Paim diz que em 20 anos idosos serão a maior força política do país
O senador Paulo Paim (PT-RS) disse nesta quarta-feira (7) que em 15 ou 20 anos os idosos serão a maior força política do país. Segundo ele, hoje, a opinião de um homem ou uma mulher de aproximadamente 60 anos já repercute sobre o conjunto da família.
- E se nós somos hoje em torno de 30 milhões de pessoas - e a expectativa é de que seremos mais de 45 milhões daqui a dez anos -, isso demonstra que, se um idoso influenciar sobre dois votos somente, nós teremos aí 100 milhões de votos ao alcance da população - calculou.
Paim disse que apresentou o cálculo para que a Câmara dos Deputados tenha a sensibilidade para votar a proposta de recomposição das aposentadorias e pensões em 80%, com efeito retroativo a janeiro. A proposta deve ser votada até a próxima semana. Ele informou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) garantiu apoio à reivindicação dos aposentados, representados pela Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
O senador relatou conversa que havia tido há pouco comum jornalista, o qual lhe disse que um acordo que contemplasse todas as centrais sindicais e a Cobap custaria mais R$ 600 milhões.
- Siscentos milhões! É brincadeira não fazer o acordo por causa disso. Parece até birra de alguém da máquina burocrática. Eu não consigo entender - disse o senador.
O senador revelou ter solicitado ao líder do PT, senador Aloísio Mercadante (SP), que marcasse uma reunião na Câmara para que os senadores pudessem acertar um acordo com os deputados para a aprovação das matérias.
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse, em aparte, que não deixará de obstruir as votações no Senado enquanto a matéria não for votada na Câmara. Para ele, existe uma absoluta falta de compromisso com os aposentados e os responsáveis pela quebra da Previdência são os que andam com dólar na cueca e a atuação dos "aloprados" e dos "mensaleiros".
- É a corrupção que quebra a Previdência e o país. Tratar com justiça aqueles que trabalharam durante anos e anos pelo Brasil e conceder-lhes o que merecem é um ato de decência, que deve ser honrado - afirmou.
O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse que se reuniu com a Cobap e que, a partir da próxima semana, será iniciada uma série de ações práticas para defender os interesses dos aposentados. Ele disse que alguma coisa está emperrando a decisão do presidente Lula e que amanhã fará a leitura da relação de nomes dos deputados que são contra os aposentados. O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) disse que os aposentados estão sendo usurpados por manobras políticas na Câmara dos Deputados.
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que também recebeu representantes da Cobap e já está articulando com as Lideranças do Senado e da Câmara para construir uma solução que atenda as duas Casas.
- Estamos lutando pelo reajuste dos 80% do PIB para que possamos chegar aos 7,7%. Não é ainda uma decisão do governo, mas uma articulação que todos nós estamos imbuídos de tentar fortalecer. Até porque ampliar o reajuste dos aposentados é levar mais recursos, mais dinheiro para o consumo, fortalecendo a economia - assinalou.
07/04/2010
Agência Senado
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