Paim divulga estudo que aponta aumento no número de aposentados que ganham salário mínimo
O senador Paulo Paim (PT-RS) comentou em Plenário documento que recebeu da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) segundo o qual, nos últimos 15 anos, 4,5 milhões de aposentados da Previdência Social que ganhavam mais que um salário mínimo passaram a receber apenas um. Só este ano, este contingente foi engordado em 350 mil aposentados.
Os dados, informou Paim, são da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil (Anfip). De acordo com o estudo, atualmente 18,3 milhões de aposentados no Brasil recebem apenas o salário mínimo. O parlamentar afirmou que até 2020 26,5 milhões de aposentados da Previdência Social passarão a ganhar a menor remuneração vigente no país, caso a Câmara dos Deputados não aprove a proposta que mantém a equivalência das aposentadorias com o número de salários mínimos da época de sua concessão.
O parlamentar citou um jornalista que, ao entrevistá-lo, afirmou que, a continuar assim, os trabalhadores não pagarão a contribuição à Previdência em valores acima de um salário mínimo, já que, no futuro, nenhum aposentado ganhará mais do que essa remuneração.
Paim citou ainda o advogado gaúcho Pedro Dornelles, professor de Direito Previdenciário, segundo o qual a perda acumulada das aposentadorias e pensões, entre 2004 a 2009, é de 78,84%.
Paim informou que nesta quinta-feira (6) será realizada a primeira rodada de negociações para tentar aprovar, na Câmara dos Deputados, o projeto que acaba com o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias e também o que concede o mesmo índice de reajuste do salário mínimo aos benefícios acima deste valor. A reunião de negociação contará com representantes da Cobap, do secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e do líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana. O senador reiterou que, com acordo ou sem acordo, a matéria será votada na segunda semana de agosto.
No mesmo pronunciamento, Paim narrou encontro com trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos. Segundo informou, os trabalhadores defenderam a manutenção do monopólio postal para a empresa. Paim afirmou ser esta também a posição do ministro das Comunicações, Hélio Costa. A empresa, informou o senador, faturou R$ 11,5 bilhões em 2008, com um lucro líquido de R$ 800 milhões. Possui 12.352 agências, 43 mil veículos e 15 aeronaves, empregando 108 mil pessoas.
05/08/2009
Agência Senado
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