Paim faz paralelo entre escravo e aposentado



Talvez o maior defensor dos aposentados e pensionistas do Congresso Nacional, o senador Paulo Paim (PT-RS) traçou um paralelo entre os escravos e os aposentados brasileiros. Para Paim, "as chibatadas da escravidão foram substituídas hoje pelo cálculo da expectativa de vida, da idade, do tempo de contribuição", os quais geram um redutor nos proventos que, em alguns casos, chega a 50%. O senado vota nesta quarta-feira (19) as propostas para o fim do fator previdenciário, que limita os valores das aposentadorias, e o reajuste de 7,72% para aposentadorias e pensões.

Em pronunciamento nesta quarta-feira, Paim afirmou que, enquanto 10 milhões de escravos saíram da África, os aposentados no Brasil somam 8,6 milhões. Na travessia do Atlântico, 4 milhões de escravos morreram de fome, frio e doenças; hoje, muitos aposentados morrem de fome, de frio e de falta de remédio.

O parlamentar afirmou que os escravos eram forçados a trabalhar e hoje inúmeros aposentados, que receberam um corte da metade de seus salários, tiveram de voltar a trabalhar, mesmo sem ter as mínimas condições físicas necessárias.

- Mesmo sabendo que a escravidão foi o pior mal que existiu nas Américas, não posso deixar de compará-la com o famigerado fator previdenciário e a falta de correção decente das aposentadorias - afirmou o parlamentar, que é negro.

Paim afirmou que, caso não sejam aprovados o reajuste das aposentadorias e o fim do fator previdenciário, "é o povo brasileiro que foi derrotado pelo Senado".

- Não sei qual será o resultado da votação. Poderei sair daqui chorando ou sorrindo. Mas de uma coisa tenho certeza: sairei ciente do dever cumprido. Não traí o nosso povo nunca! Nunca! Dormirei o sonho dos justos - afirmou.

Paulo Paim também reclamou que uma entrevista concedida à TV Senado, na qual respondia a 15 perguntas sobre a origem do dinheiro para pagar os aposentados, não foi ao ar nos três últimos dias, como estava programado.

O senador foi elogiado, em apartes, pelos senadores Gerson Camata (PMDB-ES), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Roberto Cavalcanti (PRB-PB).



19/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Flávio Arns traça paralelo entre a Guerra do Contestado e MST

Evento musical no Metrô traça um paralelo cultural entre o Brasil e a Suíça

Heráclito traça paralelo entre aprovação da reforma e comício pelas diretas

Paim lamenta morte do aposentado Iol Medeiros

Diferenciar salário mínimo de trabalhador e aposentado é inaceitável, diz Paim

Paim comemora aprovação da PEC do trabalho escravo