Osmar Dias defende vacinação do rebanho de Santa Catarina contra febre aftosa
Na opinião do senador pelo Paraná, a utilização do "rifle sanitário" para sacrificar os animais contaminados é fundamental para que a doença não se alastre. "Se queremos erradicar a febre aftosa, temos que abater os animais", afirmou Osmar Dias, acrescentando que o estado deve assumir o prejuízo e indenizar os proprietários do gado que for sacrificado. Ele argumentou que a medida é um investimento para garantir a sanidade animal e a imagem do rebanho brasileiro no exterior.
A não vacinação do rebanho gaúcho logo que foi constatada a presença da febre aftosa na Argentina foi um erro, no entendimento de Osmar Dias. Ele comentou que o ministro da Agricultura e do Abastecimento, Pratini de Moraes, deve ter sido mal orientado quando decidiu pela não vacinação das cabeças de gado do Rio Grande do Sul, para o estado não perder o status de "zona livre da febre aftosa sem vacinação". O senador disse que o erro não pode ser repetido; o governo não pode esperar o surgimento de um foco da doença em Santa Catarina para vacinar o rebanho.
- Não é retrocesso vacinar o rebanho, não estaremos voltando atrás, mas agindo com inteligência em uma situação emergencial - argumentou o senador.
Osmar Dias, que é engenheiro agrônomo e foi secretário de Agricultura do Paraná, informou que a doença está presente em mais de 500 pontos e que o vírus se espalha com rapidez, podendo ser transportado pelo vento, por veículos, animais e homens, tendo capacidade de sobrevida para se deslocar de uma região para outra.
Em aparte, a senadora Emilia Fernandes (PT-RS) - que já tinha feito pronunciamento na sessão desta terça-feira (dia 8) sobre o mesmo assunto - repetiu que o Ministério da Agricultura e do Abastecimento deveria ter tomado medidas preventivas para evitar o aparecimento da doença no Brasil. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) afirmou que o Brasil deve procurar os países vizinhos e tentar estabelecer uma política sanitária única para a região. Ele sugeriu que, de imediato, o governo federal procure auxiliar o Paraguai a vacinar o seu rebanho.
Por sua vez, o senador Jonas Pinheiro (PFL-MT) - que é médico veterinário e extensionista rural - concordou com Osmar Dias que o mínimo que pode ser feito para combater a febre aftosa no Rio Grande do Sul é vacinar o rebanho e abater o gado que comprovadamente esteja com a doença. Para o senador José Fogaça (PMDB-RS), a volta da doença não pode ser encarada como uma questão política ou ideológica. "É um problema sanitário, e, portanto, de interesse da segurança nacional".
José Fogaça lembrou que membros da Comissão Parlamentar do Mercosul haviam recomendado ao órgão executivo do Mercosul que orientasse os governos da Argentina, Uruguai e Brasil para a necessidade de ser criado um sistema de troca de informações a fim de prevenir a volta da febre aftosa. Último a apartear Osmar Dias, o senador Arlindo Porto (PTB-MG) - ministro da Agricultura no período de 1996 a 1998 - também aconselhou a vacinação do rebanho de Santa Catarina. "O Ministério da Agricultura tem que abdicar de alguns princípios para que a eficiência no combate à febre aftosa aconteça: o caminho é a vacinação".
08/05/2001
Agência Senado
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