Otomar entra na galeria dos ex-presidentes da AL










Otomar entra na galeria dos ex-presidentes da AL
O deputado Otomar Vivian, do PPB, foi o 39º parlamentar a entrar para a galeria dos ex-presidentes da Assembléia Legislativa (AL). A inauguração do retrato ocorreu no final da tarde de ontem com a participação do atual presidente, deputado Sérgio Zambiasi, do PTB. Otomar agradeceu pela oportunidade de presidir o Legislativo gaúcho e elogiou os seus colegas parlamentares e os funcionários. Zambiasi destacou que chegar à função de presidente da Assembléia é resultado da relação que começa no plenário.


Britto prioriza os roteiros pela região Metropolitana
Antônio Britto, que concorre ao governo pela coligação Rio Grande em Primeiro Lugar, fez campanha ontem na região Metropolitana. Em Guaíba, o candidato liderou caminhada pela rua 20 de Setembro, onde foi saudado por moradores, comerciantes e comerciários. Britto agradeceu e reafirmou o compromisso em garantir segurança e emprego para o Estado. Segundo o candidato, priorizou roteiros pela Grande Porto Alegre porque essa população está 'decepcionada com promessas não cumpridas'.



PT e PMDB conquistam pedetistas
Comando do PDT vai avaliar cada caso e ameaça encaminhar a maioria para a Comissão de Ética

A decisão do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, de apoiar o PPS ao governo do Estado não vem sendo totalmente seguida pelos partidários. Após um mês e meio de implodir a candidatura própria do partido e migrar para a coligação Rio Grande em Primeiro Lugar, de Antônio Britto, lideranças do Interior decidiram se rebelar, aderindo a Tarso Genro, da Frente Popular, e a Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande. Treze dos 79 prefeitos trabalhistas, dez dos 94 vices e 79 dos 980 vereadores estão com Tarso. O PMDB não está preocupado em calcular o número de lideranças que apóiam Rigotto. Segundo o candidato ao Senado Odacir Klein, que tem negociado adesões, o PMDB contará muito com a base pedetista. Nem a possibilidade de expulsão, levantada por Brizola para os que viessem a discordar da decisão, assustou as lideranças.

Apesar de considerar o número de dissidentes pouco significativo, a executiva estadual do PDT, reunida na noite de segunda-feira, resolveu se posicionar sobre a situação. De acordo com o presidente metropolitano e integrante da direção estadual do partido, Nereu D'Ávila, os casos estão sendo avaliados individualmente, mas acredita que grande parte irá para a Comissão de Ética. O comando partidário deverá se encontrar amanhã novamente. 'Não queremos sangue nem vingança, mas os filiados não foram liberados e houve determinação das direções nacional e estadual que deve ser respeitada', argumentou. Nereu observou que o prefeito de Taquara, Délcio Hugentobler, que liderou as negociações de apoio a Tarso, culminando em abaixo-assinado pró-PT com 489 pedetistas, está praticamente fora do partido. 'Em função de suas posições no município, tanto administrativas quanto políticas, já recebemos do diretório pedido de expulsão', garantiu. O líder da bancada do PDT na Assembléia, Giovani Cherini, acha natural o apoio de filiados a Tarso, salientando que a maioria se elegeu em coligação com o PT nas eleições municipais. Cherini não considera oportuna qualquer punição agora. 'Temos de continuar trabalhando até o final do 1º turno e respeitar as questões locais', enfatizou.

As adesões a Rigotto também serão avaliadas posteriormente. Nereu disse que entende a posição do ex-prefeito de Bento Gonçalves Fortunato Rizzardo, que decidiu apoiar o candidato do PMDB por uma questão regional. Porém, afirmou que assim mesmo ele descumpre o regimento do partido. Esta é a terceira eleição consecutiva ao governo do Estado que o PDT não consegue apoiar por unanimidade um candidato. Em 1998, Emília Fernandes, que estava no PDT, não decolou porque muitos preferiram aderir a Olívio Dutra no 1º turno. Em 1994, Sereno Chaise disputou o Palácio Piratini, mas sofreu o desgaste do governo de Alceu Collares, amargando a quarta colocação pela falta de mobilização do partido.


Comitê pró-tucano define hoje ações
Os integrantes do comitê suprapartidário da candidatura de José Serra à Presidência da República no Rio Grande do Sul reúnem-se hoje, em Porto Alegre, a fim de estabelecer as ações para a reta final da campanha. Eles esperam contar com a visita de Serra no dia 1º de outubro ao Estado. O coordenador do comitê estadual de campanha, Ademir Schneider, afirmou que, no 2º turno, o tucano vai buscar ampliar a base de apoio, aproximando-se de outros partidos, como o PTB, o PDT e o PSB, que, segundo ele, não estão inclinados a aderir à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Schneider disse que o tucano conquista no Estado os melhores índices de intenção de votos.


Rossetto aposta em projeto da Frente
A possibilidade de confronto com Germano Rigotto no 2º turno foi considerada secundária pelo vice-governador licenciado, Miguel Rossetto. Em roteiro pela Campanha, Rossetto vinculou Rigotto ao projeto do presidenciável José Serra e afirmou que está empenhado, a 11 dias do 1º turno, em expor as propostas de governo da Frente Popular. 'Se não der para vencer agora, será no 2º turno', reforçou, descartando o risco de euforia. 'Porém, o clima é de vitória', assegurou. Rossetto cumpre roteiro pelo interior do Estado com o candidato ao Senado Paulo Paim. A tática é buscar o voto completo na Frente para que o eleitor de Luiz Inácio Lula da Silva e Tarso Genro opte por candidatos ao Senado, à Câmara e à Assembléia.


Paim lutará contra alterações na CLT
Contrário ao projeto que flexibiliza a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o candidato ao Senado pela Frente Popular Paulo Paim garantiu ontem que, se eleito, irá repetir seu voto de deputado quando a matéria for examinada. Paim disse que as mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados retiram antigas conquistas dos trabalhadores, como o 13º salário e as férias. Com uma história de lutas em defesa dos trabalhadores e dos aposentados, Paim espera não repetir o gesto que fez há alguns meses, quando rasgou parte da Constituição federal que trata dos direitos trabalhistas. Conforme Paim, o compromisso assumido o mantém na linha de frente em defesa do trabalhador.


Tarso promete fortalecer a base produtiva
O candidato da Frente Popular (PT-PC do B-PCB-PMN) ao Palácio Piratini, Tarso Genro, reafirmou ontem a importância da base produtiva gaúcha no projeto de desenvolvimento para o Estado. De acordo com o candidato, estão em jogo nestas eleições dois projetos opostos. 'O nosso se baseia na consciência política da população. Nele cabem todas as pessoas que desejam mais igualdade e justiça', enfatizou. Tarso ressaltou que concorda com a instalação de indústrias de fora no Estado, mas argumentou que, para isso, é preciso fortalecer as empresas locais que geram empregos, recursos e qualidade de vida. 'Só assim elas poderão auxiliar no desenvolvimento do Rio Grande do Sul', argumentou. O candidato disse ainda que, para a Frente Popular, o ser humano está no centro do projeto de governo. 'Por isso, vamos atender a setores que geram empregos e se relacionam diretamente com a comunidade', salientou.

Em Vacaria, Tarso participou de encontro com a militância, convocando-a para grande esforço na reta final da campanha. 'Vamos conseguir uma vitória expressiva ainda no 1º turno', afirmou. O candidato também falou para trabalhadores de uma fábrica, onde lembrou que até pouco tempo o PT era 'expulso' das indústrias, mas que hoje representantes do empresariado convidam e recebem o partido. 'Isso é importante porque a base produtiva gaúcha representa muito para o nosso programa', salientou. Tarso também esteve em Sananduva e à noite realizou com ício no município de Erechim.


Bogo afirma que é preciso divulgar
Vicente Bogo, que concorre ao Senado pelo PSDB, avaliou ontem que a consolidação do crescimento da candidatura de Germano Rigotto ao governo do Estado dependerá da forma como a campanha será conduzida nos últimos dias. Segundo ele, o mais importante agora é fazer chegar material de divulgação com informações corretas a um número máximo de eleitores. Afirmou que os partidos da União pelo Rio Grande levam vantagem em relação aos adversários, pois somam mais prefeitos, vereadores e lideranças regionais e têm as melhores estruturas. Para Bogo, a atuação firme da militância será decisiva na reta final e deverá alavancar inclusive as candidaturas da aliança ao Senado.


PONT
A 7a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado deu ontem ganho de causa para a defesa de Raul Pont, absolvendo-o em segunda instância. A decisão é referente ao processo por calúnia e difamação movido pelo ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado Dagoberto Lima Godoy. Os juízes consideraram, em sua maioria, que a expressão 'testa de ferro da Ford', no contexto em que Pont a utilizou, durante entrevista para uma rádio, não pode ser classificada como ofensiva a Godoy. O fato ocorreu em 1999, época em que Raul Pont era prefeito de Porto Alegre.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
12h: Chiapeta. 17h: Três Passos. 21h: distrito de Padre Gonzales.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
10h: Taquari. 12h30min: Venâncio Aires. 14h15min: Monte Alverne. 15h30min: Vera Cruz. 17h: Santa Cruz. 18h45min: Cachoeira do Sul. 21h30min: Lajeado.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
10h: gravação de programas de rádio e TV. 15h30min: Fundação Ulysses Guimarães. 20h: Clube Caixeiros Viajantes.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
10h: vila Farrapos. 14h: Jardim Leopoldina. 18h: vila Cruzeiro.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
Passo Fundo e Erechim. Tarde: Santa Maria e Ijuí.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
20h: churrascaria Zequinha.


PPB municipalizará campanha
Celso Bernardi, candidato do PPB ao governo do Estado, reuniu-se ontem, em Porto Alegre, com prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do partido. O objetivo do encontro, segundo o coordenador-geral da campanha, Percival Puggina, foi pedir aos partidários que se mobilizem ainda mais para conquistar votos. 'Esta fase é a da campanha de porta em porta', disse Puggina. A estratégia é municipalizar a campanha. 'O PPB demonstrou a sua força nas eleições de 2000, quando elegeu 174 prefeitos, cerca de 1,5 mil vereadores e se tornou o maior partido do Estado. Temos de repetir esse desempenho', salientou Bernardi em seu pronunciamento. O objetivo do partido é não apenas tentar chegar ao 2º turno, mas ampliar as bancadas na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

No planejamento previsto para os últimos dias de campanha, o PPB irá realizar dois grandes comícios no interior do Estado. Segundo Puggina, o primeiro será realizado no dia 1º de outubro, em Caxias do Sul, terra natal da candidata a vice-governadora Denise Kempf. O outro acontecerá dia 3, em Santo Ângelo, na região das Missões, onde Bernardi estruturou a sua vida política, profissional e pessoal.

Numa análise da campanha, Bernardi afirmou que a escassez de recursos e o pouco tempo de rádio e televisão foram os principais empecilhos para uma melhor evolução. Segundo ele, isso está sendo contornado com viagens e debates.


Rigotto quer se unir a procurador
Germano Rigotto, que concorre ao governo do Estado pela União pelo Rio Grande, defendeu ontem parceria forte, diálogo permanente e valorização dos procuradores do Estado. 'O respeito por essa que é uma das mais importantes categorias na defesa do Rio Grande do Sul vai orientar nossas ações para que eles possam contribuir ainda mais com o crescimento do Estado', salientou o candidato em reunião com a Associação dos Procuradores do Rio Grande do Sul. Afirmou a intenção de realizar um governo no qual não haverá lugar para personalismo ou exclusão político-ideológica.

Segundo Rigotto, é cedo para o comprometimento com as reivindicações da categoria, 'uma vez que é preciso ouvi-la, abertamente, com o objetivo de termos mais subsídios à negociação, mas sem apelar para qualquer tipo de demagogia'. O candidato sustentou a necessidade de discutir avanços nas questões salariais para os procuradores dentro das possibilidades das finanças estaduais. Segundo ele, isso significa buscar o entendimento das categorias funcionais sobre a realidade atual, ampliando as negociações para alcançar patamares que ajudem na valorização, mas que não interrompam as ações urgentes voltadas ao bem-estar do povo gaúcho. 'Nas entidades dos servidores que visito, há enorme espírito de colaboração que irá nos ajudar muito quando formos estabelecer e cumprir prioridades', argumentou. Rigotto comentou também sobre a isonomia salarial e a perspectiva de escolha direta do procurador-geral do Estado.


Primeiro Emprego poderá funcionar em todo o país
O deputado federal Tarcísio Zimmermann, candidato à reeleição pelo PT, disse ontem que levou para Brasília a experiência do governo gaúcho com o programa Primeiro Emprego. Apresentou projeto de lei, que já tramita nas comissões da Câmara dos Deputados, instituindo a fórmula nacionalmente. Segundo Zimmermann, o governo federal executará o programa em parceria com os estados. No Rio Grande do Sul, 20 mil jovens tiveram chances no mercado formal de trabalho.


Ciro lamenta miséria e pretende distribuir renda
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, disse ontem, no programa de TV, que 'a miséria que atinge a milhões de brasileiros resulta de um modelo econômico de egoísmo'. Prometeu distribuir a renda. 'Vou tomar o dinheiro da minoria para repartir com quem precisa', afirmou. Segundo Ciro, eleger José Serra significa continuar essa política. Também assegurou que Luiz Inácio Lula da Silva não é confiável. Acrescentou que, com os seus recursos, não é possível o Brasil ter miséria.


Programa de Serra corta ataques
O presidenciável José Serra, da aliança PSDB-PMDB, mudou o tom de sua campanha no horário eleitoral gratuito na TV, abolindo os ataques ao seu adversário do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Serra centrou seu programa nas propostas para o combate ao desemprego e melhorar a segurança, enfatizando o seu preparo. O programa abriu com depoimento da atriz Regina Duarte, ressaltando o histórico e as experiências administrativas de Serra, desde quando foi líder estudantil até a chegada aos ministérios do Planejamento e da Saúde. 'Ele sempre cumpriu o que prometeu', disse Regina. A sua colega Irene Ravache também apareceu elogiando o candidato.

Serra prometeu que todos os ministérios estarão voltados à geração de empregos. O tom do programa foi mostrar que o candidato sabe o que vai fazer e como criará os 8 milhões de empregos que constam como meta da aliança PSDB-PMDB. 'Tenho uma cara, não digo uma coisa aqui e outra ali', enfatizou. Ele relembrou a lei dos genéricos, o mutirão para cirurgia de cataratas e outras realizações quando ocupou o cargo de ministro da Saúde. O programa exibiu ainda o depoimento do empresário Antônio Ermínio de Moraes, presidente do Grupo Votorantin, que disse ter certeza que Serra porá em prática o projeto sobre a geração de postos de trabalho. Também foi mostrado o testemunho da juíza Denise Frossard. 'Vejo em Serra compromisso de combate à impunidade', ressaltou. O tucano encerrou o programa dizendo que é hora de propor soluções para o eleitor escolher o melhor.


Lula admite governar com o PSDB
Diz que sua equipe não terá apenas filiados do PT e pr etende formar maioria no Congresso Nacional

O candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu ontem, pela primeira vez, que, se for eleito, chamará tucanos para compor o governo. 'Certamente haverá pessoas do PSDB com as quais iremos conversar', declarou. Argumentou que há nomes qualificados não só no PT. Conforme ele, se vencer, o ministro da Fazenda não será necessariamente do partido. Lula disse também, durante entrevista a jornalistas do Grupo Estado, em São Paulo, que quer formar maioria no Congresso Nacional para governar o Brasil caso vença a disputa. 'O que ocorre dentro do Parlamento difere das divergências políticas daqui de fora', concluiu.
Segundo Lula, cabe ao presidente ser exímio negociador. Afirmou que o governo não conquistou as alianças necessárias e, exatamente por isso, 'abusou' da edição e da reedição de medidas provisórias. 'Quero passar à história do Brasil como o presidente que constituiu novo contrato social', ressaltou. Ele lamentou que o Mercosul não tenha mais força para as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). 'Seria melhor para o Brasil se as nações estivessem integradas em um bloco face ao poder dos Estados Unidos', argumentou. Sobre a posição do Brasil em relação à Colômbia, o candidato disse que o país só pode tomar decisões no próprio território. 'Esse tema é algo que quero discutir com o Ministério da Defesa e as Forças Armadas', apontou.

Lula declarou que o ideal para a economia do Brasil crescer em ritmo maior está na garantia de que a taxa de inflação seja a menor possível. Para ele, será preciso, porém, a indicação de mecanismos que mantenham o índice baixo, mas com a evolução da economia. Destacou que não apontaria meta de inflação para não se arriscar a vê-la cumprida depois. 'Não permitirei que sejamos tratados como um país pequeno', ressaltou.


Ibsen prega reformas urgentes
O ex-deputado federal Ibsen Pinheiro, do PMDB, candidato a mais um mandato na Câmara dos Deputados, assegurou ontem que retornou à vida pública, depois de oito anos afastado, motivado pelo desafio de poder aglutinar forças suprapartidárias para promover as reformas urgentes e necessárias ao país. Segundo o candidato, a reformulação do Estado requer mudanças políticas, partidárias, previdenciárias e tributárias. Acrescentou que a administração pública está freando o Brasil pelo alto custo operacional.

Ibsen afirmou que, enquanto o poder Legislativo sobrevive com regras arcaicas, o Judiciário reclama por mudanças estruturais e sofre com a falta de agilidade nos processos e o Executivo invade a competência legislativa, administrando através de medidas provisórias. Na opinião do candidato, todas essas mudanças só serão possíveis a partir de uma tarefa que ultrapasse o limite ideológico dos partidos e se concentre exclusivamente na busca da modernização do Estado brasileiro. Ibsen disse que sua experiência em Brasília, enriquecida pelos quatro anos nos quais foi líder do governo na Câmara e os dois em que presidiu o Parlamento, podem ajudá-lo a desempenhar o papel de conciliador como fez em várias ocasiões.


Garotinho defende plano de habitação
Anthony Garotinho, que disputa pelo PSB a Presidência da República, falou ontem sobre habitação em seu horário eleitoral gratuito na televisão. Criticou o governo federal, dizendo que 'não se preocupa em construir casas para quem precisa'. Garotinho começou o programa mostrando imagens de Belo Horizonte, em Minas Gerais, durante sua visita à rádio Favela, que foi tema do filme 'Uma Onda no Ar'. O candidato disse que falta política habitacional ao país. Também se dirigiu aos eleitores para prometer a criação do Ministério da Juventude caso seja eleito. 'Você, jovem brasileiro, ajude-me a mudar o Brasil', convocou. Outro alvo do programa foram os nordestinos.


JADER
O ex-senador e candidato a deputado federal pelo Pará Jader Barbalho, do PMDB, conquistou ontem, por tempo indeterminado, o direito de não ser preso devido ao seu suposto envolvimento nos desvios de verbas da extinta Sudam. Os desembargadores da 3a Turma do Tribunal Regional Federal, em Brasília, concederam habeas corpus a Jader e a outras sete pessoas. Eles observaram que, para justificar a prisão, seria necessário provar que os acusados estariam dificultando a instrução do processo. Acrescentaram que foi ilegal o decreto de prisão preventiva aos acusados.


Artigos

SPAM, provedores & censura
Mário Scherer

Existe uma grande polêmica em torno da publicidade e do marketing direto utilizando-se mensagens por e-mail, o que é conhecido por spam. Muitos se insurgem contra essa prática, achando-a abusiva, pois quem recebe tais mensagens publicitárias não teria dado autorização para esse procedimento. O que é de estranhar, já que vivemos em um mundo capitalista-consumista e que qualquer leitor haverá de concordar que, todos os dias, recebemos em casa correspondência comercial e outros tipos dessas informações que não pedimos para receber. Nos semáforos, nas esquinas, entregam-se publicidades de todo tipo.

Olhamos para qualquer lado e vemos cartazes publicitários e, até no chão que pisamos, no caso do Aeroporto Salgado Filho, há publicidade e à vontade. Nota-se um excesso de informações nos postes da cidade, mas quem se beneficia é a própria democracia, dizem, por ser época de eleições. Aceitamos isso passivamente. Por que, então, devemos nos insurgir contra o spam, se os próprios provedores nos acumulam de banners e chamadas publicitárias a cada vez que entramos na rede? Por que desejaríamos uma solerte censura neste grande balaio democrático, multifacetado, encantador da Internet? Os Correios poderiam impedir que alguém, munido de um guia telefônico, remetesse 10 mil cartas para quem não as pediu, contendo material publicitário?

Dessa forma, impeditiva, vêm agindo os provedores (quando não se trata de matéria publicitária paga). A prática da censura começa com uma pequena justificativa contra uma grande causa. Poderíamos invocar o fim das greves reivindicatórias porque alguns grevistas danificaram uma determinada vitrine, etc.? Nesse exemplo, pode-se enquadrar o ranço dos censores enrustidos, fazendo-se passar por defensores da privacidade, quando jornais, revistas, TV também se servem de seus veículos para passarem informações publicitárias. Exato! Informações, é como devemos encarar a publicidade como um todo. Imagine você num supermercado, optando pelos produtos, sem informações prévias que o marketing de qualquer natureza lhe oferece.

Essa defesa de privacidade pode cair num excesso. Estamos assistindo a reality shows e outras inovações do mundo da comunicação que vêm quebrando determinadas barreiras. Creio que se ajustar ao mundo moderno nos livra de males maiores, tais como ficar à margem da vida, pois o mundo moderno é um mundo de informações.


Colunistas

Panorama Político/A. Burd

CAMPANHA É SHOW
A dúvida hoje é saber se a maioria do eleitorado se definiu pela consistência das propostas ou pelas ações de marketing político, que incluíram os programas de TV que nada ficaram a dever à produção dos melhores estúdios do mundo. A criação de candidatos em laboratório para convencer os eleitores não tem mais do que 12 anos no país. Com o surgimento de especialistas em campanhas, que dominam a forma e quase nada de conteúdo, afastaram-se os tradicionais conselheiros políticos. Prioritária passou a ser a maquiagem, independentemente do rosto sobre o qual desenvolvem sua técnica. Fundamental, sob esta nova ótica, é tornar o candidato palatável. Para isso, é submetido a rígido ensaio e disciplina até assumir bem o papel.

VOANDO BAIXO
O PDT passa pela mais forte t urbulência de sua história, conseqüência da fragilização do comando e má condução na sucessão estadual. Chegará ao fim da campanha eleitoral com danos irreparáveis.

NÃO ADMITEM
Lideranças do PT gaúcho se contiveram ontem à noite ao saberem que Luiz Inácio Lula da Silva admite abrir vagas ao PSDB em seu eventual governo. A vontade de muitos seria abrir um sonoro não.

NOVO ENDEREÇO
1) O que ninguém esconde no comitê central da campanha de Lula: se o PT chegar à Presidência da República, Olívio Dutra será convidado a mudar de endereço, a partir de janeiro, mais precisamente para a Esplanada dos Ministérios em Brasília; 2) observadores de quatro países virão ao Rio Grande do Sul a 6 de outubro para acompanhar eleições com urna eletrônica. São Venezuela, Equador, México e Uruguai.

QUEM DIRIA
Acabou a lua-de-mel entre Lula e o MST. O candidato quer 'respeito aos acordos firmados no processo de negociação da reforma agrária'. No caso de invasões, utilizará os mecanismos legais. Deixa subentendido o velho ditado: a lei é dura, mas é a lei.

TEMPO QUENTE
O deputado Jorge Gobbi contrata o advogado Dario Bertói, ex-presidente municipal do PSDB, para representar criminalmente contra ninguém mais, ninguém menos do que o colega tucano, vereador Paulo Brum, por acusações na tribuna da Câmara. Pois o forró recém começa.

À DISPOSIÇÃO
O portal da Assembléia Legislativa na Internet inclui, a partir de hoje, o site das eleições. Contém todas as informações sobre legislação, candidaturas e processo eleitoral. O endereço é: www.al.rs.gov.br.

CORRE PERIGO
Leonel Brizola enfrenta dificuldades para superar o pastor Crivela, que concorre ao Senado pelo Rio. O PDT reza por uma virada nos índices das pesquisas que não lhes são favoráveis. A Câmara Alta do Congresso pode perder chance de servir de cenário para embates de Brizola com Antônio Carlos Magalhães.

DOS LEITORES
- Vivian Sales: 'Não adianta combater o trabalho infantil. Ele ocorre porque falta emprego para os pais. Não adianta ao governo punir o que considera infratores. Se tornar rígida a fiscalização estará tirando pão da boca de pobres necessitados'.

- Carlos Mendes: 'Gostei da nota da coluna sobre métodos do Departamento de Imprensa e Propaganda, da era getuliana e de triste memória. É o velho gosto pela versão única que permeia décadas e governos, até os rotulados como democráticos'.

APARTES
Faltam 11 dias para que ocorra o imponderável na campanha eleitoral, também chamado elemento-surpresa.

De 1985 a 1990, presidente Sarney foi bombardeado por denúncias de corrupção pelo PT. 'Fora Sarney' ecoou. Mas isso é passado...

Certo comitê em Porto Alegre oferece a assessores prato às 12h. A cozinha castiga no molho de pimenta.

Cola agora recomendada aos eleitores já foi chamada de voto marmita: vinha pronto de casa.

Patrícia Pillar pega gosto: em 2006 concorrerá à Câmara dos Deputados.

Campanha no Rio anda assim: Benedita acusa Rosinha de ser cara- de-pau. Olho de Peroba para dupla.

Deu no jornal: 'FMI espera diálogo com eleito do Brasil'. Fiel ao ditado 'conversando a gente se entende'.

Outra: 'FHC diz que céu é limite quando se é candidato'. Conhece.

Mais uma do jornal: 'Na guerra cruel do TSE, Lula e Serra empatam'. Então, é zero a zero e bola no centro.



Editorial

ARGENTINA E FMI

Quando foi criado pelas Nações Unidas, logo depois da vitória na Segunda Grande Guerra, o Fundo Monetário Internacional tinha como missão ajudar as nações nos momentos de crise. Para isso, calculou quotas a serem impostas aos subscritores como países formadores de seu capital social. Pois bem, decorreram os anos, vários auxílios foram concedidos em diferentes épocas a nações necessitadas - o Brasil tem sido tomador permanente, México também, para serem citados apenas dois grandes da América, os chamados Tigres Asiáticos igualmente -, mas sempre esses negócios foram pautados por um ingrediente que se não esperava ao tempo da fundação do organismo: uma atitude de tal sobranceria chegando aos limites da imposição de domínio. Assim tem sido contada a história do FMI no trato com os seus associados em crise.

Agora mesmo, a imprensa relata um fato que confirma a maneira como o Fundo trata seus próprios subscritores de capital: em resposta à solicitação do presidente argentino, senhor Eduardo Duhalde, de novo financiamento, há tempos feito, a direção do Fundo Monetário tem o despudor de dizer que o país deve primeiramente resolver satisfatória e definitivamente os problemas que hoje enfrenta sua economia. Essa é conditio sine qua non para novo financiamento a Buenos Aires, devedora de outras operações, embora não se declarando oficialmente remissa ao cumprimento das obrigações contratuais. Claro, está o FMI no direito de até negar o pedido, afinal é gestor de valores alheios, procedentes de outros países, mas não de recorrer a esse tipo de conselho.

Ora, se a Casa Rosada conseguisse regularizar sua economia nos termos exigidos, dispensaria ajuda do organismo de socorro emergencial: a economia, assim reabilitada, propiciaria os frutos financeiros naturalmente. A resposta tem o gosto amargo do sarcasmo, e convém lembrar que não foi para isso que se criou o FMI, embora a Argentina, nos distantes dias da guerra de 1939 a 1945, não tenha sido exatamente uma aliada das nações patrocinadoras do Fundo. Mas a retaliação é inadmissível, se for o caso.


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09/25/2002


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