terá uma votação muito grande em 2002. O eleitor está decepcionado com os políticos. Haverá muitos votos nulos e brancos”, analisa, pessimista. O ex-prefeito lembra que passou os últimos quatro anos governando o Recife, afastado das antigas bases interioranas. Por isso não acredita que repetirá o desempenho de 90 e 94. Com a saída de Magalhães, o PFL passou a apostar no deputado Inocêncio Oliveira para elevar o total de votos da chapa. O líder da bancada pefelista na Câmara dos Deputados é chamado pelos correligionários de “trator”, tamanha a intensidade que trabalha em busca de votos. Não é para menos. Nas últimas três eleições Inocêncio dobrou suas votações. Em 90, obteve 49.291 votos, chegando a 87.306, em 94, e pulando para 162.412, em 98. Este último placar lhe garantiu a segunda colocação, atrás de Eduardo Campos (PSB), que obteve 173.657 votos. Nos últimos três anos Inocêncio vem ampliando suas bases no Estado – provocando inclusive a ciumeira de companheiros do PFL. Por isso, seu futuro desempenho só pode gerar expectativas positivas no PFL. Entre os partidos da aliança governista, outros nomes já se colocam como possíveis puxadores de votos. O PMDB investe no desempenho do secretário estadual de Turismo, Carlos Eduardo Cadoca Pereira. Para deputado federal, Cadoca obteve 121.443 votos em 98, e apesar de estar licenciado do mandato, tem trabalhado muito para manter a performance. Ao contrário de Roberto Magalhães, Cadoca não acredita que o desinteresse do eleitor reduza o número de votos em 2002. “Em todas as eleições há, historicamente, um contingente que não se interessa em votar. Mas é circunstancial. Pode ser que daqui a um ano o clima seja diferente”, aposta. Ele também nega que esteja trabalhando para ser o mais votado, e diz que quer, apenas, manter o mandato. Segundo Cadoca, alguns nomes que não participaram da eleição proporcional de 1998, como Roberto Magalhães, Miguel Arraes e Humberto Costa (PT), podem ser decisivos no cenário de 2002. “Além disso, outros nomes podem surpreender. Em 98, não apostavam muito em mim e fiquei em terceiro lugar”, lembra. Ainda há incógnitas na aliança jarbista, como é o caso do deputado Joaquim Francisco e do vice-presidente Marco Maciel, ambos cotados para disputar o Senado. Como o PFL só terá uma vaga na chapa, quem sobrar poderá disputar a Câmara Federal. E ambos têm potencial para figurar entre os mais votados. PSB tem situação confortável na proporcional Entre os partidos do bloco de oposição, o PSB é, de longe, o que está em situação mais confortável com relação à eleição proporcional. Recordista na disputa para deputado federal em 1990, com 339.158 votos, o ex-governador Miguel Arraes carrega nos ombros a responsabilidade de arrebanhar votos suficientes para puxar consigo, para Brasília, um contingente significativo de novos deputados socialistas. E para garantir a formação de uma bancada federal consistente do PSB pernambucano, Arraes conta, ainda, com a ajuda do neto e atual deputado federal Eduardo Campos. Eleito em 98 para a Câmara com 173.657 votos – foi o campeão da disputa proporcional naquele pleito –, Campos trabalha intensamente em busca da reeleição, apesar de volta e meia seu nome ser ventilado para uma investida majoritária do PSB. De olho no potencial eleitoral da dupla Arraes/Eduardo Campos, o PSB tem recebido várias adesões de políticos que sonham em ser puxados para a Câmara Federal, apostando em uma reedição da eleição de 1990. Naquele ano, PSB e PCdoB formaram uma chapinha, coligando-se entre si na disputa proporcional. Candidato a deputado federal, Arraes recebeu mais de 330 mil votos e sua sobra eleitoral arrastou mais cinco candidatos da chapinha, dos quais, três com votação inferior a cinco mil votos: Renildo Calheiros (4.469 votos), Álvaro Ribeiro (3.734 votos) e Roberto Franca (3.256 votos). Entre os eleitos da chapinha arraesista estavam também Sérgio Guerra (23.099 votos) e Luiz Piauhylino (14.870 votos). Ao contrário do PSB, os demais partidos oposicionistas não contam com grandes puxadores de votos na disputa pela Câmara Federal em 2002. O nome que desponta com maior potencial é o do atual secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa (PT), que na eleição de 94 chegou à Câmara com 84.493 votos. Em 98, Humberto disputou o Senado e perdeu para José Jorge (PFL). No ano passado, foi o vereador mais votado do Recife, com 27.815. O problema é que seu nome está colocado na disputa majoritária de 2002. Com Humberto fora da chapa proporcional, o PT aposta na repetição dos 67.925 votos do deputado Fernando Ferro, obtidos em 1998. O PDT e PCdoB não contam com nomes fortes para a Câmara Federal. O PPS, por sua vez, deverá receber a filiação do deputado Armando Monteiro Neto, que está prestes a deixar o PMDB. Mas apesar dos 91.448 votos obtidos em 1998, Monteiro, assim como Humberto, alimenta o projeto de concorrer a uma eleição majoritária no próximo ano, o que o descarta da lista de possíveis puxadores de votos da disputa proporcional. Caso semelhante ocorre no PTB, pelo qual o senador Carlos Wilson prepara-se para concorrer à reeleição. Se fosse candidato a deputado federal, Wilson teria potencial para se transformar em um dos puxadores de votos das oposições. Na Assembléia, a disputa será equilibrada Na Assembléia Legislativa, a disputa é mais equilibrada. Por isso é difícil identificar com antecedência os puxadores de votos. Para 2002, pelo menos dois nomes estão cotados entre os deputados como prováveis campeões de votos: o atual presidente da Casa, Romário Dias (PFL), e o líder do PMDB, João Negromonte. Romário nega que esteja trabalhando para chegar em primeiro lugar. Diz apenas que quer renovar o mandato, para o qual foi eleito em 98 com 26.822 votos. Mas admite que tem reforçado suas bases no interior, contando hoje com o apoio de 15 prefeitos e com dobradinhas importantes com candidatos a deputado federal como Inocêncio Oliveira, Joaquim Francisco, Osvaldo Coelho e Armando Monteiro Neto, todos com bom potencial de votos. “Alguns prefeitos nos conseguem dois ou três mil votos. Outros rendem até cinco mil. As dobradinhas fazem o resto”, receita o pefelista. João Negromonte também aposta no apoio de prefeitos. Tem oito no seu palanque. Mas, ao contrário de Romário Dias, o peemedebista tem um perfil mais urbano. Ex-vereador do Recife, ele obteve 40.757 votos para deputado estadual em 98, 17.777 dos quais na capital. Mas confessa estar viajando muito e acompanhando de perto os pleitos dos seus prefeitos. “Em política, se colhe o que se planta. Um deputado que prestigia suas bases apenas nas vésperas das eleições, não tem retorno”, afirma. Conta também em favor de Negromonte sua estreita ligação com o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), de quem é cunhado e já foi secretário e líder de bancada na Câmara Municipal. Na aliança jarbista há outros nomes que devem registrar boas votações, ainda que não sejam puxadores de votos. No PFL, as apostas recaem sobre Geraldo Coelho, Teresa Duere, Augusto Coutinho, José Marcos Lima e Sebastião Rufino. Entre os tucanos, deverão ser bem votados Antônio Moraes e Bruno Araújo, assim como Bruno Rodrigues, pelo PPB. No lado da oposição, não há nomes que se destaquem como puxadores de voto, mas há uma expectativa quanto à distribuição do espólio eleitoral de João Paulo (PT). Deputado estadual mais votado em 94 e 98, ele foi eleito prefeito do Recife no ano passado, deixando um legado de 50 mil votos conquistados em 98 para serem disputados pelos candidatos das esquerdas. Entre eles, o atual deputado Sérgio Leite (PT) e o vereador Dilson Peixoto (PT). Há também uma expectativa de bom desempenho por parte de parlamentares como José Queiroz (PDT), Guilherme Uchôa (PDT), Jorge Gomes (PSB), André Campos (PTB) e Ranilson Ramos (PPS). Militantes elegem hoje novos dirigentes do PT Cerca de 900 mil filiados – 32 mil em Pernambuco – participam da primeira eleição direta no PT desde a fundação do partido, em 1980. Seis candidatos disputam a presidência nacional da legenda O perfil do Partido dos Trabalhadores será modificado hoje, com a primeira eleição geral direta que definirá os novos dirigentes petistas. Num situação inédita, todos militantes do País – com mais de um ano de filiação e que estejam com as mensalidades em dia – terão o direito a voto. O pleito será realizado de forma conjugada, envolvendo todos os diretórios do PT, desde os zonais até ao nacional. Além de dirigir o maior partido de esquerda do País, os eleitos também terão a responsabilidade de conduzir a legenda nas eleições gerais do próximo ano. De acordo com a comissão eleitoral do partido, estima-se que aproximadamente 900 mil filiados compareçam às urnas, em todo o Brasil. Já em Pernambuco, está prevista a participação de 32 mil petistas. Para ser eleito, o candidato mais votado em cada instância deverá obter uma soma de votos superior a 50%. Caso contrário, será promovido um segundo turno, marcado para o dia 7 de outubro. Desde a sua fundação, em 1980, a legenda adotava o sistema de colegiado eleitoral (indireto) para escolha das executivas. Através de eleições simultâneas nas cidades brasileiras, montava-se um grupo de delegados por diretório (proporcional ao número de filiados), posteriormente convocados para participar do pleno de composição dos diretórios. Um esquema especial foi montado para viabilizar o processo. Urnas eletrônicas, cedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão utilizadas em cidades com mais de 500 filiados. Nos demais municípios, permanece o tradicional sistema de cédulas. As chapas eleitas, terão um mandato de três anos. Apesar dessa inovação eleitoral, o partido continua dividido e não faz questão de esconder as diferenças internas. Atualmente, o PT nacional contabiliza 38 tendências distintas, que reunidas ou não em chapas, lançaram candidatos e investiram na defesa ferrenha das suas propostas. Nos últimos dois meses, os postulantes aos cargos chegaram a protagonizar calorosas discussões em debates promovidos pelo País. A disputa pela direção nacional ilustra o clima vivido por todos os concorrentes. José Dirceu, candidato à reeleição pela Unidade na Luta (UL); Markus Sokol membro da O Trabalho (OT); Júlio Quadros, da Articulação de Esquerda (AE); Raul Pont, da Democracia Socialista (DS); Tilden Santiago e Ricardo Berzoini – os dois últimos com candidaturas independentes – apresentaram posturas divergentes, desde temas como o pagamento da dívida externa até a condução das alianças para as eleições presidenciais do próximo ano. Favorito, José Dirceu deverá ser reconduzido ao cargo pela quarta vez levantando a bandeira da construção de uma frente das esquerdas em prol da candidatura de Lula à Presidência da República. O deputado demonstrou vontade de ampliar o palanque da oposição com a inclusão de partidos como PPS e PSB. A proposta vem provocando críticas da ala mais xiita do PT. Júlio Quadros, por exemplo, defende a entrada isolada da legenda nas eleições. Apesar das supostas vantagens, muitos militantes apostam na definição do pleito só no segundo turno. Pensando nisso, muitos já começaram a negociar alianças numa possível segunda etapa. “Todos os candidatos, independentemente do patamar, não acreditam que os vencedores sejam definidos logo no primeiro turno. É por isso, que apesar da rivalidade entre os grupos, ninguém descarta a possibilidade de juntar forças na continuidade das eleições”, comentou Tilden Santiago. A inovação no método de escolha das executivas não foi visto com bons olhos por alguns correligionários. O novo sistema de votação direta acabou se transformando em outro pivô para discussões entre os candidatos à direção nacional. Um dos mais avessos ao novo processo eleitoral é o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, que acusa o sistema direto de restringir a participação dos militantes. “Eu percebi que é preciso, sim, mudar o PT. Mas o que é necessário é a participação popular e engajamento dos militantes nas lutas sociais, não apenas nas disputas eleitorais.”, comentou. Seis candidatos brigam pelo comando do PT em Pernambuco Presidente eleito hoje vai liderar o partido nas eleições estaduais do próximo ano Em Pernambuco, seis petistas brigam pelo comando do partido. Com palanques conjugados, os pretendentes à direção regional seguem o mesmo estilo quebra-de-braço que pontua a eleição no PT nacional. Em alguns momentos, a disputa pelo voto estadual deixou de lado a cordialidade e passou para a troca de farpas, a ponto de o núcleo jurídico do partido ser acionado para controlar um ciclo de debates. Nos 20 encontros realizados, nos dois últimos meses, no Estado, os adversários se limitaram a responder perguntas dos ouvintes e foram impedidos de levantar questionamentos entre si. Durante a campanha, o candidato mais atacado foi Gilson Guimarães que, mesmo sem tendência, apóia Ricardo Berzoini para a nacional. Lançado pelo deputado estadual Nelson Pereira (sem partido) - que desfiliou-se do PT no mês passado, depois de ser suspenso -, Guimarães foi rotulado pelos adversários como o “herdeiro político” do parlamentar. Além de Guimarães, concorrem ao posto o prefeito de Camaragibe, Paulo Santana, pela Unidade na Luta (segmento majoritário dentro da legenda) com o apoio de José Dirceu; o deputado estadual Paulo Rubem, do Coletivo Florestan Fernandes, e Jorge César, membro do FAS (os dois integram o palanque de Raul Pont); José Alberto, da AE, ligado a Júlio Quadros, e Jesualdo Campos, da OT, que defende o nome de Markus Sokol. Tilden Santiago é o único postulante à direção nacional sem palanque em Pernambuco. Os comandos municipais do partido também serão reformulados. Nesse caso, a votação se desdobra na escolha dos dirigentes zonais. No Recife, o maior colégio eleitoral de Pernambuco, a disputa ganhou ares de guerra. A Unidade na Luta lançou a candidatura de Oscar Barreto. Ainda estão no páreo Edimilson Menezes pela OT; o vereador Josenildo Sinésio, da Florestan Fernandes; Isaías Batista representando a AE e João Batista da Silva, sem representação. Ao contrário das demais cidades com mais de 500 filiados, o Recife não usará as urnas eletrônicas cedidas pelo TSE. A eleição na capital pernambucana será na base das cédulas de papel. Colunistas Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio Bom desse jeito? Não há um só político no PFL pernambucano que não se diga “liderado de carteirinha” do vice-presidente Marco Maciel. Até mesmo os que deixaram o partido, como Ricardo Fiúza e Roberto Magalhães, não se cansam de elogiá-lo. Todos são unânimes em reconhecer que o vice-presidente é uma espécime rara no contexto político nacional, porque está na vida pública há 35 anos sem nunca ter sido flagrado num escândalo. Isso, depois de ter sido, sucessivamente, deputado estadual, federal, presidente da Câmara, governador, senador, ministro e vice-presidente da República. Se tudo isso é verdade, pergunta-se: por que o PFL está-se esvaziando? Por que os políticos que lhe eram próximos, como Roberto Magalhães e José Múcio, resolveram migrar para o PSDB? Se o vice-presidente é o que todos dizem - honrado, sério e trabalhador - por que muitos pefelistas estão correndo dele? Não seria mais lógico chegar junto? O ex-deputado Maviael Cavalcanti, que também está-se desligando do PFL, tem uma explicação para o problema. Segundo ele, o PFL não é mais um partido, é uma confederação de grupos. Há o grupo do próprio Maciel, o de Mendonção, o de Inocêncio, o de Osvaldo Coelho, cada qual trabalhando para si e não para o conjunto. Sendo assim, disse ele, o “salve-se quem puder” contaminou todo o partido. Exemplo gaúcho Seguindo o exemplo do RS, o TJ de Pernambuco terá também uma vara criminal exclusiva para julgar crimes contra a administração pública. Em sua exposição de motivos à Assembléia Legislativa, disse o desembargador-presidente Nildo Nery: “A complexidade da persecução punitiva em face da criminalidade organizada e do alto status do autor do crime de corrução ou do delito do ‘colarinho branco’, estão a exigir um juiz adequado e com dedicação exclusiva”. Isso mesmo. Por que Mário? A escolha dos “melhores” deputados da Assembléia Legislativa” dos últimos 50 anos, cujos perfis serão editados pela mesa da Casa, desagradou a algumas pessoas. Uma delas foi Edmir Régis, que também é ex-deputado. Ele não entende porque escolheram Mário Melo, que assumiu como suplente durante dois anos, e esqueceram Adalgisa Cavalcanti. Terceiro mandato Se não houver uma “zebra” dessas grandes, o deputado José Dirceu será reconduzido hoje pela 2ª vez à presidência nacional do PT. Ele é apoiado em PE por João Paulo, Dílson Peixoto e Humberto Costa. É mineiro de Passo Quatro, foi líder estudantil e banido do país em 69. Tem 56 anos, já casou três vezes e apóia Lula para presidente. Presidente do PSB não definiu ainda o que fazer O deputado Jorge Gomes (PSB) está aguardando uma definição do ex-prefeito de Caruaru, João Lyra Neto (PPS), para decidir o seu futuro. Se João for candidato a deputado estadual, como tudo indica, ele irá para federal. PFL regional silencia sobre frase de ACM Declaração de ACM à “Folha de São Paulo” segundo a qual o PFL pernambucano “perdeu musculatura” e depende agora de Jarbas Vasconcelos “para subsistir” ficou sem qualquer resposta dos líderes políticos regionais. Qual explicação? Roberto Magalhães lembrou numa roda que Nilo Coelho levou o asfalto de Belo Jardim a Petrolina e de São Caetano a Garanhuns, em seus tempos de governador, mas só teve 11% dos votos do Recife quando candidatou-se ao Senado (78). Das duas uma: ou obra não dá voto ou o povo tem memória curta. Nome consensual Joaquim Corrêa, delegado do Dentel em PE, será indicado por toda a bancada federal governista para a Delegacia da Anatel. Os deputados querem dar um “basta” na perseguição que estaria havendo por parte desse órgão às rádios comunitárias do interior. Eles vão solicitar a troca ao ministro Pimenta da Veiga. Setores do PSB reprovam aproximação de João Paulo com Jarbas Vasconcelos e não perdoam a ida dele ao Palácio do Governo no dia do aniversário do governador. Mas, pelo sim pelo não, ele já arrancou mais recursos de Jarbas em oito meses de governo do que o seu antecessor em 4 anos. Por proposição de Marcos de Jesus (PL), a Câmara Federal homenageou este ano os três maiores jornais de PE (incluindo este JC). Ele fez uma referência elogiosa ao presidente da AIP, jornalista e advogado Arthur Carvalho, dizendo que “ele não tem medo de escrever o que é preciso, doa a quem doer, ache ruim quem achar”. O vereador Roberto Andrade comunicou a Joaquim Francisco que para onde ele for, irá. Mas, se depender de sua vontade, o deputado e ex-governador permaneceria no PFL. “Estou no partido há 22 anos, é lá que eu tenho os meus grandes amigos e eu não gostaria de abandoná-lo”, disse o vereador. Nem tudo são espinhos na vida de Marco Maciel. Numa reunião da Abecip, em Porto Alegre, o ex-ministro do trabalho do governo Geisel, Arnaldo Prieto, prestou uma homenagem ao vice-presidente. Quem deu a notícia ao próprio Marco foi o presidente da Varig, Osires Silva, que estava presente à reunião. Editorial Do despreparo ao crime Edição do Jornal do Commercio, esta semana, fazia chamada na capa sobre o constante tema da violência: “Policiais matam garoto de 12 anos alegando que o carro em que ele estava furou um bloqueio”. Como sempre, duas versões: os policiais da Polícia Rodoviária Estadual (PMPE) dizem que o motorista do carro dirigia perigosamente e não teria parado num bloqueio; os rapazes que acompanhavam o garoto num passeio a Tamandaré afirmam que o carro estava sendo dirigido normalmente e que não havia nenhum bloqueio. Sérgio Pereira da Costa, 12 anos, levou um tiro nas costas, o habitual nesses casos, na PE-120. Caso semelhante ao de dois motoqueiros, em 1998, que supostamente não teriam parado numa batida policial e receberam tiros de PMs nas costas. O médico legista que examinou o garoto em Caruaru, também major da PMPE, achou que a perfuração nas costas da vítima não provinha de tiro. Como no caso do tenista Thomas Engel, no Rio Grande do Sul, morto por soldados da Brigada Militar, os policiais estão em liberdade e vão ser julgados pela Justiça Militar de sua corporação, se processo e julgamento houver. É insustentável que as autoridades admitam policiais tão despreparados em suas fileiras, com as costumeiras e esfarrapadas alegações de que não há verba para contratar gente habilitada ou preparar decentemente seus quadros. O resultado é que, com honrosas exceções, os que têm o dever de dar proteção e garantir tranqüilidade à população, cada vez mais, se assemelham aos bandidos e delinqüentes que deveriam combater. Aliás, não é raro, embora seja espantoso, que policiais, civis ou militares, integrem quadrilhas ou se entreguem a assaltos individuais e outras modalidades de crimes. Não precisa nem a pessoa ser um técnico em segurança, ou um abalizado policial; basta o senso comum; para saber que, em casos de furo de bloqueio (imaginários ou verdadeiros), um tiro de advertência, até tiros nos pneus (se o carro visado não estiver em grande velocidade), podem abrir caminho para a abordagem. Além disso, se os policiais estiverem equipados (como deveriam estar, se os poderes públicos estivessem interessados em segurança), poderão perseguir o suposto infrator com suas viaturas ou comunicar-se, por rádio ou telefone, com policiais que estiverem na direção que o suspeito tomou. Atirar visando a pessoas, como primeiro argumento, é inadmissível. “Atire e depois pergunte” é regra de marginal. Vale a pena notar que, em casos semelhantes ao do garoto assassinado, muitíssimo dificilmente são vítimas, ou simplesmente alvos, bandidos fugitivos, ladrões de automóveis e outros criminosos. São, sim, pessoas que não perceberam o sinal para parar (algo normal na balbúrdia do nosso trânsito); gente com medo de ser maltratada pelos policiais (que não deveriam provocar medo em pessoas de bem), vistos como truculentos, ou até prováveis bandidos disfarçados. Enfim, uma série de equívocos provocados pela má fama dos policiais (os policiais corretos e eficientes também sofrem com isso), seu despreparo, pela costumeira prepotência (fruto de nossa cultura inquisitorial) de qualquer pessoa investida de uma parcela mínima de autoridade. Policiais com tal grau de despreparo ainda se dão o direito de fazer greve. O Governo do Estado, por sua vez, se omite gravemente numa questão essencial para todos os cidadãos. Como o problema é antigo, tendo atravessado vários governos de diversos partidos e coalizões, os que detêm no momento o poder se eximem de dar-lhe soluções. É o velho costume de culpar administrações passadas, sobretudo quando de partidos adversários, pelas dificuldades e problemas; ao mesmo tempo que se reivindicam somente os eventuais e parcos acertos. O governo não cuida de ter polícias bem treinadas e bem remuneradas. Os crimes cometidos por policiais são olhados com grande indulgência e compreensão, e julgados dentro de suas corporações. É intolerável. Topo da página

09/16/2001


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