Osmar Dias critica posição americana em relação ao protocolo de Kyoto



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) criticou, na tarde desta segunda-feira (dia 2), a decisão do presidente norte-americano George W. Bush de não apoiar o protocolo de Kyoto (tratado internacional para conter o aquecimento global), que determina a redução de 5% na emissão de gases tóxicos na atmosfera em relação aos valores registrados em 1990. De acordo com o senador, os Estados Unidos são os maiores responsáveis pela emissão de gases que degradam a camada de ozônio e, ainda assim, o presidente Bush decidiu não honrar o protocolo assinado pelo ex-presidente Clinton em Kyoto (Japão), em 1998, alegando que a medida poderá prejudicar a economia norte-americana.

- É muita arrogância dos Estados Unidos. O assunto interessa ao mundo todo e o presidente americano se acha no direito de decidir pelo planeta. O protocolo de Kyoto é o salvo-conduto das futuras gerações, que podem sofrer por causa da decisão americana - disse Osmar Dias.

O senador elogiou e qualificou de "patriótica" a atitude do ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, que divulgou nota em que rechaça posições unilaterais em torno do assunto. "O problema da mudança climática é global e só pode ser tratado em um sistema global", diz a nota que, segundo o ministro, tem o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Osmar Dias alertou para o fato de que, segundo pesquisas científicas, a não redução na emissão de gases tóxicos pode causar, até o ano de 2100, a elevação da temperatura da terra em até 3,5o centígrados em relação à temperatura média atual. Isso poderá aumentar o nível dos oceanos entre 15 a 90 centímetros. Dias destacou que os 55 países principais responsáveis pela emissão de gases tóxicos que causam a destruição da camada de ozônio respondem por 55% da emissão total desses gases.

- O Brasil deve impor sua liderança e só participar da discussão sobre integrar ou não a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) se os Estados Unidos honrarem o protocolo de Kyoto - afirmou o senador, ressaltando que não se pode pôr em risco o futuro do mundo para que os Estados Unidos protejam suas indústrias.

02/04/2001

Agência Senado


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