Heráclito traça paralelo entre aprovação da reforma e comício pelas diretas



Ao lembrar que nesta quinta-feira (27) completaram-se 20 anos do comício realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, que reuniu cerca de 30 mil pessoas para pedir eleições diretas para presidente da República, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) lamentou que o aniversário transcorreu em um dia que os brasileiros não tem o que comemorar. Ao contrário, frisou, foi em um mesmo 27 de novembro, só que 20 anos depois, que o Senado sacramentou a aprovação da reforma da Previdência.

- Todos os nossos sonhos, os sonhos dos trabalhadores brasileiros, toda a esperança do povo depositada no Partido dos Trabalhadores foram por água abaixo com a derrota do servidor público - afirmou Heráclito.

A morte do ex-senador Teotônio Vilela ocorrida no mesmo dia do comício no Pacaembu também foi lembrada por Heráclito. A trajetória do alagoano Teotônio foi comparada com a luta da também alagoana, a senadora Heloísa Helena (PT-AL), que mesmo recebendo ameaças de ser expulsa do Partido dos Trabalhadores, manteve suas convicções e votou contra a reforma da Previdência.

Heráclito disse que se existe algum parlamentar que não merece punição pela forma como votou na reforma da Previdência é justamente Heloísa Helena. Ele lembrou que o seu partido, que defendeu a reforma da Previdência apresentada por Fernando Henrique Cardoso, mudou de posição. O PT, que rejeitou a matéria encaminhada pelo ex-presidente, também trocou de lado.

- A única que nunca quis e manteve sua posição contrária à reforma da Previdência foi justamente Heloísa Helena. Espero que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu partido respeitem a opinião pública nacional e a ira santa desta alagoana que, com Teotônio, continua com as mesmas convicções e defendendo o que acredita - declarou.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) também havia traçado um paralelo entre Heloísa Helena e Teotônio Vilela. Ele informou que dirá ao presidente Lula, ao presidente do Partido dos Trabalhadores José Genoíno e ao ministro chefe da Casa Civil José Dirceu que a saída da senadora alagoana do PT representaria uma -perda extraordinária- para o partido.

Suplicy informou que o próprio estatuto do PT abre a possibilidade para um parlamentar votar de forma diferente da determinada pelo partido, mesmo nos casos de fechamento de questão, por questões de convicção, filosofia ou consciência.



27/11/2003

Agência Senado


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