Padre Roque Grazziotin defende o fim da discriminação racial
O Dia Internacional para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial - 21/03, foi comemorado em audiência pública, pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. "Esta data foi instituída em 1969, pela Organização das Nações Unidas, em memória do massacre de Shaperville, na África do Sul, quando 67 negros foram trucidados por policiais", explicou o presidente da CCDH/AL, deputado padre Roque Grazziotin (PT), destacando a importância da afirmação de políticas públicas de inclusão social para a comunidade negra.
Deise Benedita, que representou a ONG Fala Preta, de São Paulo acredita que os 400 anos de escravidão superaram o descalabro do holocausto. O representante da Secretaria Estadual de Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Mozart Dietrich adiantou que o governo Olívio Dutra está trabalhando pela regularização fundiária e pelo reconhecimento da demarcação e titulação das terras das comunidades remanescentes dos quilombos, conforme previsto no artigo 68 das disposições transitórias da Constituição. "O governo estadual também procura desenvolver distintas ações, a fim de resgatar a história destes cidadãos, que contam com mais de 300 comunidades espalhadas pelo país, sendo 43 em solo gaúcho" afirmou.
A presidente do Conselho de Desenvolvimento das Comunidades Negra, Ivonete Carvalho entende o racismo como uma forma de violação aos direitos humanos. Ela considera fundamental refletir sobre os altos índices de repetência escolar das crianças negras e sobre a discriminação que vitima as mulheres afro-descendentes. "Precisamos pensar nos processos de inclusão social para esses povos", defende Ivonete, anunciando para junho, a primeira Conferência Estadual da Comunidade Negra.
O Ministério Público Federal, segundo o procurador da república, Marcelo Beckhausen, defende as garantias fundamentais e a construção de políticas públicas para estas pessoas, além de atender denúncias sobre a discriminação racial e violação aos direitos humanos.
A deputada Maria do Rosário (PT) lamenta as marcas da violência contra o povo negro, criticando a existência, em Caçapava do Sul, de clubes separados para brancos e negros.
"As denúncias de violência policial têm o corte do racismo", observou ela, para quem o Estado é o principal violador dos direitos humanos. Além dos deputados Edson Portilho (PT), Vieira da Cunha (PDT), João Luís Vargas (PDT), Francisco Appio (PPB), Ivo Sartori (PMDB) e Aloísio Classmann (PTB), também prestigiaram a audiência entidades governamentais e não governamentais.
03/21/2001
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